Propina da merenda foi paga em cheques de R$ 50 mil

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A Coaf (Coooperativa Orgânica Agrícola Familiar) assinou um cheque no valor de R$ 50 mil destinado a José Merivaldo dos Santos, ex-assessor do gabinete do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB).

Segundo as investigações da Operação Alba Branca, o pagamento pode ter relação com fraude de licitações na compra de merendas. A Operação investiga negócios entre a Coaf e a Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para fornecimento de R$ 11,4 milhões em suco de laranja. A operação apura também negócios entre a entidade e dezenas de municípios.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que o cheque de R$ 50 mil seria para pagar a primeira parcela do valor acordado. Isso indica, ainda segundo a investigação, que Merivaldo e Pereira atuariam juntos.

Merivaldo chegou a depositar o cheque em sua conta pessoal, mas não tinha fundos, aponta a investigação.

O contrato de propina indicava que os repasses seriam feitos à medida que o Estado pagasse pelo suco.

“As partes obrigam-se a manter a mais absoluta confidencialidade de todas as informações, dados e documentos”, diz a cláusula nona do contrato.

O documento apreendido também aponta que os negócios fechados entre a Coaf e o governo deveriam ser informados à Paciello Consultoria, atribuída à advogada Vanessa Paciello Laurino, para que fossem feitos os pagamentos a Pereira.

Vanessa é apontada por investigadores como cunhada do lobista Marcel Ferreira Julio, que atuava para a Coaf nos negócios junto ao Estado.

OUTRO LADO

A publicação conversou com o ex-assessor do deputado estadual Fernando Capez (PSDB), José Merivaldo dos Santos. ELe negou que o cheque seja de propina ou relacionado à Coaf. “Esse cheque foi de uma dívida que me deram”, alegou.

A Secretaria Estadual de Educação já havia afirmado que o negócio fechado com a Coaf, após a abertura do segundo edital, foi mais vantajoso para os cofres públicos do que teria sido após o primeiro edital.

A assessoria de Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, disse que o deputado “tem todo o interesse na apuração, sempre esteve e sempre estará à disposição para esclarecer o que estiver a seu alcance”.

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