Palestina confiante antes da votação da resolução contra Israel

O presidente da Federação Palestina de Futebol, Jibril Rajoub, disse  nesta terça-feira que se sente confiante no sucesso da resolução que pretende colocar para votação no congresso da Fifa para suspender Israel de competições internacionais.

“Se estou confiante antes da votação de sexta-feira? Claro. Quem vai votar a favor do racismo. Quem vai votar a favor de uma política que humilha as pessoas”, sentenciou o dirigente.

Membro da Fifa desde 1998, a Palestina pede a exclusão de Israel de competições internacionais, alegando um “comportamento racista contra os árabes”, no que diz respeito, principalmente, a restrições no deslocamento de atletas palestinos.

Também denuncia a criação de “cinco clubes em colônias implantadas em terras ocupadas desde 1967, clubes que participam nos campeonatos nacionais israelenses em violação ao direito internacional”.

Na segunda-feira, no entanto, o comitê executivo da Fifa, principal órgão executivo do futebol mundial, deixou claro que “uma federação não pode ser suspensa se não violar os estatutos”.

“Mas Israel está violando os estatutos”, rebateu Rajoub, entrevistado no seu hotel, em Zurique. “Israel não está combatendo o racismo na família do futebol”, completou o palestino, que acusa a federação israelense de fechar os olhos para comportamentos racistas dos torcedores do Beitar, de Jerusalém.

O futebol, muito popular nos territórios palestinos, é mais uma vítima colateral do conflito no Oriente Médio.

Para jogar, a seleção palestina precisa enfrentar vários obstáculos para se deslocar, por causa dos ‘checkpoints’ na Cisjordânia ocupada e interdições de circular entre Cisjordânia e faixa de Gaza.

Alguns jogadores, inclusive, chegaram a ser presos, por suspeitas de pertencer a grupos armados.

De acordo com o regulamento da Fifa, a resolução precisa ser votada por 75% dos membros participantes do congresso (são 209 votos, um por federação nacional) para ser aprovada.

O presidente da Fifa teve reuniões com o primeiro ministro Benjamin Netanyahu na terça-feira e o presidente palestino Mahmud Abbas na quarta, mas não conseguiu resolver o impasse, já que a resolução foi mantida pelos palestinos.

Blatter tinha feito desse assunto sua “prioridade número um” para chegar com força no congresso, cuja pauta principal é a eleição presidencial, na qual o suíço busca um quinto mandato.

Na eleição de sexta-feira, o suíço terá como concorrente o príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein, 40 anos mais novo, único candidato de oposição desde a desistência do ex-craque português Luis Figo e de Michael Van Praag, presidente da federação holandesa. (AFP)

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