Policial penal é investigado por ameaçar e importunar colega na Papuda

Em uma das ocasiões, o homem chegou armado na portaria do presídio querendo "dormir" com a colega de trabalho, que não queria ter relações amorosas com ele. O caso é investigado pela PCDF

Um policial penal entrou na mira da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por importunar sexualmente uma colega de trabalho na Papuda, que não tinha interesse em um relacionamento amoroso com ele. O episódio ocorreu dentro da Penitenciária do Distrito Federal (PDF II), onde são mantidos presos em regime fechado.

O caso está sendo investigado sob sigilo pela polícia. De acordo com as apurações, o policial investigado enviava mensagens em um grupo de trabalho no WhatsApp, do qual a vítima também fazia parte, manifestando o desejo de namorar a colega. Inicialmente, a vítima encarou a situação como uma “brincadeira”, mas o comportamento do policial começou a se intensificar. Diante disso, a vítima deixou claro que não tinha qualquer interesse em um relacionamento e chegou a sugerir que ele procurasse outra pessoa para namorar.

No plantão do dia 13 de março deste ano, a vítima e o agressor foram escalados para trabalhar no PDF II, mas em horários e equipes diferentes. Mesmo após várias recusas, o policial foi até o presídio à noite, fora do horário de serviço, pedindo para que abrissem o portão, alegando que “queria um abraço” e desejava dormir no alojamento da vítima.

Conforme apurado pelo Correio, o homem entrou no presídio, mas teve o pedido do “abraço” negado pela vítima, que estava responsável pela portaria naquele dia. O homem, visivelmente embriagado, só deixou o local após a vítima ameaçar chamar a Polícia Penal para contê-lo.

Alguns dias depois, em 18 de março, o policial retornou ao PDF II, novamente alterado e armado com um revólver, em busca da vítima. Na ocasião, outro policial estava na portaria e, mais uma vez, o homem pediu para entrar, afirmando que queria “dormir” no alojamento com a colega. Após o episódio rodar nos corredores da Papuda, o diretor da penitenciária decidiu proibir o policial de retornar ao presídio fora de seu horário de trabalho, tendo o porte de arma suspenso.

Aos policiais civis, a vítima relatou temer pela própria vida, pois se recusou a manter um relacionamento amoroso com um policial, que atualmente cumpre prisão preventiva por outro caso em que é investigado pela PCDF.

Ameaças

De acordo com a vítima, após rejeitar a possibilidade de um relacionamento com o policial, começou a receber mensagens ameaçadoras. Ela ingressou na Justiça solicitando medidas protetivas, que foram deferidas. Mesmo assim, dividia o mesmo “ambiente de trabalho” com o agressor, o que a levou a pedir transferência de presídio. Atualmente, ela desempenha suas funções em outra penitenciária.

O sindicato da categoria entrou com um pedido para que a prisão preventiva do acusado fosse substituída por internação, mas o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) ainda não deliberou sobre o assunto.

O caso também está sendo investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Em nota, a Seape informou que foi notificada sobre os acontecimentos e tomou todas as providências necessárias para resguardar a integridade da policial.

“Imediatamente, instauramos um procedimento administrativo para apurar a situação e transferimos a policial para outra unidade, em cumprimento à decisão judicial que determinava o afastamento compulsório entre os servidores. Desde então, ela não exerce suas atividades na mesma unidade em que o servidor está lotado”, explicou a secretaria.

A pasta acrescentou que as ocorrências administrativas relacionadas ao caso indicam que o policial acusado não utilizou arma de fogo dentro da unidade prisional. “A servidora está sendo acompanhada pelo Comitê Permanente de Planejamento e Desenvolvimento de Políticas Direcionadas às Mulheres da Seape-DF”, concluiu a Seape.

As investigações estão sendo conduzidas pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião).

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fonte:

Correio Brasiliense

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