Quase 300 mil fogem de combates em região iraquiana (ONU)

Quase 300.000 pessoas fugiram dos combates entre as forças de segurança e os insurgentes na província de Anbar, o maior deslocamento no Iraque desde o início da violência religiosa, há sete anos, anunciou a ONU.

Nesta província sunita, que faz fronteira com a Síria, o Exército e a polícia realizam desde o final de dezembro operações para retomar o controle de várias áreas dominadas por combatentes o Estado Islâmico do Iraque e no Levante (EIIL), um poderoso grupo jihadista, e por combatentes de tribos anti-governamentais.

“Durante as seis últimas semanas, quase 300.000 iraquianos, ou 50.000 famílias, se deslocaram em razão da insegurança nos arredores de Ramadi e Fallujah”, indica um comunicado do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (Acnur).

Em 24 de janeiro, o Acnur havia indicado um balanço de 140.000 deslocados.

No final de dezembro, bairros inteiros de Ramadi, capital da província de Al-Anbar, assim como a cidade vizinha de Fallujah, foram ocupados pelos insurgentes, dando início aos combates com as forças de segurança, apoiadas por tribos pró-governamentais.

“A maioria dos deslocados fugiram para as províncias próximas de Al-Anbar, enquanto que cerca de 60.000 pessoas foram para regiões mais distantes”, acrescenta o comunicado desta agência da ONU.

Os deslocados de Al-Anbar juntam-se aos mais de 1,1 milhão de seus compatriotas que fugiram da violência durante os últimos anos e que ainda não retornaram para casa.

Centenas de milhares de iraquianos fugiram de suas casas na pior onda de violência sectária em 2006-2007 no Iraque, quando as tropas americanas ainda estavam no país, invadido em 2003.

Em uma declaração divulgada nesta quarta-feira pela televisão estatal, o primeiro-ministro iraquiano Nuri al-Maliki, um xiita, prometeu incorporar à polícia combatentes tribais leais ao governo nesta província.

A polícia de Al-Anbar “absorverá os corajosos filhos das tribos” que permaneceram ao lado das forças de segurança, prometeu.

Deputados americanos acusaram recentemente o premiê Maliki de alimentar a onda de violência pela lentidão do processo de reconciliação entre xiitas e sunitas.

O primeiro-ministro tem apelado os habitantes de Al-Anbar a “tomar uma posição” contra os insurgentes, insistindo que era “hora de acabar com essa questão e pôr fim à presença de gangues na cidade”.

No sábado, o governador de Al-Anbar, Ahmed al-Dulaimi, tinha dado aos insurgentes em Ramadi e Fallujah uma semana para depor suas armas em troca de uma anistia. (AFP)

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