Ex-chefe de Inteligência é morto na Venezuela
O ex-chefe do serviço de inteligência da Venezuela Eliecer Otaiza foi morto no sábado, revelaram autoridades. Otaiza, um amigo e aliado do presidente Hugo Chávez, que morreu em 5 de março do ano passado, foi atingido por disparos nos arredores da capital, Caracas.
O presidente Nicolás Maduro afirmou que a polícia investigará as circunstâncias “suspeitas” de sua morte. Otaiza havia sido eleito em dezembro como conselheiro local para o partido governista PSUV para a área de Libertadores. Segundo a polícia, ainda não está claro o que motivou sua morte.
O corpo foi descoberto no sábado nos arredores da capital com quatro ferimentos a bala, afirmou o ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres. Ele acrescentou que o conselheiro local foi encontrado sem nenhum documento, dificultando sua identificação, que só aconteceu na segunda-feira.
Segundo Torres, a descoberta subsequente do carro roubado e crivado de balas de Otaiza levou as autoridades a suspeitar que o corpo seria dele. Da última vez em que foi visto, Otaiza saía de sua casa na noite de sexta-feira.
Como amigo próximo de Chávez, Otaiza apoiou o golpe frustrado de 1992 para depor o então presidente Carlos Andrés Perez. Em 27 de novembro de 1992, ele foi atingido por quatro disparos durante uma tentativa de invadir o palácio presidencial de Miraflores, mas sobreviveu.
Chávez dedicou um capítulo em um de seus livros autobiográficos ao major e a seu papel no que o ex-presidente chamava de “Revolução Bolivariana”. Ele relatou que Otaiza, na época um tenente, tentou retirá-lo da prisão de Yare, para onde Chávez havia sido levado depois da tentativa de golpe.
“Ele chegou à prisão disfarçado de mulher e, a propósito, estava bem feio”, escreveu Chávez. O ex-presidente lembrou que pediu para o tenente ir embora “para trabalhar do lado de fora pela revolução”. Mais tarde, Otaiza formou parte da guarda pessoal de Chávez e foi nomeado diretor do serviço de inteligência nacional nos anos iniciais da presidência chavista.
A Venezuela tem um dos índices de assassinato mais altos na região, e poucos assassinatos são solucionados. Raiva com a falta de segurança e a criminalidade, além da frustração com a situação econômica ruim do país, levaram a protestos em massa contra o governo nos últimos meses. (AP)