CED 07 do Gama vence no segundo dia de curtas


“A Reunião”, produzido por 10 estudantes do CED 07 do Gama. Ele mostra o que deveria ser uma organização empenhada no ensino dos alunos

O melhor filme do ensino fundamental escolhido pelo júri popular e pela comissão julgadora do 5º Festival de Curtas das Escolas Públicas do DF, foi “A Reunião”, produzido por 10 estudantes do CED 07 do Gama. Ele mostra o que deveria ser uma organização empenhada no ensino dos alunos.

“Nossa mensagem é para que os professores não percam o foco na escola que queremos. Um lugar onde todos participam, com motivação e empenho, uma educação melhor”, afirmou a atriz Ketlyn Fidélis, estudante do 9º ano na unidade vencedora.

No último dia do festival, foi a vez da turma do ensino fundamental ser premiada. Nestes cinco anos, mais de 10 mil participantes, com cerca de 600 produções, se inscreveram nas edições do evento, realizado em parceria entre as secretarias de Educação e de Cultura.

O coordenador do evento, Gleison Cardoso, da Gerência de Produção e Difusão de Mídias Pedagógicas da SEEDF, contou que algumas obras já foram apresentadas ao mundo inteiro. “Este ano fui ao Rio de Janeiro e a gente foi homenageado no Festival Internacional Pequeno Cineasta. Os filmes de vocês ganharam o mundo, não somente a tela do Cine Brasília, templo do cinema nacional. Foram para a Espanha, Itália, Portugal e Chile”, relatou aos presentes.

É o caso do longa Palavras em Liberdade, produzido por estudantes do sistema socioeducativo e adaptado para competir no Festival de Curtas. Segundo o coordenador, a história das cartas escritas e lidas por meninos encarcerados foi assistida por mais de 11 mil pessoas. 

A ideia era fazer com que o socioeducando escrevesse para um ente querido ou para o próprio passado mensagens de alerta ou lições de vida. Deu certo. A produção venceu o prêmio de melhor fotografia no Festival de Curtas das Escolas Públicas de 2019.

“O prêmio reverbera o próprio sistema. A gente trabalha com o resgate da autoestima, da humanidade. Quando falamos em liberdade, entramos no discurso sobre o que queremos para a vida. A escola faz parte desse processo para eles. A educação é fundamental para o sócio educativo”, contou o professor de artes visuais, Rodrigo Xavier. A produção do vídeo contou com 11 alunos do sistema, do 6º ao 9º ano, em todas as etapas, inclusive na montagem.

Bia odiada

O bullying também foi tema de destaque nesta edição do festival. No curta Intervalo, do CED 02 do Riacho Fundo I, a  frase “todo mundo odeia a Bia” – uma menina com Síndrome de Down – provocou raiva e repúdio em todos os estudantes que estavam na sala do Cine Brasília.

Quando o estudante Vinícius Alves, do 9º ano do CEF 11 de Ceilândia, começou a dançar no vídeo para evitar as provocações dos colegas praticantes de bullying, em Juntos Somos Fortes, todo mundo entrou na onda e balançou as cadeiras do cinema. 

Campeão na melhor abordagem do tema, a ideia do trabalho dos estudantes do CEF 11 de Ceilândia era mostrar que a escola que eles querem é um espaço de respeito e cooperação. “Falamos sobre uma escola com problemas que precisam ser reparados. Desejamos um lugar onde haja mais respeito”, reforçou o estudante e ator principal da produção.

fonte:

redação O DEMOCRATA