Muita criatividade para poucos votos na corrida eleitoral

Eles escolheram nomes exóticos e usaram até fantasia, mas figuram na lista de menos votados

Mulher Maravilha, candidata a deputada distrital pelo PHS, por exemplo, conseguiu apenas 81 votos.
Mulher Maravilha, candidata a deputada distrital pelo PHS, por exemplo, conseguiu apenas 81 votos.

Criatividade não basta para conquistar eleitores. É que prova a performance de candidatos que optaram pelos nomes exóticos para chamar a atenção no Distrito Federal. Mesmo com suas apariações impecavelmente fantasiada, a Mulher Maravilha, candidata a deputada distrital pelo PHS, por exemplo, conseguiu apenas 81 votos.

Seguindo a mesma linha da super heroína, os também candidatos a deputados distritais Índia Roqueira (PV), Francisco O Porteiro Amigo (PSOL), Iraci Saboia Mulher do Iogurt (PPS) e Janice Gomes Veinha do Paranoá (PRTB) tiveram, juntos, 404 votos.

“Eu uso esse nome há dez anos na internet”, diz Gizeli Figueiredo, o nome de batismo da Mulher Maravilha, que trabalha como diretora da Associação de Judô Ajisirjac, um projeto social em prol de crianças carentes. A fantasia, ela garante, faz parte do trabalho social que realiza: “Eu apareço caracterizada para as crianças. Então, decidimos manter o nome na campanha”.

A estratégia não deu certo, como explica Gizeli. “As pessoas não conseguiram compreender direito a mensagem. Talvez  eu não tenha  conseguido fazer as pessoas entenderem que eu não estava brincando com a cara do eleitor”, lamenta.

Para o futuro, ela pretende  trabalhar melhor sua imagem para a campanha. “Tenho propostas sérias, na área de direitos humanos, na área social”, enumera. “Vou continuar com meu trabalho de Mulher Maravilha e vou continuar na política. Não vou desistir, não”, garante.

Em 2018, ela não sabe se continuará a usar a fantasia e o nome, mas garante que estará na disputa. “Vou estudar uma nova estratégia. Eu sei que  precisamos trabalhar melhor a imagem  da  Mulher Maravilha”, reconhece.

sem apoio da categoria

Adivan do Pilão (PR), também tentou uma vaga na Câmara Legislativa, mas conseguiu apenas 84 votos. O nome veio do trabalho como artesão: “Em 1986, quando comecei na Feira de Artesanato da Torre, eu trabalhava só com pilão”.

O resultado pífio nas urnas ele atribui à falta de união dos 18 mil artesãos do DF, “que não têm interesse em ter um representante”.

Desempenho pífio

Xuxa  –   candidata a distrital pelo  PTC  teve apenas 32 votos;

Antonio Bola de Fogo (PSOL) – candidato a distrital, 87 votos;

Francisco O Porteiro Amigo (PSOL) –  que também queria ser distrital, foi apoiado por 89;

Tião Tamborim – que tentou uma vaga de distrital pelo PRP, só foi votado por 90 pessoas.

Iraci Saboia Mulher do Iogurt (PPS) –  conseguiu 102 votos;

Janice Veinha do Paranoá (PRTB)  – ganhou 134 votos.

Sucesso depende da popularidade

Apelido jocoso, nome exótico ou que identifica uma categoria só funciona se o candidato for conhecido, na análise do cientista político  David Fleischer. “O Tiririca (deputado federal reeleito em São Paulo com segundo maior votação no estado) deu certo, por que ele era um humorista muito conhecido. Pouca gente sabe o nome verdadeiro dele”, argumenta.

Citando políticos famosos do DF, como Pedro do Ovo, Batista Cooperativas e Cabo Patrício, ele diz que, antigamente, era muito comum essa estratégia de usar o que ele chama de apelidos políticos. “Depois de eleito, o Patrício até tirou o cabo do nome”, lembra.

Problema nas urnas

Eliana das Verduras, candidata a distrital pelo PSC, tinha tanta certeza de que seria eleita, que garante que procurará o Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) para exigir a recontagem de seus 60 votos. “Pelo conhecimento que eu tenho, eu acho que esse número está errado”, diz.

A escolha do nome se deve justamente à popularidade que ela diz ter, em regiões carentes do DF, onde ela atuava distribuindo verduras. “Eu sou muito conhecida na região de Brazlândia, P Norte, Pôr do Sol, Sobradinho, Planaltina e Estrutural”, garante.

A certeza de que o número de votos poderia ter sido maior vem do feedback que recebe na ruas. “Meus eleitores vieram me falar que, em algumas urnas, minha foto não apareceu. Em outra sessão, faltou energia”, conta.

(Fonte:Jornal de Brasília)edição de André Silva

 

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