Pacientes são obrigados a dividir espaço com lixo
No HRT, sacos estavam espalhados por todos os lados
Mesmo após a Secretaria de Saúde garantir, por nota, que repassou a verba para a empresa Ipanema – responsável pela conservação dos hospitais públicos –, o que se via nos corredores e na frente do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) era lixo amontoado devido à paralisação dos trabalhadores terceirizados.
A situação somou-se ao pouco número de médicos de plantão na da unidade, ontem à tarde. Muitos pacientes demonstraram irritação com o que classificaram de descaso. Rosimei Caetano, 47 anos, saiu de Samambaia cedo para tratar de uma dor no corpo. Em meio ao lixo que se espalhava pelo corredor de acesso ao ambulatório, ela teve de ser consultada por um cirurgião, pois o especialista em Clínica Médica estava sobrecarregado. “Tem muito lixo no corredor. Dá para ver uma montanha”, afirmou.
O sindicato dos terceirizados da limpeza hospitalar destaca que 30 mil trabalhadores estavam com 13º e benefícios atrasados desde o último dia 20. Além das unidades de saúde, os funcionários também atuam nas escolas públicas, em funções de serviços gerais e recepção.
Em outra unidade hospitalar – o Hran –, a suspensão do serviço durante uma semana também deixou bastante lixo acumulado em contêineres e na frente do hospital.
Mais crítica
Um dos cenários mais críticos é o do HRT. De acordo com um vigilante, que não quis se identificar, o 13º salário de alguns colegas também está atrasado. “Tem muita gente que não recebeu até hoje”, afirmou.
A reportagem procurou a empresa Ipanema, que afirmou que havia sido feito o depósito na conta dos trabalhadores no dia de ontem.
Até o fechamento desta edição, o sindicato não havia confirmado o pagamento.
Antes de cruzarem os braços por uma semana, os servidores bloquearam o Eixo Monumental, na última segunda-feira.
O protesto ocorreu 11 dias após a categoria ter fechado a mesma via reivindicando o salário do mês de novembro.
(Fonte: Jornal de Brasília – Ary Filgueira) edição de André Silva