Governo da Venezuela e oposição se reúnem hoje
eunião entre o presidente Nicolas Maduro e a oposição deve acontecer nesta terça-feira (8) na Venezuela. O líder venezuelano aceitou finalmente na noite de ontem se reunir com os opositores que, há dois meses, protestam contra seu governo.
O diálogo foi proposto pelos chanceleres da Unansul que tentam mediar uma solução para a crise que atravessa o país. A coalizão opositora mantém suspense sobre sua participação. Hoje, ela volta a se reunir com os oito ministros das Relações Exteriores da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em um hotel de Caracas, e pede o respeito de algumas condições para se reunir com Nicolas Maduro. Entre elas, uma pauta clara de discussões e que o encontro seja retransmitido ao vivo pelo radio e televisão.
“Tivemos uma conversa bastante ampla. Eles me propuseram fazer uma reunião amanhã (terça) com a delegação da oposição, e eu aceitei”, disse Maduro, no final de um encontro de mais de uma hora com oito chanceleres da Unasul. “Se essa reunião (entre governo e oposição) for finalmente concretizada, será uma grande mensagem de paz, de democracia, do nosso país a todo o nosso povo”, disse Maduro à imprensa no Palácio de Miraflores. “Oxalá os dirigentes políticos da MUD [principal força da oposição] não recuem e se sentem para dialogar”.
Maduro e a oposição trocam farpas. O presidente da Venezuela acusa seus adversários políticos de tentarem provocar um golpe de Estado com os protestos. Já a MUD responsabiliza o governo pela detenção do líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López, e de outros dois prefeito e também culpa Maduro pela cassação da deputada opositora María Corina Machado.
A onda de protestos iniciada no começo de fevereiro para exigir mais segurança após um ataque contra uma estudante se alastrou por todo o país. A crise econômica, a repressão policial, a prisão de estudantes e dirigentes da oposição e as dúvidas sobre a competência do presidente Maduro também passaram a integrar a pauta das manifestações. As oito semanas de protesto já deixaram 39 mortos, 600 feridos e mais de 100 denúncias de violações dos direitos humanos. (RFI)