Papa Francisco critica machismo que considera a mulher como segunda classe

O papa Francisco criticou hoje (22) “os excessos do machismo”, que qualifica a mulher como “segunda classe” e denunciou “a instrumentalização e a comercialização do corpo feminino na atual cultura midiática”.

Durante a audiência geral na Praça de São Pedro, o papa denunciou as “variadas formas de sedução enganosa e prepotência humilhante” exercidas sobre as mulheres, como “os excessos do machismo, que considera a mulher de segunda classe”.

“Pensemos também na instrumentalização e comercialização do corpo feminino na atual cultura midiática”, acrescentou. O papa lembrou que de acordo com a Igreja Católica, quando Deus criou Adão, este estava sozinho mas “quando lhe apresentou uma mulher, o homem reconheceu aquela criatura como parte dele – osso dos meus ossos, carne da minha carne. Há um reflexo, uma reciprocidade”.

Francisco acrescentou que “a mulher não é uma réplica do homem, mas foi criada diretamente por Deus”. A ideia de que Eva foi criada a partir da costela de Adão “não significa inferioridade ou subordinação, mas que homem e mulher são a mesma substância e são complementares, também têm essa reciprocidade”, disse o papa.

Ele afirmou que “Deus deposita no homem e na mulher uma confiança plena mas o mal coloca nos seus corações a sombra da suspeita e da desconfiança que leva à desobediência a Deus e a destruição da harmonia entre eles”.

“A relação vê-se assediada por mil formas de sedução enganosa, humilhação e até de violência”, acrescentou o papa. Essas situações aumentaram a desconfiança entre o homem e a mulher “e a dificuldade de uma aliança plena, capaz de uma relação íntima de comunhão e de respeito das diferenças”, explicou.

“Ao mesmo tempo, desvalorizou-se socialmente a aliança estável e criadora entre ambos, o que constitui uma grande perda para todos. É importante que se volte a valorizar o casamento e a família”, destacou Francisco. (Agência LUSA de Portugal)

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