9 de dezembro de 2023

‘Eu tenho quatro cachorros e não queria jamais ter feito isso’, diz PM que matou cão após ataque contra ele e a filha pequena

Soldado Moraes diz que precisou, 'numa fração de segundos', tomar decisão que salvou a vida da criança de apenas 1 ano e 6 meses que estava em seu colo. 'A culpa é do tutor', diz

“Foi um testemunho muito forte e que eu vou levar para o resto da vida”, relembra Ricker Maximiano de Moraes, de 34 anos. Na noite do último dia 3 de setembro, ele estava em frente ao portão de casa, em Cuiabá (MT), com a filha pequena no colo, quando foi surpreendido por um cão de grande porte, da raça american bully – similar à raça pitbull , que fugiu da residência do vizinho e correu em velocidade em sua direção. Ele, que estava à paisana mas é soldado da Polícia Militar, sacou a arma e acabou matando o animal a tiros depois de ser alcançado. Esta semana, as imagens das câmeras de segurança da rua, que flagraram o ataque, viralizaram nas redes e dividiram opiniões na internet.

O soldado Moraes garante que só matou o cão porque não restava outra alternativa: precisava se defender e defender a sua filha de 1 ano 6 meses. À reportagem, ele afirma que chorou após o ocorrido e que jamais faria aquilo com um animal se lhe restasse outra escolha: “Eu tenho quatro cachorros e não queria fazer isso jamais… eu amo cachorros, amo animais, já chorei muito em relação a essa ação, e pensando também sobre o que poderia ter acontecido se eu não estivesse ali armado para proteger minha família”, disse.

O tutor do cão, um empresário de 25 anos, afirma que o seu pet era dócil e acusa o policial pela morte do animal. Fez boletim de ocorrência por conta do ocorrido e, também, por afirmar ter sofrido ameaças do vizinho depois do caso. Em entrevista, o policial nega a acusação e dá sua versão sobre o que ocorreu naquele domingo.

– Eu estava chegando na porta de casa e, como policial, dei uma primeira olhada ao redor, mas não vi nada de perigoso. Minha esposa estava ali descendo do carro. Foi quando eu olhei para a porta do carro do lado dela e, neste momento, já vi o cachorro correndo na minha direção. Se no circuito de segurança já parece que ele corre em muita velocidade, imagina ali, em tempo real… foi muito rápido. E não estamos falando de um Pinscher (raça de pequeno porte). É um cão capaz de derrubar gado. Infelizmente eu não tive outra escolha. Eu estava com a minha filha de 1 ano e 6 meses no colo. Eu já não aguentaria uma mordida de um cachorro daquele, imagine se ela aguentaria. Tive que pensar numa fração de segundos, que às vezes pode decidir a nossa vida. Eu agradeço a Deus, porque se eu não estou armado, minha arma falha ou não consigo sacar a tempo, o desfecho dessa notícia seria outro: “cachorro foge, mata pai e criança pequena”.

Nas câmeras que flagraram o momento em que o cão corre em direção ao PM e acaba baleado, é possível ver que o tutor aparece segundos depois, correndo, e aparentando nervosismo. Segundo o soldado Moraes, ele chega se lamentando por não ter conseguido impedir a fuga do animal.

– Eu não sou esse monstro que ele está falando. Sou policial, sim, mas naquele momento eu agi como um pai. Não tive outra alternativa. Infelizmente. E o cachorro foi o menor culpado pela situação, porque a responsabilidade era do tutor do cachorro. Ele é responsável, porque o cão é irracional. Com certeza ele (o tutor) não quis que isso acontecesse também, foi uma negligência dele deixar um cachorro daquele porte escapar. E na maioria das vezes quando esses ataques acontecem, eles acabam sendo fatais – acrescenta o soldado. – Se o cachorro dele fosse dócil, ele não viria correndo daquela forma. Sinto muito pela perda do cachorro, meus sentimentos em relação à perda do cachorro, porque em nenhum momento eu quis ceifar a vida de um cachorro, mas não tive outra alternativa. Imagine se minha filha e esposa estivessem sozinhas ali?

Ricker afirma ainda que tinha um bom relacionamento com o vizinho antes do ocorrido. Ele nega as acusações de ameaça e de que tenha tido atritos ou ocorrências com outros vizinhos.

– Em nenhum momento eu ameacei ele. Somos vizinhos, temos um bom relacionamento, mas ele infelizmente deixou subir à cabeça dele o que aconteceu com o cachorro. Colocou acima da vida humana. Mas entre a vida do ser humano e a do cachorro com qual eu deveria ficar? com certeza a do ser humano. Perante Deus e a Lei dos Homens. Já pensou você perder uma filha de 1 ano e 6 meses? Era um cachorro de uma raça com histórico de ataques e de agressividade e que, muitas vezes, num surto, atacam até os próprios donos. Eu conversei com um adestrador da corporação que me disse: “graças a Deus você estava armado”.

‘O que você faria no lugar desse policial?’, defende comandante-geral

Segundo a Polícia Civil, foi instaurado procedimento para apurar a ocorrência na Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema). O tutor do animal foi ouvido pelo delegado à frente da investigação, Alexandre Vicente. Segundo a delegacia, o policial também será ouvido e “outras diligências” também serão feitas em relação ao caso.

Após a repercussão do caso, o comandante-geral da Polícia Militar do Mato Grosso, o coronel Alexandre Mendes, publicou um vídeo em apoio ao soldado Moraes.

– O que você faria no lugar desse policial e como pai para proteger a vida da sua filha, de sua família ? Vamos ver os fatos antes de julgar – disse, analisando os vídeos das câmeras de segurança e rechaçando as críticas que foram feitas na internet.

Nas redes sociais, alguns usuários se referiram ao animal como um pitbull e criticam o tutor. “O fdp tem um pitbull em casa, abre o portão e deixa o animal solto para sair na rua. Inacreditável”, diz um internauta. Outro endossa a atitude extrema do policial: “Não teve outra opção”. Mas houve quem o criticasse apontando outra saída: “Poderia ter entrado de novo no carro”, afirmou um usuário da rede X (antigo Twitter).

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fonte:

O GLOBO

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