Paulo Roriz pode ser prefeito em Valparaíso de Goiás

“Serei candidato porque tá na hora de mudança” , Paulo Roriz

O crescimento do Distrito Federal ocorreu, nos últimos anos, de forma exponencial. Segundo o IBGE, somente no DF vivem pouco mais de 2,9 milhões de pessoas. Esse crescimento também foi visto na região do Entorno do DF, onde vivem pouco mais de 1,58 milhão de habitantes. Se somados os dois quantitativos, chegaremos a uma população de 4,4 milhões. Os números são de 2018.

As cidades do Entorno acabam passando por problemas semelhantes aos existentes no DF. Transporte, saúde, segurança, entre outros, são necessidades comuns às duas localidades.

Em uma dessas cidades, Valparaíso de Goiás, onde vivem quase 170 mil pessoas, o nome de Paulo Roriz vem sendo ventilado como um possível candidato à prefeitura em 2020.

Paulo Roriz nasceu em Luziânia e tem 61 anos. Ele é filho de Zequinha Roriz, que foi prefeito da sua cidade natal e em Valparaíso. Também é sobrinho de Joaquim Roriz (1936 – 2018), ex-governador do DF por quatro vezes. Paulo é filiado ao Democratas, partido do atual governador do estado, Ronaldo Caiado.

Em entrevista ao Jornal O Democrata, Paulo diz que a ideia de se candidatar surgiu de forma espontânea, há cerca de 80 dias. “Em 21 de agosto eu fui convidado a uma reunião na casa do Cassiano [Franco], líder do DEM na cidade, conversar sobre o VLT em Valparaíso”, relembra.

Na casa do político, haviam outras lideranças partidárias da cidade. A reunião sobre o assunto VLT foi considerada “proveitosa” por Paulo. E a pré-candidatura à prefeitura de Valparaíso surgiu naquela conversa. Paulo nega que a iniciativa seja dele. “Eu não autorizei nenhum boato sobre a candidatura a prefeito”, argumenta.

No entanto, a ideia de se candidatar lhe agrada. “Eu quero ser candidato a prefeito”, disse Paulo Roriz. “Eu tô com vontade, tô com disposição”, complementa.

Ele garante que, boa parte da sua votação no DF veio de eleitores que moram no Entorno e não fizeram a transferência do título de eleitor. “Boa parte dos votos que tive para deputado surgiram da região do Entorno”, aponta.

Em 2018, Paulo Roriz conquistou 11.970 votos na disputa ao cargo de deputado federal pelo PSDB e não foi eleito. Apesar de não conquistar o mandato, ele considerou a votação “boa”pois disse não ter se empenhado nesta campanha.

Antes disso, em 2006, Paulo Roriz foi eleito deputado distrital, sendo reeleito em 2010. Nas gestões dos ex-governadores José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, também ocupou as chefias das secretarias de Habitação no governo Arruda e do Entorno no governo Agnelo. Durante o mandato de Rodrigo Rollemberg não exerceu nenhum cargo político.

Paulo é empresário e atende a mais de 1.200 clientes no Entorno, todos eles donos comércios variados dentro da região. Ele diz ter conduzido uma pesquisa entre os seus clientes para saber sobre a aprovação de seu nome. A avaliação teria comprovado, segundo Roriz, que boa parte dos seus votos que o elegeram no DF tiveram origem no Entorno.

“Serei candidato porque tá na hora de mudança”, explica. “Precisamos mudar a forma de governar.

Do que Valparaíso precisa?

Questionado sobre as necessidades do povo valparaisense, Paulo Roriz é categórico: a gestão do município precisa mudar.

“Serei candidato porque tá na hora de mudança”, explica. “Precisamos mudar a forma de governar. Eu acho que o governante ele tem que ter passado um dia por uma administração. Eu sou empresário, não um político”, ressalta.

Ele diz ainda que Valparaíso é uma cidade “fácil de administrar” por não ter área rural, mas aponta problemas na gestão. “Nós temos 1.500 servidores comissionados, 16 secretarias e mais de R$ 5 milhões para folha de pagamento. Isso é um absurdo! Precisamos enxugar gastos”, arremata.

