Oposição venezuelana pede ajuda de Dilma sobre direitos humanos
Familiares e correligionários dos opositores venezuelanos presos Leopoldo López e Antonio Ledezma pediram nesta sexta-feira à presidente Dilma Rousseff que interceda junto ao presidente Nicolás Maduro para que ele garanta o respeito dos direitos humanos no país.
Lilian Tintori e Mitzy Capriles, mulheres de López e Ledezma, respectivamente, fizeram o pedido em uma carta à Dilma, que foi lida durante um comício na frente da embaixada brasileira em Caracas.
“Hoje, não podemos deixar de lhe pedir, com todo respeito, senhora presidenta Rousseff, que some sua voz à dos democratas do mundo para que interceda junto ao governo da Venezuela e peça pela plena vigência e respeito dos direitos humanos em nosso país”, afirma a carta, lida para a imprensa pela deputada que perdeu o mandato María Corina Machado.
Dilma Rousseff falou da situação da Venezuela durante a cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac), esta semana, em Bruxelas. A presidente rejeitou a ordem executiva emitida pelo governo Barack Obama, que considera o país caribenho uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.
“Nós, os países latino-americanos e caribenhos, não admitimos medidas unilaterais, golpistas e políticas de isolamento”, afirmou a presidente.
López, Ledezma e Daniel Ceballos estão presos sob a acusação de incitar a população à violência e de conspirar contra o governo Maduro.
Líder da ala radical da oposição, López está detido em uma prisão militar na periferia de Caracas desde fevereiro de 2014, enquanto Ledezma é mantido em prisão domiciliar. Já Ceballos se encontra em uma unidade do serviço secreto.
Acompanhada de cerca de 100 partidários, a esposa de López disse que ele manterá a greve de fome iniciada há três semanas. O objetivo da medida é exigir que se estabeleça uma data para as eleições legislativas previstas para este ano, “o fim da perseguição e da repressão” e a liberdade dos presos políticos.
“Leopoldo continua em greve de fome, esperando a libertação dos presos políticos que são inocentes”, afirmou Tintori, um dia depois de Ceballos pôr fim a uma medida similar. (AFP)