Presidente iraniano defende organização de eleições livres na Síria

O presidente do Irã, Hassan Rohani, declarou nesta quinta-feira em Davos que a “melhor solução” para a Síria é “organizar eleições livres e democráticas” no país, sem interferência externa.

No dia seguinte à abertura da conferência de paz sobre o conflito que abala a Síria há três anos em Montreux, Suíça, o presidente iraniano, que discursou durante o Fórum Econômico de Davos, considerou que “nenhum partido ou potência estrangeiros devem decidir no lugar do povo sírio e da Síria enquanto país”.

O Irã não participa da Conferência de Genebra II, depois que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, retirou o convite feito à Teerã devido à recusa do país de aceitar o princípio de uma transição política na Síria, envolvendo representantes do regime e da oposição.

As duas partes em conflito na Síria devem se reunir em Genebra na sexta-feira sob os auspícios do mediador da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.

Falando de uma “situação miserável na Síria”, Hassan Rohani indicou que estava “triste em razão da presença de terroristas, dilacerando a Síria e derramando o sangue de pessoas inocentes”.

O presidente utilizou a terminologia do regime de Bashar al-Assad, seu aliado, que qualifica todos os combatentes da oposição como “terroristas”.

Sobre a questão nuclear, Hassan Rohani descreveu como “o maior acontecimento desde a Revolução Islâmica” o acordo alcançado em Genebra em novembro com cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha, sob a liderança de Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia.

“O Irã nunca desejou ter uma bomba atômica, e no futuro não será diferente”, insistiu Rohani, querendo tranquilizar o seu público em Davos, que reúne a elite econômica e política mundial.

A comunidade internacional suspeita que o país desenvolve um programa de armas nucleares sob o disfarce de seu programa civil. Rohani tenta convencer em Davos os investidores a investir em massa no Irã, que possui vastos recursos energéticos, após o levantamento de algumas sanções internacionais.

Nos termos do acordo de novembro, que entrou em vigor este mês, as atividades nucleares de Teerã devem ser parcialmente congeladas, em troca do levantamento parcial das sanções internacionais, particularmente no setor do petróleo.

No plano internacional, Teerã quer “aprofundar os seus laços com os países vizinhos” e “cooperar com os países europeus”, declarou o líder iraniano, partindo do pressuposto de que “nenhum país pode resolver os seus problemas sozinho”. “Estamos todos no mesmo barco”, disse.

Entre os estados vizinhos que ele deseja se aproximar, Rohani citou a Turquia, o Iraque, o Paquistão, o Afeganistão, os países da Ásia Central, bem como “da região do Cáucaso”. Ele indicou, em resposta a uma pergunta, que todos os países reconheceram oficialmente que a abertura da República Islâmica teve um impacto positivo.

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