Ministros chegam a Varsóvia para negociações da ONU sobre o clima
As negociações internacionais sobre o clima devem se acelerar nesta terça-feira (19) em Varsóvia, na Polônia, com a chegada dos ministros dos países participantes, que têm a missão de concluir um texto que servirá de base para o acordo a ser firmado em 2015, em Paris, sobre a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.
A quatro dias do encerramento oficial da 19ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 19), várias questões centrais continuam criando obstáculos, principalmente sobre a ajuda financeira prometida pelos países ricos aos em desenvolvimento.
Essa conferência climática, aberta no dia 11 com a presença de negociadores de quase 200 países, vai definir as bases para um acordo global, que deverá ser suficientemente ambicioso para limitar o aquecimento da Terra a 2° C em relação ao período pré-industrial. Até o momento, se nada for feito, a tendência de aumento é de de 3,6° C, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
Se não houver avanços em Varsóvia, “esperamos que os governos sejam capazes de adotar uma decisão que permita progressos sobre as etapas, a estrutura e a lógica desse acordo”, declarou na segunda-feira (18) a secretária-executiva para o clima na ONU, Christiana Figueres.
Além disso, para se chegar a uma “decisão” no fim da conferência, serão necessários alguns progressos sobre a questão da assistência financeira aos países em desenvolvimento.
“Essa questão provoca muitas divergências”, disse à AFP Alden Meyer, diretor estratégico da ONG americana Union of Concerned Scientists.
“Os ministros que chegaram poderão ser capazes de trazer elementos de compromisso e desfazer algumas tensões”, considerou Meyer, mesmo que o progresso esperado seja modesto.
Em 2009, os países industrializados prometeram uma ajuda de US$ 100 bilhões (R$ 226,9 bilhões) por ano até 2020 para ajudar as nações mais vulneráveis a se adaptarem ao aquecimento global e reduzir suas emissões de gases como o CO2. Mas agora os países em desenvolvimento estão perdendo a paciência e exigindo mais compromissos intermediários.
Outra questão espinhosa é a das “perdas e danos” sofridos em decorrência do aquecimento global, independentemente das ações adotadas para adaptação. Os governos ricos querem criar um “mecanismo” para ajudar as nações em desenvolvimento a identificar essas “perdas e danos” e a lidar com isso.
Mas a criação de um novo órgão não é de interesse dos países desenvolvidos, que preferem resolver a questão com os mecanismos já existentes. (Por: LUSA)