Correios querem 5% de participação em empresa que levar trem-bala
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, afirmou nesta quinta-feira que a estatal deseja se aliar ao consórcio vencedor do trem-bala como sócio minoritário, com uma participação até 5%.
“Esse é um transporte que vai ser estratégico para gente daqui a 15, 20 anos”, disse. Hoje, 50% do fluxo postal dos Correios está no trecho Rio-São Paulo. A intenção é ter acesso a um determinado número de vagões do trem-bala e assim, otimizar as entregas nessa região.
Pinheiro afirmou ainda que a estatal quer iniciar, já neste ano, a oferta de seguros de vida, com foco nas classes C e D, e entrar no mercado de operadoras virtuais (MVNO), o que já é feito por correios do Japão e Itália, por exemplo.
“Nossa lógica é ampliar os serviços para a população [residente em cidades] que têm mais dificuldade [desse serviço] chegar”, disse. A permissão para montar uma empresa de telefonia celular foi concedida em abril de 2011, quando a presidente Dilma Rousseff assinou medida provisória reformando o estatuto dos Correios, do final da década de 70.
Por meio do mercado de MVNO, os Correios poderiam “comprar” no atacado espectro ocioso de operadoras de celular, como Vivo e TIM, e vender no varejo para seus clientes. Essa fórmula garante a oferta de tarifas menores, uma vez que a estatal não é obrigada a investir em infra estrutura de rede.
GREVE
O presidente dos Correios destacou ainda que 6.600 trabalhadores aprovados em concurso público serão chamados ainda neste semestre. “Esse esforço é no sentido de dar melhores condições de trabalho”, disse Pinheiro.
No ano passado, servidores dos Correios fizeram greve por duas semanas e pediram melhorias na rotina da empresa. A Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) pediu, a princípio, um reajuste salarial de 43,7%. No final de setembro, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) definiu um reajuste de 6,5%.
Segundo o presidente dos Correios, um novo edital deve ser lançado ainda neste ano para convocação de mais servidores, além dos 6,6 mil que serão convocados.
Fonte: Folha Uol