Zé Mário acompanha Dilma a Bruxelas
Mercosul e União Europeia estão a um passo de estabelecer uma zona de livre comércio. Foi com esse sentimento que a delegação de representantes do setor agropecuário saiu da reunião de cúpula do 7º Encontro Empresarial Brasil–União Europeia, realizada em Bruxelas, na manhã desta segunda-feira (24/02).
O evento, que teve a presença da presidente Dilma Rousseff, contou ainda com palestra da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu e do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Zé Mário Schreiner.
Para José Mário, o encontro foi extremamente valioso e pode trazer resultados expressivos para Goiás. Recordando a última reunião, realizada há 10 meses, ele afirma que hoje o clima foi bem diferente, mais otimista. Segundo ele, os empresários brasileiros estão confiantes no resultado das negociações.
O Brasil é, hoje, o parceiro comercial mais importante da União Europeia, entre os países emergentes e, a Europa é o segundo mercado de maior relevância para os produtos agropecuários brasileiros. “Ampliar e manter essa aliança estratégica com o bloco europeu poderia aumentar em até 40% nossas exportações totais do agro para a Europa”, estima José Mário.
Ele explica que as declarações dadas José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, durante a reunião de cúpula, na presença da presidente Dilma Rousseff, demonstraram disposição do bloco em fazer as negociações caminharem mais rápido. Durão Barroso chegou a declarar que espera um acordo comercial “ambicioso, abrangente e equilibrado” entre União Europeia e Mercosul.
“Pela primeira vez CNA e CNI se uniram por um acordo de livre comércio”, disse a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu. “Foi um importante momento de convergência entre os setores público e privado, que estão inteiramente afinados com o governo em relação a esse acordo”, acrescentou.
Próxima reunião
José Mário Schreiner adianta que, agora, os países irão expor uma lista de produtos prioritários e uma próxima reunião será agendada para o dia 21 de março,também em Bruxelas. Na ocasião, será feito o compartilhamento das listas de ofertas de produtos que cada país elencará.
Nessa reunião também espera-se agendar a data para a troca formal das ofertas e o cronograma dos Comitês de Negociações Bi-Regionais (CNB’s). Essa reunião terá a participação dos negociadores chefes dos blocos e não contará com a presença presidencial.
“Hoje exportamos alimentos muito importantes como carne, café e soja, por exemplo. O objetivo é aumentar este potencial com ainda mais produtos como carnes e frutas. A percepção é que a busca pelo mercado brasileiro está aumentando e o agronegócio chama atenção do mundo todo”, finaliza.
Encontro
José Mário e Kátia Abreu lideram uma comitiva da qual participaram 16 empresários e lideranças do setor agropecuário do país. O grupo acredita que a presença da presidente Dilma Rousseff e a participação do setor privado brasileiro em massa, no Fórum Empresarial em Bruxelas, é uma mostra do interesse e do compromisso em seguir com o processo de negociações para se chegar a um acordo.
Na avaliação da Faeg, a assinatura de um acordo com a União Europeia será um marco para que o Brasil possa abrir novas frentes de negociações comerciais, que têm importância crucial para ampliar o acesso a mercados dos produtos agropecuários.
Trocas comerciais
Hoje, a Europa é o destino de 22% de todo o valor exportado de produtos agropecuários pelo Brasil. Em 2013, as vendas desses produtos para o bloco europeu totalizaram US$ 22,1 bilhões. Para Goiás, os países europeus também são estratégicos.
De janeiro a dezembro do ano passado, a União Europeia foi o destino de 23,5% das exportações totais goianas; um montante de mais de US$ 1,6 bilhão. “De commodities a produtos de valor mais agregado, o acesso ao seu mercado europeu representa a grande fonte de renda de muitos produtores rurais e da agroindústria goiana e brasileira”, ressalta José Mário. (Com informações da ASCOM da FAEG)