Comportamento de moradores redesenha mapa do Distrito Federal
Antropóloga que conduzirá estudo sobre perfil da juventude destaca a interação dos moradores na ocupação dos espaços públicos. A pesquisa faz parte do Projeto Retrato Brasília, que apresentará trabalhos de artistas locais em mais quatro edições

O uso da tecnologia em prol da interação do brasiliense com a cidade foi um dos principais pontos citados pela antropóloga Letícia Abraham na palestra de abertura do Projeto Retrato Brasília, uma parceria entre o Correio Braziliense e o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Sócia-diretora da Mindset/WGSN Group, ela dirigirá a pesquisa qualitativa e de atitudes proposta pelo projeto a fim de mapear o perfil cultural do DF, unidade da Federação que começa a demonstrar uma identidade própria, com a ocupação dos espaços públicos por diferentes manifestações artísticas. “A proatividade urbana aqui é muito forte”, afirmou a pesquisadora. A programação do Retrato Brasília seguirá, uma vez por mês, até dezembro.
Após a palestra o público assistiu ao show da cantora Tiê. O clima intimista tomou conta do ambiente, com luzes baixas e coloridas. Após tocar suas músicas mais conhecidas, como Piscar o Olho, a artista brindou o público com canções do novo disco e com uma interpretação especial de Índios, da Legião Urbana. “A noite foi agradável, o lugar está lindo e as pessoas interagiram superbem. Cantei (Índios) porque Brasília sempre remete à Legião e me deu vontade, experimentei e foi divertido”, disse a cantora.
Depois do show, foi a vez de a estilista Fernanda Ferrugem expor sua arte. Os modelos caminharam pelo jardim do CCBB, onde as árvores também estavam caracterizadas e compunham o desfile. Fernanda acredita que o evento é um marco em sua carreira e na construção cultural brasiliense. “É incrível ver as pessoas reconhecendo nosso trabalho, é um incentivo. Brasília tem um espaço incrível que precisa ser valorizado e isso está começando a acontecer”, afirma. A brasiliense acredita que o movimento que estimula o jovem a ocupar os espaços públicos da cidade traz uma nova cara à capital. “Já é possível dizer que temos o nosso DNA cultural, começamos a entender como é o jovem daqui, seus costumes, suas gírias, é algo nosso”, completa.
(Ailim Cabral – Correio Braziliense) edição de André Silva