Em menos de um mês de transição, novo governo tem 33 lideranças definidas

O governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), indicou, ontem, quatro novos nomes para a composição do Executivo local, chegando ao total de 33 lideranças de secretarias, órgãos e estatais definidas. O emedebista anunciou o distrital Wellington Luiz (MDB) para a Presidência da Companhia do Metropolitano do DF (Metrô), que atende 160 mil usuários por dia. Também escolheu a advogada Denise Fonseca para a chefia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e deixou a cargo do administrador Wilder Santos as Centrais de Abastecimento (Ceasa). O futuro chefe do Palácio do Buriti ainda colocou à frente da Secretaria da Juventude o pedetista Leo Bijos.
Correligionário de Ibaneis, Wellington é o primeiro integrante da equipe responsável pelo transporte público do DF nos próximos quatro anos — resta a definição dos comandos da Secretaria de Mobilidade e do DFTrans. Para o governador eleito, o parlamentar será capaz de assumir a função e valorizar as áreas técnicas da empresa, sem “armar o metrô de forma política”. “Eu acompanhei bastante o mandato do Wellington. Ele sempre teve um excelente relacionamento com todos dentro do metrô. É um grande parceiro político, bastante esclarecido”, justificou o governador eleito.
Wellington vai liderar um quadro de pessoal com 1.331 servidores efetivos, conforme o Portal da Transparência, a frota de 32 trens e o trabalho de 24 estações em funcionamento. Agente aposentado da Polícia Civil, o emedebista atuou no Executivo local na gestão de Agnelo Queiroz (PT), quando assumiu a Secretaria de Regularização de Condomínios. Ele ocupa a Vice-Presidência do MDB no DF.
O parlamentar não comentou os planos para a estatal. Mas assegurou que dará enfoque ao investimento em tecnologia. “Brasília precisa se modernizar. O avanço da tecnologia é a ideia da nova gestão. A população terá a garantia que trabalharemos muito”, afirmou. Outra prioridade da gestão será “acalmar os ânimos” dos servidores, que tentaram uma greve ainda este ano, mas acabaram aceitando um acordo com o GDF. No cargo, o deputado ficará à frente de diversos projetos anunciados por Ibaneis Rocha ao longo da campanha, como a modernização do metrô, a expansão para a Asa Norte, a ampliação dos trilhos em Ceilândia e Samambaia, além da integração com outros meios de transporte.
Além dos comandos remanescentes da Mobilidade, o governo precisa bater o martelo sobre outra área prioritária: a saúde. Diversos nomes estão no páreo. O diretor do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Adriano Ibiapina, é o preferido do ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR), liderança do núcleo da transição responsável pelo setor. Não houve, contudo, indicação formal.
Produtores
Servidora de carreira da Emater, Denise ficará à frente da estatal vinculada à Secretaria de Agricultura, cujo titular será Dilson Resende. A primeira mulher a assumir o cargo terá a missão de articular o aumento do número de empréstimos do BRB para produtores rurais. “A Emater tem 40 anos, e eu tenho 20 anos de carreira lá. Sinto-me apta ao desafio e a cumprir todas as metas do governo”, comentou a conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB/DF).
Na Ceasa, outro braço da pasta de Agricultura, o ex-produtor rural do Núcleo Rural de Taquara e subsecretário de Regularização Fundiária da Área Rural entre 2015 e 2016, Wilder Santos, assumirá a gestão com três pautas prioritárias. “Precisamos investir na valorização dos empregados da Ceasa, retomar as conversas com os produtores, abrindo mais espaço para eles na comercialização, e valorizar também permissionários, que precisam ter mais clientes”, adiantou.
O estacionamento rotativo em frente à sede, que, de acordo com os produtores, afastou clientes, tende a ser revisto. “Precisamos rever todos os contratos que foram feitos com a empresa, que, hoje, está prestando serviço. Num segundo momento, vamos encontrar formas de atrair os clientes para dentro da Ceasa”, disse.
Autoestima
Presidente da Juventude do PDT/DF e secretário-geral adjunto do partido, Leo Bijos comandará uma pasta cujo formato segue indefinido. Na estrutura da gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB), a área reúne políticas para crianças, adolescentes e juventude. Mas elas serão desmembradas em dois órgãos. Ainda não está definido em qual órgão ficará vinculado o sistema socioeducativo.
Apesar de a sigla ter oficialmente apoiado a candidatura à reeleição de Rollemberg, boa parte do partido se recusou a fazer campanha para o socialista. Alguns pedetistas, como o distrital Cláudio Abrantes, pediram voto para Ibaneis. Não está acertado se o PDT terá outras pastas na futura gestão.
Leo Bijos diz que pretende fazer uma gestão voltada ao “resgate da autoestima dos jovens”. “O Distrito Federal tem mais de 700 mil jovens, muitos deles em situação de vulnerabilidade. A ideia é traçar um perfil socioeconômico dessa população, que indique problemas, como os jovens que não trabalham nem estudam”, ressaltou o futuro secretário.
Escolhido, na última quarta-feira, por Ibaneis para atuar como coordenador das administrações regionais em um gabinete vinculado à Casa Civil, o ex-presidente do MDB no DF Gustavo Aires falou ontem pela primeira vez. Ele ficará encarregado da articulação desses órgãos. “O governo pretende empoderar as administrações para garantir mais autonomia e voz aos titulares”, pontuou. O emedebista não esclareceu, porém, como serão escolhidos os gestores.