População em cidades do Entorno do DF cresce acima da média nacional

 

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Explosão demográfica cria déficit em serviços como educação e saúde. Parte da população trabalha em Brasília e só dorme nos municípios goianos.

Cinco cidades goianas da região do Entorno do Distrito Federal apresentam crescimento populacional acima da média do país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Águas Lindas de Goiás, por exemplo, cresceu 2,61% em um ano, enquanto no Brasil a taxa média ficou em 0,8%. Em Valparaíso de Goiás, Novo Gama, Formosa e Luziânia, o número variou entre 1,57% e 2,26%.

_populacaoA cerca de 40 km de Valparaíso de Goiás está localizada Águas Lindas de Goiás, que, com 200 mil habitantes, é a mais populosa das cidades do Entorno. A criação de novos loteamentos traz consigo o problema da falta de pavimentação: apenas 25% deles são asfaltados. Rede de esgoto tratada também é um benefício de poucos.

O estudante Bruno Ribeiro, de 16 anos, sofre com outro problema. Apesar da família ter se livrado do aluguel mudando para a cidade, ele gasta quase duas horas de ônibus até a escola, em Brasília. “Se eu morasse lá, eu gastava 20 minutos, podia  ter mais tempo pra fazer meus deveres, meus trabalhos”, explica.

No caso do pedreiro Antônio Rodrigues, a situação mais crítica é em relação à saúde. “Você vai em um posto de saúde aqui e não tem atendimento, vai pegar uma medicação e não existe. Tem que buscar tudo lá no DF”, conta.

Presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Júlio Miragaya diz que é preciso uma análise mais ampla do problema para traçar uma estratégia de resolução. “Estamos discutindo com o governo de Goiás e com o Governo Federal a elaboração de um plano de desenvolvimento conjunto para a área metropolitana. Tem que ter um planejamento que adote essa região de estrutura econômica, transporte e energia, que possa atrair investimentos produtivos”, acredita.

Com o crescimento demográfico, os moradores da região convivem cada vez mais com vários problemas estruturais, dentre eles a falta de escolas e hospitais. Grande parte do 1,1 milhão de habitantes destes municípios trabalha em Brasília e usa os municípios do Entorno apenas como “cidade dormitório”.

É o caso, por exemplo, da supervisora de cozinha Antônia Sousa. Há mais de dez anos, ela deixou o Piauí com a intenção de morar na capital federal, mas hoje vive em Valparaíso de Goiás. “Não podia morar em Brasília, porque o aluguel é muito caro”, lamenta.

(Fonte: G1 – GO)edição de André Silva

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