Rússia quer saída de Assad na Síria, acredita chefe da CIA

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O chefe da Agência Central de Inteligência americana (CIA), John Brennan, disse nesta terça-feira estar convencido de que os russos querem a saída do presidente Bashar al-Assad para chegar a uma solução do conflito na Síria.

“Apesar do que dizem, acho que os russos não veem Al-Assad no futuro da Síria”, afirmou Brennan, em uma conferência sobre Inteligência, em Washington.

“Acredito em que os russos compreendem que não há solução militar na Síria e que tem de ser uma espécie de processo político”, declarou.

“A questão é em que momento e como serão capazes de conseguir que (Al-Assad) saia de cena”, afirmou.

“Paradoxalmente, acreditaram em que, primeiro, tinham de reforçar Al-Assad antes de retirá-lo”, explicou.

Moscou queria adquirir “mais influência” na Síria, antes de encaminhar um “processo político que proteja seus interesses” no país, avaliou o chefe da CIA.

Os russos têm uma importante base naval na Síria, em Tartus (oeste).

No plano militar, o objetivo de Moscou era, inicialmente, aliviar a pressão dos grupos rebeldes sobre o regime nas regiões de Idleb (noroeste) e Hama (centro), relatou Brennan.

“Mas descobriram que é muito mais difícil avançar contra a oposição do que tinham previsto”, acrescentou.

Em 30 de setembro, a Rússia lançou uma campanha de bombardeios na Síria contra o “terrorismo”, mas Washington e seus aliados do Ocidente acusam Moscou de ter como alvo, sobretudo, os grupos de oposição ao regime de Al-Assad.

No fim de semana, o secretário de Estado americano, John Kerry, participa em Viena de conversas para buscar uma saída política para o conflito sírio, após um encontro na semana passada entre Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita e Turquia.

O Irã também poderá participar, segundo Washington, mas não há nada confirmado.

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