Agressor diz que foi atentado pelo capeta. Mara Rúbia passou mal
O acusado de torturar e perfurar os olhos da ex-mulher, a operadora de caixa Mara Rúbia Guimarães, 27 anos, Wilson Bicudo prestou um depoimento ao final da manhã desta quarta-feira (19).
Ele está preso há seis meses e confessou que não tinha a intenção de matar a ex-companheira. “Estou muito arrependido. Ela é a mulher que eu amo, que eu gosto. Eu não sou um monstro como estão dizendo, sempre trabalhei. Na hora, fui atentado pelo capeta” disse. É acusado por tentativa de homicídio triplamente qualificada.
Durante o depoimento, o autônomo informou que entrou na casa da Mara, depois que conversaram em uma via pública. “Eu fui pedir pra gente reatar porque eu não queria que meu filho fosse criado só com o pai ou com a mãe. Eu agredi a Mara Rúbia porque ela disse que não ia ficar comigo, que não ia ficar com um pé rapado como eu. Fiquei muito ofendido de ela ter dito isso. Eu fiquei nervoso e bati nela”.
Bicudo destacou que não premeditou o crime. Ele confirmou que colocou o pano na boca da vítima e amarrou seus pés e mãos na cama para evitar que pedisse ajuda. “Fiz isso para me proteger, fiquei com medo de me pegarem lá e de que fizessem algo comigo. Eu fugi do local e peguei o celular dela para ligar para o irmão e uma amiga. Disse a eles que eu tinha machucado ela e pra eles irem à casa dela”.
A titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Goiânia (Deam), Ana Elisa Gomes, foi a primeira a depor a favor da vítima. Segundo ela, não existe dúvida de que ele teve o objetivo de matar Mara. “Para mim, está mais do que claro que se trata de tentativa de homicídio. Ele a estrangulou até ela perder o sentido. O fato da perfuração foi o golpe cruel, para trazer à tona o ódio que sentia por ela”.
Após isso, a sessão foi interrompida por 10 minutos. A vítima desmaiou e foi encaminhada ao Centro de Saúde do Tribunal de Justiça.
Emoções
A sessão iniciou às 8h45. O júri é formado por sete pessoas, sendo três homens e quatro mulheres. Advogada de Mara Rúbia, Darlene Liberato confia que o réu será condenado. “Diante dessas contradições absurdas que ele entrou, do depoimento da testemunha, que emitiu apenas opiniões pessoais e não acrescentou em nada, acreditamos que, Graças a Deus, ele será condenado por tentativa de homicídio”.
Antônio Vilmar Fleury, advogado do Bicudo espera que o cliente responda por pelo crime de lesão corporal e não tentativa de homicídio. “Esperamos que o Ministério Público de Goiás [MP-GO] respeite o que diz a legislação, pois está claro que ele não teve a intenção de matá-la. Nós não estamos pedindo a libertação dele, mas que tenha a pena condizente com o crime que cometeu”. (Por: DM.COM.BR)