Roriz usa o exemplo da secretaria que comanda atualmente no GDF, a de Desenvolvimento da Região Metropolitana. “Lá temos oito servidores e o negócio acontece. Não do jeito que gostaríamos. Na minha empresa eu mando e tem que acontecer, enquanto no serviço público é mais lento”, ressalva.

E elogia a gestão de João Dória, atual governador de São Paulo. “Por que o governo de João Dória é aprovado? Porque ele é empresário e conhece da coisa”, explica. Sendo “o dono da caneta”. Paulo diz que pode implantar mudanças em Valparaíso. 

Sobre o atual mandatário, o prefeito Pábio Mossoró, Paulo diz que ele é “um bom menino”, mas não tem experiência com gestão. “Eu tenho uma empresa com mais de 200 empregados diretos e outros 1.400 indiretos. Eu acho que o político tem que ter experiência na administração antes de se candidatar”, pontua.

Paulo Roriz diz que quer ser prefeito “para tentar ajudar principalmente as pessoas mais humildes”. “Isso é coisa que minha família, especialmente meu tio Joaquim, me ensinou”, garante.

Ele diz ter visitado todos os bairros da cidade e conhecer os problemas da região. “Se vierem falar que sou aventureiro, estão enganados. Quem fala isso não conhece a minha história”, defende.

O empresário diz que algumas coisas precisam mudar. “Temos aquele engarrafamento na BR-040, que começa aqui na divisa e vai até o Shopping [Sul]. Aquilo você passa de segunda a segunda e tem engarrafamento”.

Roriz diz quais seriam as soluções: “Precisamos de um viaduto, construir uma entrada para cidade que dá uma demonstração de pujança”, reitera. Ele relembra que a cidade é a oitava economia do estado de Goiás e aponta que é possível fazer a intervenção através de empréstimos ou parcerias.

Secretaria de Desenvolvimento da Região Metropolitana

Em dezembro de 2018, Paulo Roriz foi convidado por Ibaneis Rocha (MDB) a ocupar uma secretaria no GDF, a de Desenvolvimento da Região Metropolitana. Nascido em Luziânia e filho de Zequinha Roriz, que foi prefeito de Luziânia e Valparaiso, Paulo teve um desafio: conduzir a criação da Região Metropolitana do DF.

A Medida Provisória nº 862/2018 alterava a Lei nº 13.089/2015, que institui o Estatuto da Metrópole. Com a mudança, o DF ficava liberado “para integrar região metropolitana com Municípios limítrofes ao seu território”. No entanto, em julho deste ano, encerrou-se o prazo para a edição de decreto legislativo.

A motivação para a não aprovação dessa MP foram os desentendimentos entre políticos do Distrito Federal e Goiás, incluídos os chefes dos Executivos das duas localidades.

Não obtendo sucesso nessa empreitada, Paulo Roriz está conta sobre outra missão: a criação do VLT entre o DF e Valparaíso de Goiás. “Fizemos várias reuniões no Governo Federal, no Ministério da Integração Nacional, na CBTU [Companhia Brasileira de Trens Urbanos], na ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] para que pudéssemos tirar esse projeto do trem do papel”, explica.

Ele garante que o projeto foi entregue e agora falta somente “a parte política”, onde ele diz que “não entra mais”. “A parte técnica eu fiz viabilizando o trem até Luziânia. Conseguimos até Valparaíso. Chegou na parte política eu passei a bola para os dois governadores [de Goiás e do Distrito Federal] e disse que eles conversassem com o Governo Federal”.

Segundo Roriz, os dois chefes de Executivo devem procurar os Ministros da Economia e da Integração Nacional para discutirem o projeto. “Os trens já existem e estão em Recife”. A empresa CBTU, diz Paulo, deu prazo até dezembro para utilizar os trens disponíveis. Caso contrário, as composições serão enviadas a Manaus. Mas o secretário garante que o projeto não será engavetado caso o prazo vença.

EPaulo Roriz faz uma ressalva sobre a gestão no Entorno do DF: “Eu acho que essa região nossa [do Entorno] se não tiver apoio dos dois governadores você não consegue nada”, arremata.

fonte:

redação - O DEMOCRATA