Grupo de vândalos destrói estátua de Orixá
Representantes de religiões de matrizes africanas do Distrito Federal denunciaram mais um ataque de intolerância contra símbolos sagrados. Um grupo de três pessoas tentou arrancar o cajado da estátua de Oxalá na Praça dos Orixás, na Prainha do Lago Paranoá. O ato de vandalismo aconteceu dias antes de uma das mais importantes comemorações dos praticantes. Um morador de rua impediu que a peça fosse completamente destruída.
Segundo o coordenador do Fórum Permanente das Religiões de Matrizes Africanas de Brasília e Entorno (Foafro), o ógan Luiz Alves, os religiosos souberam do ataque nesta segunda (28/12). “Ontem fomos à Prainha para acompanhar a montagem das estruturas para a virada. Quando chegamos, eu, o Pai Rafael e o Ogan Wilson fomos parados por moradores de rua que nos contaram a história”, contou.
Vítimas do ódio
A proprietária do terreiro Axé Oyá Bagan, incendiado em 27 de novembro, Adna Santos de Araújo, 52 anos, mais conhecida como Mãe Baiana também comentou o ataque. “Se uma pessoa faz um negócio desse nessa época do ano e na calada da noite, estamos certos que se tratou de mais um caso de intolerância religiosa. Nós estamos inseguros, nossos terreiros estão inseguros. A falta de respeito e a baderna são grandes. Esperamos que o governador Rodrigo Rollemberg cumpra com o compromisso de criar uma delegacia especializada em crimes contra religiões de matrizes africanas”, disse.
Mãe baiana espera o laudo da Polícia Civil que dirá se o incêndio no terreiro no Paranoá foi criminoso. “Somos o único terreiro no Brasil que não poderá fazer nada para Iemanjá esse fim de ano. Contamos com ajuda para a reconstrução. Ainda não temos o laudo da perícia”, lamentou.