Maguito Vilela: internado com covid-19 e inconsciente, candidato é eleito prefeito de Goiânia

Aos 71 anos, o emedebista testou positivo para covid em 20 de outubro, quando apresentava sintomas leves.
Antes disso, em agosto, ele havia perdido para o coronavírus, em menos de dez dias, duas irmãs: Nelita, de 82 anos, e Nelma, de 76.
Em uma semana, o quadro de saúde do político se agravou muito. Maguito atingiu nível crítico de oxigenação, com até 75% dos pulmões comprometidos pelo vírus, e foi transferido, por decisão da família, de um hospital em Goiânia para o Albert Einstein.
No dia 30 de outubro, precisou ser intubado pela primeira vez devido à insuficiência respiratória. Desde então, seu quadro variou bastante.
Após uma melhora, o tubo foi retirado em 8 de novembro e o candidato estava acordado e consciente, respirando por conta própria. Isso durou até 15 de novembro, quando Maguito acordou mais ofegante que o normal, com dificuldades para respirar.
O então candidato foi posto para dormir naquele dia ainda sem saber que passaria para o segundo turno das eleições em primeiro lugar, ao lado de Vanderlan Cardoso, derrotado neste domingo.
Segundo boletim médico divulgado pelo Einstein neste domingo à tarde, Maguito “encontra-se traqueostomizado, sedado e conectado a ventilação mecânica com parâmetros satisfatórios de oxigenação”.
A traqueostomia foi adotada desde o dia 17 de novembro, para proteger o sistema respiratório do político, já que a intubação prolongada gera riscos, como lesões na garganta e prejuízo às cordas vocais.
Conforme o hospital, o estado de saúde do emedebista é grave, mas estável, e ele passa por hemodiálise (filtragem do sangue através de aparelhos, quando o rim doente não pode fazer essa função sozinho) contínua.
Segundo a assessoria de imprensa da campanha de Maguito, ele seguia inconsciente neste domingo.
Sem previsão de alta
Com Maguito fora de cena desde 18 de outubro, quando começou a apresentar sintomas da doença, seu filho Daniel Vilela, presidente do MDB de Goiás e vice-presidente nacional da legenda, assumiu o protagonismo da campanha, disputando a atenção com o candidato a vice pastor Rogério Cruz (Republicanos).
Antes de ser eleito prefeito de Goiânia, Maguito teve longa trajetória política. Foi vereador em Jataí (GO), deputado estadual, deputado federal constituinte, vice-governador e governador de Goiás, senador e por duas vezes prefeito de Aparecida de Goiânia (GO).
Em 2007, foi nomeado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, como vice-presidente do Banco do Brasil. Ao lado do filho, foi citado nas delações de executivos da Odebrecht, sob acusação de ter recebido R$ 1,5 milhão em caixa dois para campanha.
À época, tanto ele quanto o filho negaram as acusações e disseram desconhecer os delatores.
Segundo informações do UOL, Maguito não tem qualquer previsão de alta. Aos familiares, os médicos dizem que o candidato deve passar boa parte de dezembro sedado. Depois disso, seguirá na UTI por algum tempo.
Ainda segundo o portal, citando juristas, caso o político continue internado até 1º de janeiro, toma posse o vice-prefeito e Maguito assumiria após sua recuperação. Em caso de falecimento do eleito entre o fim da disputa e o dia da posse, o vice também assume.