Profissionais da saúde do RJ dizem que problema com salários continuam

As emergências das unidades do estado ficaram mais vazias no fim de semana, mesmo assim, pacientes, parentes de pacientes e funcionários terceirizados continuam se queixando do atendimento e das condições de trabalho, como mostrou o Bom Dia Rio.

O movimento também foi pequeno ontem de manhã na UPA de Campo Grande, mas, segundo um funcionário, na noite de sábado (2) a unidade estava cheia. Ainda segundo ele, os problemas com salários atrasados continuam. “Nós somos terceirizados. Eles falam na televisão que já pagaram a gente. Mentira, isso é mentira. Pagaram a metade do nosso pagamento de novembro e um quarto do 13° e a promessa é que vai sair dia seis, dia 8, e até hoje não saiu”, diz o profissional.

Durante a semana de Natal, a emergência do Hospital Getúlio Vargas, que chegou a ser fechada, mas no domingo (3) estava aberta e com pouco movimento. No entanto, segundo o familiar de um paciente que está na unidade, a falta de profissionais no hospital preocupa.

“A gente está querendo informações, mas a minha irmã que está lá dentro não pode vir aqui foram porque, segundo me deram informação isso está igual a osso de cachorro, se largar o paciente lá dentro vem outro e pega, porque estão assim, atrás de enfermeiro e médico”, afirmou o motorista José Suraci, destacando que a informação foi dada pelo balcão de informações da unidade. A mãe de José está internada na unidade.

A falta de pagamentos de profissionais e de insumos para procedimentos médicos virou caso de polícia no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste do Rio. Diretores da unidade procuraram a delegacia para reclamar da falta de condições de trabalho na unidade.

Quem precisa das Unidades de Pronto Atendimento também enfrenta uma situação complicada. Na semana passada, na UPA Santa Luzia e no Colubandê os pacientes ficaram mais de três horas no local para conseguir atendimento.

Os médicos também estão sem receber salários e muitos não foram trabalhar. As UPAs estão atendendo os casos mais graves, que são os classificados como amarelos e vermelhos, e não atendem os casos verdes, que são os mais leves. Por sua vez, os hospitais estaduais também não estão atendendo os casos de menor gravidade e encaminham para as UPAs.

Na manhã de domingo, o atendimento na emergência do Rocha Faria foi rápido pra quem precisou. “Vim direto aqui porque o Rocha Faria dizem que está um caos. Trouxe a sogra. Aqui costuma estar bem cheio, eu conheço mas nesses dias, ano novo e hoje tudo certo”, afirmou a dona de casa Miriam Ribeiro.

Com a repercussão da crise nos hospitais estaduais, algumas pessoas buscaram serviço médico diretamente nas Unidades de Pronto Atendimento do estado. A família de Braian, de apenas 2 anos, pode ter que esperar até três horas pelo resultado do exame de sangue dele. “A UPA de Irajá pediu que a gente viesse correndo aqui para o Getúlio Vargas porque o menino precisava ser examinado para não ter risco até de perder o dedinho. Só tem uma pessoa para colher sangue no hospital todo.

No hospital estadual Albert schweitzer, a despachante Marcia Brito lamentava o fato de ter acabado de perder uma tia por complicações do diabetes e lembrava a peregrinação pra conseguir atendimento. “Eu passei de 24 a 31 indo e voltando todos os dias. Dia 31, mas aí ela já tava respirando com muita dificuldade, o olho já tava parado. Aí eu acho não teve jeito, ela foi pra sala vermelha, amarela, subiu pro CTI e foi tudo muito rápido”, afirmou Márcia.

Há quase um ano e meio a família da diarista Vânia Fernandes enfrenta o drama de um tumor. “Já tivemos em outros hospitais. Minha irmã fica que nem uma peteca, vai pra lá, vem pra cá e não tem recurso. Pelo que o médico falou ontem deu a entender que já não tem mais o que fazer pela minha irmã”, afirmou Vânia.

 

Fonte: g1

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