Aprovação de Dilma chega a 79%
O governo de Dilma Rousseff teve a aprovação de 63% dos brasileiros, de acordo com a pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) em parceria com o Ibope divulgada nesta terça-feira (19) em Brasília.
Já a aprovação pessoal da presidente também variou dentro da margem de erro e chegou a 79% — estava em 78% na última pesquisa. O dado é superior ao igual período de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Lula era aprovado por 58% e FHC por 70%. Apenas 17%, segundo a pesquisa divulgada hoje, desaprovam o jeito da presidente de governar.
Esta é a primeira pesquisa deste ano e também a primeira após a divulgação do crescimento de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2012, pior resultado desde 2009. O índice divulgado hoje é um ponto percentual maior que o registrado na última pesquisa, publicada em dezembro de 2012 e está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Para o gerente executivo de pesquisa da CNI, Renato Fonseca, os efeitos práticos dos índices negativos não chegaram à população, que levou em conta outras medidas econômicas como a baixo índice de desemprego (que chegou a 5,5% ao final de 2012) e a manutenção da política de valorização do salário mínimo (que desde 1º de janeiro de 2013 aumentou em 9%, passando de R$ 622 para R$ 678).
A aprovação do governo Dilma na primeira pesquisa do terceiro ano do primeiro mandato também supera as aprovações obtidas por Lula e Fernando Henrique em iguais períodos. Na época, o governo Lula obteve a aprovação de 39%; e FHC, de 56%.
De acordo com a pesquisa, 29% dos entrevistados consideraram o governo regular e 7% desaprovam o governo, avaliando como ruim e péssimo.
A pesquisa avalia trimestralmente a opinião pública com relação à administração federal. A CNI/Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 143 municípios entre os dias 08 a 11 de março de 2013.
Confiança em Dilma
O índice de confiança na presidente também manteve a tendência de crescimento e subiu de 73% em dezembro de 2012 para 75% em março de 2013. Considerado o mesmo período, seu antecessores no Palácio do Planalto tiveram avaliações menores: Lula, 60% e FHC, 68%.
Outro destaque desta edição da pesquisa foi o fato de que esta é a primeira vez que Dilma ultrapassou Lula em relação à avaliação positiva. O número de entrevistados que acreditam que o governo Dilma é melhor que de seu antecessor cresceu de 19% para 20%. No entanto, a maioria (61%) continua a avaliar como “iguais” os dois governos petistas. Os demais 18% consideram o governo de Dilma pior que o de Lula e 2% não sabem ou não responderam.
No Nordeste, a avaliação da presidente é superior à obtida em outras regiões – o índice de nordestinos que consideram “ótimo” ou “bom” o governo foi a 72% frente os 68% da avaliação de dezembro, enquanto as outras regiões registraram 60% de avaliação positiva.
A expectativa em relação ao restante do governo Dilma aumentou de 62% para 65% entre aqueles que avaliam como boa ou ótima. Dos demais entrevistados, 24% avaliam que será regular, 8% acham que será ruim ou péssimo e 3%não sabem ou não responderam.
Melhores e piores áreas
Os entrevistados foram questionados sobre a atuação do governo federal em nove áreas. As ações de combate à fome e à pobreza, meio ambiente, combate ao desemprego e combate à inflação foram aprovadas respectivamente por 64%, 57%, 57% e 48% dos entrevistados.
Já os setores de ações governamentais nos setores de educação, taxa de juros, impostos segurança pública e saúde foram desaprovadas respectivamente por 50%, 50%, 60% 66% e 67% dos entrevistados.
Apesar de reprovadas entre os entrevistados, houve um aumento na satisfação com as ações governamentais em relação à última pesquisa de dezembro de 2012.
A percepção dos entrevistados sobre o noticiário a respeito das ações do governo foi positiva. Os assuntos mais lembrados entre os entrevistados foram a presença da presidente na tragédia em Santa Maria (RS), com 12%; o governo descartar a possibilidade de apagão (10%); a redução dos impostos da cesta básica (7%); a votação da lei de distribuição dos royalties do petróleo (7%) e o aumento do salário mínimo para R$ 678 (6%).
Notícias sobre corrupção ligadas direta ou indiretamente ao governo federal não foram lembradas nesta edição pelos entrevistados. O tema foi lembrado por 30% dos entrevistados em dezembro de 2012, como resultados das informações divulgadas do julgamento do caso do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).
Fonseca destaca que, apesar da manutenção dos índices na margem de erro de dois pontos percentuais, há uma tendência de crescimento em todos os índices favoráveis à presidente. Segundo ele, a pesquisa demonstrou que os brasileiros avaliaram que o governo conseguiu passar pela crise econômica internacional sem que a população fosse atingida de maneira significativa.
O gerente executivo da CNI ressalta ainda que três principais pontos que motivaram os resultados positivos: a satisfação da população com as baixas taxas de desemprego e queda de inflação; a satisfação com as ações sociais como os programas Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família – que “o governo está sabendo capitanear em seu favor” e a confiança na personalidade da presidente – “firme, segura e boa administradora”.
“Há uma avaliação positiva no julgamento pessoal da presidente. Ela vem conseguindo construir essa figura de competência, de segurança nas decisões e de ser boa administradora. É a percepção que a gente chegou a captar”, afirmou o gerente executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.
A presidente está em viagem oficial ao Vaticano, onde se encontrou com o papa Francisco nesta terça-feira, pela manhã.