Vídeo: freira fica na frente de manifestantes para exército não atirar

Uma freira se postou na frente de manifestantes e implorou para o exército não disparar contra eles em Myanmar, país na Ásia tomado por protestos pró-democracia e contra o golpe militar de 1º de fevereiro. Um vídeo divulgado pela agência de notícias Reuters mostra o momento em que a irmã Ann Roza Nu Tawng, de 45 anos, suplicou pela vida dos moradores que protestaram no dia 28 de fevereiro, em Myitkyina, no estado de Kachin.

Sob lágrimas, ela implorou: “Por favor, matem-me. Eu não quero ver pessoas serem mortas”. O registro foi feito pelo Myitkyina News Journal, mas só viralizou uma semana depois do ocorrido.

Assista:

Ao canal Sky News, Ann Roza explicou que se encaminhava para trabalhar em uma clínica quando, no mesmo trajeto, se deparou com um grupo de manifestantes. Segundo a freira, os militares seguiram as pessoas e começaram a espancá-las, além de atirar na direção deles. Foi nesse momento que ela teve o ato de se pôr à frente deles, para interromper os disparos.

“Eles abriram fogo e começaram a bater nos protestantes. Eu fiquei chocada e pensei: ‘Hoje é o dia para morrer”. Eu decidi morrer. Eu chorava como uma louca. Eu era como uma mãe galinha a proteger os pintinhos”, contou.

Ela ainda contou que a intenção era “ajudar as pessoas a escapar e parar a ação das forças de segurança”. Segundo a freira, um dos militares disse: “Não se preocupe tanto, nós não vamos disparar sobre eles”. Por fim, ela acabou levando um dos protestantes feridos para a clínica, para ser tratado.

Protestos

Cerca de 54 pessoas, incluindo cinco menores de idade, morreram e centenas ficaram feridas durante as manifestações contra o golpe do dia 1º de fevereiro em Myanmar. Mas de 1,5 mil pessoas, incluindo políticos, ativistas, jornalistas e monges, foram detidas desde o golpe militar e mais de 1,2 mil continuam presas. Parte do governo eleito foi detido pelo levante militar após as eleições.

Os manifestantes exigem que o exército liberte os presos, permita o retorno à democracia e reconheça o resultado das eleições de novembro do ano passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia foi a vencedora.

O acesso à internet e as redes sociais, como Facebook e Twitter, foi cortado pelos militares todas as noites durante semanas, como parte das medidas repressivas contra a população, que lançou um movimento de desobediência civil contra o golpe.

fonte:

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