Obama ainda não decidiu como reagir a ataque químico na Síria

A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (26) que as provas de que o governo da Síria usou armas químicas são “inegáveis”.

Segundo o porta-voz Jay Carney, Obama está avaliando a resposta adequada para o uso de armas químicas, mas não tomou nenhuma decisão sobre como responder. Carney não deu prazo sobre quando o democrata vai decidir.

“Há pouquíssimas dúvidas em nossa mente de que o regime sírio é culpado”, disse Carney.

O porta-voz afirmou que é inegável que as armas foram usadas, no que ele chamou de violação de uma norma internacional.

Pouco antes, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que o uso de armas químicas na Síria foi “real e convincente” e baseado em fatos.

“Foram utilizadas armas químicas na Síria”, disse o secretário de Estado, John Kerry, em duras declarações transmitidas pela televisão. “O que vimos na Síria na semana passada deveria atingir a consciência do mundo.”

Segundo o principal diplomata dos EUA, o uso de armas químicas, denunciado pela oposição síria, ocorreu em “larga escala” e de maneira “indiscriminada”, e ainda houve uma tentativa do regime sírio de acobertar o incidente.

Kerry disse que, ao retardar durante dias o acesso dos inspetores e ao fazer disparos contra o comboio no trajeto, o governo de Assad agiu como se tivesse algo a esconder.

“Nosso senso de humanidade básica é ofendido não só por esse crime covarde como também pela cínica tentativa de acobertá-lo”, disse Kerry.

O diplomata afirmou que o ataque foi “indesculpável” e “inegável”, acrescentando que existe uma razão clara para o fato de a comunidade internacional ter banido inteiramente as armas químicas e que o presidente americano, Barack Obama, acredita que os culpados devem ser responsabilizados.

O Departamento de Estado afirmou que o presidente Obama tem o “senso de urgência” para decidir, mas não estabeleceu um prazo.

Centenas de mortos
A oposição síria acusa o regime Assad de ter atacado com armas químicas a periferia da capital, Damasco, na madrugada da quarta passada, provocando 1.300 mortes, muitas delas de civis.

O governo sírio nega a autoria e afirma que a situação foi criada pelos rebeldes, a quem acusa de “terrorismo” e de tentar desestabilizar o país.

A denúncia e sua repercussão mundial fizeram as potências ocidentais, EUA inclusive, elevarem o tom da retórica e começarem a falar em intervenção militar na guerra civil da Síria, que já dura mais de dois anos, provocou mais de 100 mil mortes e gera uma crise humanitária e de refugiados na região.

Mas Rússia e China, aliadas da Síria com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, são contrárias a qualquer intervenção.

A proibição de armas químicas, definida em uma convenção internacional de 1993, é uma das mais fortes do direito internacional, junto com genocídio e tortura.

A Síria é um dos poucos países a não ter assinado a Convenção sobre a Interdição de Armas Químicas e não é membro da Organização encarregada de controlar a sua aplicação, a OIAC, mas isso não a exime de cumprir com o banimento desse tipo de armamento.

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