Mangueira encerra noite do segundo dia de desfiles no Rio de Janeiro
Em uma noite marcada por celebração à vida de artistas e à malandragem, seis escolas desfilaram no segundo dia de desfiles do Grupo Especial das escolas do Rio de Janeiro. Entre a noite de segunda-feira (8/2) e a manhã de terça-feira (9/2), a Marquês de Sapucaí recebeu Vila Isabel, Salgueiro, São Clemente, Portela, Imperatriz e Mangueira. Homenagens para a cantora Maria Bethânia, Zezé Di Camargo & Luciano e para o político Miguel Arraes foram destaques.
No 1º dia de desfiles do Grupo Especial, se apresentaram Estácio de Sá, União da Ilha do Governador, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Grande Rio, Mocidade Independente de Padre Miguel e Unidos da Tijuca. Nove quesitos serão avaliados pelos jurados: mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente, bateria, harmonia, evolução, enredo, samba-enredo, alegorias e adereços, fantasia. A campeã será conhecida na quarta-feira (10/2).
Retomando a tradição de enredos políticos, a Vila Isabel trouxe para o sambódromo o tema “Memórias do “Pai Arraia” – Um sonho pernambucano, um legado brasileiro”, abrindo a noite de desfiles. A agremiação usou as cores azul e branco e fez uma homenagem a Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos, político cearense três vezes governador de Pernambuco. Símbolos de Pernambuco e da cultura do estado brilharam na passagem dos componentes. A caatinga, a arte no barro, a literatura de cordel e o frevo foram lembrados. Os filhos do ex-governador, a ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes e o cineasta Guel Arraes, e o neto Antonio Campos, filho de Ana, desfilaram à frente da Vila. O carro que representou o Galo da Madrugada, todo colorido, soltava bombas de serpentina e ganhou aplausos dos espectadores. Arraes só foi representado ao fim, num boneco de Olinda, ladeado por integrantes vestidos como foliões do Galo da Madrugada.
“A Ópera do Malandro” foi o enredo escolhido pela Salgueiro, a segunda a entrar na Sapucaí. A vice-campeã dos dois últimos carnavais mostrou o universo dos cabarés, botequins e personagens das ruas e da noite do Rio de Janeiro, em um desfile divertido e que empolgou o público. Alguns problemas técnicos, no entanto, atrapalharam a evolução da vermelho e branco. Um zepelim de cerca de 20 metros que sobrevoou a avenida por cima da bateria foi um dos destaques. A estrutura inflável era segurada por componentes no chão por meio de cordas. Na figura do Zé Pilintra, entidade das mais importantes das religiões africanas que é exaltada no tema escolhido pelos carnavalescos, o malandro sambou “num palco sob as estrelas”, acompanhado de componentes caracterizados como a Pomba Gira.