Patrimônio da Humanidade ameaçado

Combatentes do Estado Islâmico ergueram sua bandeira sobre uma antiga cidadela na cidade histórica de Palmira, na Síria, de acordo com fotos postadas na Internet durante a noite por simpatizantes do grupo.

Teatro na cidade histórica de Palmira, em foto de 2008 (Foto: Omar Sanadiki/Reuters)
Teatro na cidade histórica de Palmira, em foto de 2008 (Foto: Omar Sanadiki/Reuters)

Os militantes tomaram a cidade, também conhecida como Tadmur, na quarta-feira (20), depois de dias de violentos combates com o exército sírio.

“A cidadela de Tadmur está sob o controle do Califado”, dizia a legenda de uma das fotos postadas em sites de mídia social. Em outra, um combatente sorridente aparece de pé em cima de uma dos muros da cidadela, carregando a bandeira preta.

Não foi possível verificar a autenticidade das fotos.

O grupo extremista radical sunita declarou um califado islâmico no território que controla no Iraque e na Síria, realizou operações na Líbia e, na sexta-feira, assumiu a responsabilidade por um ataque suicida contra uma mesquita no leste da Arábia Saudita.

A cidade de Palmira é famosa por suas colunas romanas, templos e torres funerárias, vestígios de um brilhante passado. Situada 210 km ao nordeste de Damasco, a “pérola do deserto”, considerada patrimônio mundial da humanidade pela Unesco, é um oásis que viu seu nome aparecer pela primeira há 4.000 anos e foi um local de trânsito das caravanas entre o Golfo e o Mediterrâneo, assim como uma etapa na Rota da Seda.

Preservação
Segundo o ministro sírio para Antiguidades, Maamun Abdelkarim, os jihadistas entraram na quinta-feira no museu local e “quebraram réplicas de gesso que representam a vida na era pré-histórica”.

“Depois retornaram na sexta-feira, fecharam as portas e colocaram guardas”, completou Abdelkarim em uma entrevista coletiva em Damasco, na qual citou os depoimentos de moradores de Palmira.

A maior parte das antiguidades do museu foi retirada e levada para Damasco antes do EI assumir o controle de Palmira. “Não ficou quase nada no museu da cidade, que fica fora do sítio arqueológico de Palmira”, completou Abdelkarim.

“Enviamos progressivamente peças antigas para Damasco, mas há peças enormes como os sarcófagos (na entrada do museu) que pesam de 3 a 4 toneladas e que não conseguimos mover. Isto é o que nos preocupa”, disse.

O ministro também disse que não foram registradas movimentações do no sítio arqueológico e manifestou o desejo de que os jihadistas “não repitam as mesmas destruições que cometeram no Iraque”. (AFP)

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