Kerry nega discrepâncias no grupo 5+1

O secretário de Estado americano, John Kerry, negou neste sábado que haja “discrepâncias” entre as grandes potências do grupo 5+1, que está “unido” frente às negociações com o Irã sobre o programa nuclear de Teerã.

“Não há absolutamente nenhuma discrepância de nenhum tipo no que consideramos necessário para que o Irã prove que seu programa nuclear será pacífico”, disse Kerry, em Londres, antes de se reunir com o colega britânico, Philip Hammond.

“O 5+1 permanece unido no relativo ao Irã”, assegurou Kerry, referindo-se ao grupo integrado por China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha.

O número um da Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA), Ali Akbar Salehi, viajou neste sábado a Genebra para se reunir com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Ernest Moniz, no âmbito das negociações sobre o programa nuclear de Teerã, indicou a agência oficial iraniana Irna.

Os dois falarão de “aspectos técnicos das negociações com os países do grupo 5+1”, declarou a porta-voz da OIEA, Behruz Kamalvandi.

As negociações bilaterais prosseguirão no domingo e na segunda-feira, com a presença de Kerry e do chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif.

Paralelamente, representantes iranianos e do grupo 5+1, que negociam um acordo sobre o programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções que sufocam a economia do país, se reunirão no domingo em Genebra, informou a União Europeia em um comunicado.

Após o encontro com Hammond, Kerry avaliou, em declarações à imprensa, que ainda há “um longo caminho a percorrer” nas negociações sobre o programa nuclear iraniano durante as discussões em Genebra.

“Ainda há lacunas importantes, ainda há um caminho a percorrer”, afirmou o chefe da diplomacia americana, durante coletiva conjunta com Hammond.

Em novembro, o Irã e o grupo 5+1 se propuseram a alcançar um acordo político antes de 31 de março e posteriormente concluir os detalhes técnicos para um acordo global antes de 1º de julho.

Mas em fevereiro, o guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, mostrou-se hostil a este calendário e pediu um acordo “em uma única etapa, (que inclua) o marco geral e os detalhes”.

As grandes potências exigem que o Irã reduza suas capacidades nucleares com a finalidade de impedir que o país desenvolva algum dia a bomba atômica.

Teerã, que assegura ter fins pacíficos, reivindica o direito a um programa nuclear civil completo e pede a suspensão total das sanções econômicas ocidentais. (AFP)

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