Bomba implode Zé Eliton e beneficia Ronaldo Caiado em Goiás
Mesmo não tendo nenhuma relação com as investigações da operação Cash Delivery, José Eliton absorve o impacto político da ação da PF. Agora Ronaldo Caiado voa em céu de brigadeiro e pode ganhar o governo de Goiás já no primeiro turno
Goiás ficou estarrecido com a pressão preventiva do coordenador-geral da campanha de reeleição do governador José Eliton, ocorrida na sexta-feira, dia 28. Além de encarcerar Jayme Eduardo Rincone mais quatro pessoas ligadas ao ex-governador Marconi Perillo, a Polícia Federal comprimiu 14 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Perillo.
Segundo a PF, a operação Cash Delivery, apura pagamentos indevidos de valores a agentes públicos no Estado. Segundo a corporação, foram constatados repasses suspeitos superiores a R$ 10 milhões em 2014. O objetivo é colher provas da prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa atribuída a Perillo, em colaborações premiadas de executivos da Odrebrecht, realizadas junto à Procuradoria-Geral da República.
“A suspeita é de que, quando esteve no cargo de senador em 2010 depois como governador, em 2014, Perillo teria solicitado e recebido propina no valor de R$ 2 milhões e R$ 10 milhões, respectivamente, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras em Goiás.
Além de Perillo e do ex-presidente da Agetop Jayme Rincon, foram alvos da operação o filho do coordenador de Zé Eliton, Rodrigo Godoi Rincon, o policial militar Márcio Garcia de Moura, o ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior.
As prisões temporárias foram pedidas para assegurar que eles não atrapalhem as investigações, destruindo ou forjando provas. Por ser candidato às eleições de 2018, a lei eleitoral não permite que Marconi Perillo seja preso entre 15 dias antes das eleições e 2 dias após o pleito”, esclareceu o Ministério Público Federal.
Os mandados foram expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás e foram cumpridos nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia (GO), Pirenópolis (GO), Aruanã (GO), Campinas (SP) e São Paulo(SP). Os envolvidos, entre eles empresários, agentes públicos e doleiros, responderão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A investigação teve início em junho do ano passado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com a renúncia de Perillo ao mandato de governador de Goiás, o caso desceu para a primeira instância, devido a perda do foro privilegiado.
Zé Eliton
O governador José Eliton não tem nenhuma relação com as investigações da PF. Só que politicamente ele é a principal vítima. As pesquisas que não são muito favoráveis à sua reeleição, segundo especialistas, agora podem piorar e ajudar Ronaldo Caiado (DEM) a levar o Governo goiano no primeiro turno.
Marconi
O ex-governador Marconi Perillo, emitiu nota sobre a ação da PF. A defesa do ex-governador falou sobre a deflagração da operação Cash Delivery, que tem como alvo o tucano e aliados.
No comunicado, o advogado de Marconi afirma que repudia a ação, que o ex-governador foi citado na delação da Odebrecht por fatos ocorridos em 2010 e 2014 e diz ser evidente que os fatos devem ser apurados.
“A palavra do delator é isolada e não há, sequer en passant, qualquer fiapo de indício contra o Marconi Perillo. A busca e apreensão na residência do ex-governador há 9 dias da eleição assume um caráter claramente eleitoreiro “, diz.