Pessoas negras representam 57,4% da população do DF; LGBTs são 3,8%, aponta estudo

Pessoas negras representam 57,4% da população do Distrito Federal. Já as que se identificam como gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, entre outros (LGBTQIA+) são 3,8% do total. Os dados são da sexta edição da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), espécie de censo local. Esta é a primeira vez que o levantamento traz dados sobre orientação sexual e de gênero.

O estudo é realizado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), e foi divulgado nesta segunda-feira (9). A pesquisa é feita a cada dois anos, com o objetivo de investigar informações demográficas, sociais, de trabalho e de renda, além de atributos dos domicílios do DF para, então, embasar políticas públicas.

Os dados foram coletados em 2021. Entre os achados deste edição, a pesquisa indica o grau de desigualdade econômica na capital. Por exemplo, as famílias de renda mais baixa ganham 4,6 vezes menos que a população de rendimento mais alto na capital. Veja resultados da pesquisa abaixo:

Raio-X da população

Segundo o levantamento, o Distrito Federal tem população de 3.010.881 pessoas. Do total, 52,2% são mulheres. A idade média dos moradores da capital é de 34 anos.

Entre as pessoas que se declararam negras, 42,6% disseram ser pardas e 11,1%, pretas. Outras 40,9% foram classificadas como brancas; 1,4%, como amarelas; e 0,3%, indígenas.

Nas regiões de alta renda a porcentagem de pessoas negras é de 38,8%, enquanto nas regiões de renda mais baixa, é de 68,1%.

Já as pessoas com deficiência representam 18,5% da população do DF. Nesse grupo, a pesquisa considerou pessoas maiores de 2 anos, com distúrbios para enxergar, caminhar, motor ou mental. Segundo o levantamento, elas estão mais concentradas nas regiões de renda média/baixa (CeilândiaGama e Samambaia, por exemplo).

Renda e desigualdade

Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Clarissa Schlabitz; o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; o deputado distrital Agaciel Maia e o presidente da Codeplan, Jean Lima. — Foto: Renato Alves/Agência Brasília.

Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Clarissa Schlabitz; o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; o deputado distrital Agaciel Maia e o presidente da Codeplan, Jean Lima. — Foto: Renato Alves/Agência Brasília.

Segundo a pesquisa, as regiões do DF com renda mais alta têm menos crianças e jovens, ao passo em que as regiões com renda mais baixa têm uma parcela maior dessa população. A diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Clarissa Schlabitz, afirmou que os dados apontam a necessidade de políticas públicas diferentes para essas áreas.

“Quero que vocês olhem para área de alta renda [Águas Claras, Plano Piloto e Sudoeste, por exemplo] e de baixa renda [Itapoã, Paranoá e Varjão, por exemplo] e que vocês vejam que, quando a gente olha a de alta renda, tem uma população que é mais envelhecida e com menos crianças. !uando a gente olha para a população de baixa renda, a gente vê uma população que é mais jovem e mais crianças. São grupos de pessoas que demandam politicas publicas completamente distintas”, disse.

Segundo o levantamento, o Distrito Federal tem 13,7% dos domicílios que são monoparentais femininos, isto é, uma mãe sozinha no lar com um ou mais filhos. O percentual é maior nas regiões de baixa renda (17%) e menor nas de alta renda (8,7%).

Gráfico do PDAD com dados sobre desigualdade social — Foto: Codeplan/Reprodução

A pesquisa também apontou a desigualdade representada em dados como planos de saúde, ensino público, renda média da população e tempo de deslocamento para o trabalho.

De acordo com o estudo, 32,5% da população do DF tem plano de saúde, sendo que 75,3% das pessoas das regiões de renda alta da capital usam esse serviço. Já entre os mais pobres, o índice é de 11,8%.

Nas escolas, 69,6% da população do DF, de 4 a 26 anos, estuda em instituições públicas. Entre os mais ricos, 27,5% estão matriculadas na rede mantida pelo governo. Já entre as famílias de renda mais baixa, esse índice sobe para 88,1%.

“A população de mais baixa renda é mais dependente de SUS, que é uma população que também é mais dependente dos serviços escolares e de instituições públicas de ensino”, afirma Clarissa.

Gráfico do PDAD associando o tempo de deslocamento ao trabalho com qualidade de vida — Foto: Codeplan/Reprodução

Os dados ainda apontam que, de forma geral, famílias com maior renda têm mais facilidade no deslocamento ao trabalho. Segundo a pesquisa, 53,5% dessa população mora na mesma região onde trabalha. Já entre as pessoas com baixa renda, 36,5% demoram mais que 45 minutos para chegar ao trabalho.

Cerca de 52% da população de alta renda contrata serviços domésticos, como diarista ou mensalista. O percentual é bem menor entre as famílias de baixa renda, de 3,8%. No total, 21,6% da população do DF contrata serviços domésticos.

Divisão por renda

A pesquisa da Codeplan dividiu as 33 regiões do DF por faixa de renda. Veja abaixo:

Renda alta: Águas Claras, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul, Park Way, Plano Piloto e Sudoeste/Octogonal.

  • Média de idade: 37,6 anos
  • População urbana: 544.432 pessoas
  • Renda domiciliar média: R$ 14.753,85

Renda média-alta: Arniqueira, Candangolândia, Cruzeiro, Guará, Núcleo Bandeirante, SIA, Sobradinho, Taguatinga e Vicente Pires;

  • Média de idade: 36,4 anos
  • População urbana: 624.654 pessoas
  • Renda domiciliar média: R$ 6.517,82

Renda média-baixa: Ceilândia, Gama, Riacho Fundo, Samambaia, Santa Maria e Sobradinho II;

  • Média de idade: 33,6 anos
  • População urbana: 989.578 pessoas
  • Renda domiciliar média: R$ 4.066,48

Renda baixa: Brazlândia, Fercal, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, São Sebastião, SCIA-Estrutural, Sol Nascente/Pôr do Sol e Varjão

  • Média de idade: 30,6 anos
  • População urbana: 852.217 pessoas
  • Renda domiciliar média: R$ 2.644,96

Metodologia

Segundo a Codeplan, a pesquisa representa mais de 97% da população brasiliense, visita todas as 33 regiões administrativas e fornece um diagnóstico detalhado da situação de cada uma delas, por meio de 30.888 questionários válidos.

Os entrevistados pela pesquisa responderam cerca de 200 perguntas que abordaram questões socioeconômicas e também relacionadas a infraestrutura do local, saúde, mobilidade, trabalho, escolaridade, renda, animais domésticos e segurança alimentar.

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fonte:

g1

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