Polícia do DF apura vídeo com fotos e descrição sexual de adolescentes

 

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a origem de um vídeo que circula em redes sociais usando fotos de garotas entre 12 e 15 anos de Planaltina, atribuindo-lhes “característica sexuais”. As imagens foram retiradas de perfis em páginas da web – são selfies em casa e na escola ou registro de biquínis. A montagem é acompanhada por uma música do ritmo funk.

Mãe de uma das jovens, uma auxiliar de escritório que preferiu não se identificar conta que denunciou o caso à 16ª Delegacia de Polícia em outubro. Ela descobriu o vídeo por meio da própria filha, depois de chegar do trabalho. Segundo a mulher, a menina não tem inimigos.

“Ela ficou bastante abalada, estava chorando. Por sorte, [na época] não estava tendo aula [por causa da greve de professores da rede pública], porque o impacto teria sido maior”, afirma a mulher.

Além dela, outra mãe registrou ocorrência pelo crime na polícia. O vídeo traz mais de dez meninas e todas estudam no Centro de Ensino Fundamental 02, conhecido como Paroquial. Junto às fotos, há frases com conteúdo pornográfico, com supostas indicações do que as garotas fariam.

A auxiliar de escritório diz desconfiar que a montagem tenha sido feita por alguém da escola e conta que tentou pedir ajuda à coordenação. Procurada pelo G1, a Secretaria de Educação negou que a direção foi comunicada a respeito do problema e não informou se pretende adotar alguma postura sobre o ocorrido.

“Ela recebeu o vídeo de uma coleguinha, e todo mundo ficou comentando e perguntando se ela viu que estava no vídeo. É uma coisa horrível. São só palavrões, fotos delas, frases baixas. Do lado do nome e da foto da minha filha, vem ‘dente torto de tanto chupar’. Isso é um absurdo. Ela só tem 12 anos”, disse a mulher.

O caso é investigado como difamação. Se o responsável for descoberto e houver condenação, ele pode pegar entre 3 meses e 1 ano de prisão. A auxiliar de escritório afirma fazer questão de que o autor do vídeo seja identificado.

Fachada da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) (Foto: Raquel Morais/G1)

“Se foi um coleguinha, tem que tomar um medo para nunca mais fazer isso. Isso aí é injúria e difamação, está acabando com a imagem de várias pessoas. Imagina uma menina de 12 anos passando por essa situação”, diz a mãe. “Ela tem medo de sair na rua e ser apontada. E, mesmo ela ficando em casa na época da greve, sofreu constrangimento. Chorou, ficou revoltada.”

“Eu também fiquei revoltada, viu? É um absurdo você ter sua filha, você sabe qual criação você dá, ela está ali, e alguém pega uma foto da sua filha no Facebook na maldade e faz um vídeo somente para difamá-la e acabar com a imagem. A gente nunca aceita uma coisa dessas”, completou.

A Polícia Civil informou ter suspeitos de quem comentou o crime, mas não informou quantos são nem se já foram intimados a depor. Ao todo, três montagens circulam na web.

O incidente ocorreu semanas após a um caso semelhante em Planaltina de Goiás, quando dezenas de meninas também tiveram as fotos associadas a supostas características sexuais em um vídeo.

 

Fonte: G1

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