Preços menores atraem brasileiros para grandes shows no Paraguai

O assessor de marketing Marcelo Antúnez, do Grupo Garzia – responsável por quase todos os grandes espetáculos apresentados em Assunção desde 2011 quando em 15 dias se apresentaram Guns n’ Roses e Aerosmith -, lembra que os paraguaios tinham que ir até o Brasil ou à Argentina para poder apreciar shows de artistas de fama mundial. “Hoje o Paraguai faz parte deste roteiro e temos percebido que isso também tem atraído muitos brasileiros, argentinos e bolivianos que vivem em regiões mais próximas”, destaca ao lembrar que o show com maior público foi o do Black Eyed Peas, com mais de 40 mil pessoas.

Além das distâncias mais curtas – de Foz do Iguaçu a Assunção são 330 km contra 530 km até Curitiba ou 1,1 mil até São Paulo -, o preço dos ingressos é outro importante diferencial. Em Curitiba, o valor das entradas para o show do Guns n’ Roses, no dia 30 de março, variavam de R$ 110 (meia) a R$ 600. Em Assunção, a apresentação na quarta-feira (9) poderá ser vista pelo equivalente a R$ 100 até R$ 485. A vantagem maior fica por conta dos custos e do tempo da viagem: menos da metade no trecho mais curto.

Entre as opções estão os pacotes oferecidos por agências de turismo da região ou as viagens organizadas por grupos de amigos. “Quem viaja em grupo quer economizar”, observa a agente Fernanda Teixeira. “Na última viagem que fizemos, em novembro de 2013 para o show do Red Hot Chilli Peppers, lotamos um ônibus. Em outras, como para a apresentação da Shakira, foram três ônibus”, recorda. O pacote de ida e volta de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, à capital paraguaia, mais o ingresso para uma das áreas mais próximas ao palco, foi vendido a R$ 510 por pessoa.

Viagem tranquila
A experiência vale a pena garantem alguns fãs como a coordenadora de ventos Priscila Pagliotto, que esteve na apresentação dos californianos em novembro. “A viagem é tranquila. Saímos de Foz por volta das 13h e às 6h30 do dia seguinte estávamos de volta. O show começou na hora e a organização também foi muito boa. Se tivesse ido para outro lugar, gastaria muito mais. Teria que ir de avião e ficar hospedada em algum hotel, mais a alimentação”, contabiliza. Na capital paulista, as entradas variavam de R$ 120 (meia) a R$ 500. “Só com o que pagaria pelo ingresso em São Paulo fiz a viagem e vi o show. Agora que aprendi o caminho vou aproveitar sempre que puder.”

Grupos de amigos que se organizam também conseguem economizar dividindo as despesas. O auxiliar administrativo Paulo Lang, de Marechal Cândido Rondon, também no oeste, e outros dez amigos alugaram uma van em Foz do Iguaçu, de onde partiram para a apresentação da cantora Shakira em Assunção. “Paguei cerca de R$ 80 pelo ingresso e R$ 25 pelo transporte de ida e volta até Assunção. Muito menos do que seria necessário para ir ao mesmo show em São Paulo ou no Rio de Janeiro”, reforça.

Em 2013, foram 12 grandes shows organizados por Garzia Group. Depois das apresentações de Metallica, Guns n’ Roses – que volta ao Paraguai depois de dois anos e meio – e Thirty Seconds To Mars marcado para o dia 11 de maio, Antúnez adianta que ainda não há outros shows previstos. “A expectativa agora é para o segundo semestre. As negociações dependem de turnês internacionais pela América Latina”, observa. “Isso é fundamental também para conseguirmos ingressos acessíveis, um dos nossos principais diferenciais em relação a outros países”, diz o empresário.

Maioria dos espetáculos internacionais na capital paraguaia é realizada no palco montado no Jockey Club (Foto: Garzia Group / Divulgação) – Por Fabiula Wurmeister, do G1 PR, em Foz do Iguaçu.