Presa com 10 kg de crack usou filha para tentar driblar polícia

Uma mulher de 28 anos foi presa com 10 kg de crack escondidos no porta-malas de um carro no Distrito Federal. O delegado Rodrigo Bonach disse que a mulher usou a filha de 9 anos para tentar despistar a polícia para transportar a droga da Estrutural, na capital federal, para Planaltina de Goiás. A prisão foi na última quinta-feira (15). Outros três homens foram presos na ação com 5 kg de maconha e R$ 2,4 mil em dinheiro.

Chefe da Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil, Bonach afirmou que a mulher transportaria a droga até Planaltina de Goiás e receberia R$ 1 mil pelo serviço. “Ela foi contratada pelos homens para servir de ‘mula’. Ela foi buscar essa droga em via pública na Estrutural na companhia da filha de 9 anos e levaria para Planaltina de Goiás, onde a troca seria estocada e difundida na região e também no DF.”

Depois da prisão da mãe, a menina foi entregue a um parente dela. “É um absurdo. Uma menina boazinha, que teve que vir para a delegacia. Entregamos ela para a tia. É uma estratégia para dissimular a ação criminosa, não levantar suspeita da polícia, e é especialmente leviano trazer uma criança para buscar uma droga.”

O delegado contou que o grupo estava sendo investigado havia três meses. Após abordarem a mulher na Epia Sul, a polícia foi até Planaltina de Goiás em busca dos demais integrantes da organização criminosa. Três homens, de 39, 50 e 60 anos, foram presos, entre eles o apontado como chefe do grupo, conhecido como Gugu, de acordo com o delegado.

“No caminho de volta abordamos ela, fizemos a busca e no porta-malas tinha a bolsa com 10 kg de crack. O Gugu acompanhou a entrega na Estrutural e depois foi para Planaltina de Goiás. Uma vez confirmada a droga, conseguimos prender eles em Planaltina de Goiás.” Na casa de um dos suspeitos foi encontrado a maconha, uma balança de precisão e o dinheiro.

“Foi uma investigação de três meses em que monitoramos os passos desses criminosos e identificamos as casas deles. Cada um tinha uma função no grupo. A mulher não colaborou muito, mas só foi contratada, não fazia parte da organização”, disse Bonach. “A entrega foi feita de maneira muito discreta. Aparentemente foi um motociclista que fez a entrega e saiu, sem poder ser identificado.”

O delegado destacou que a quantidade de droga apreendida é representativa e poderia abastecer centenas de usuários – a polícia estima que seria suficiente para produzir até 40 mil pedras de crack.

Veículo em que mulher transportava 10 kg de crack com filha de 9 anos no DF (Foto: Isabella Calzolari/G1)

“Essa apreensão é muito mais representativa do que uma apreensão de 200 kg de maconha, por exemplo. O crack causa um impacto muito maior na segurança pública. A dependência química faz com que o usuário passe a roubar, furtar e até matar. Essa apreensão evita crimes mais graves. É uma apreensão valiosa que representa milhares de dose a menos de circulação.”

Nenhum dos quatro presos tinha passagem pela polícia. Os três homens vão responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Se condenados, podem pegar de 8 a 25 anos de prisão. A mulher vai responder por tráfico interestadual de drogas.

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