Lugar de criança brincar é no parque

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Com os pés sujos de terra, cabelos bagunçados e sorriso estampado no rosto, o Dia das Crianças para os pequenos brasilienses foi do jeito que eles mais gostam: com muita brincadeira. O tempo firme e o céu azul ajudaram a compor o cenário dos espaços públicos lotados, com muitas risadas e brincadeiras ao longo do dia. Ao Jornal de Brasília, os pequenos foram unânimes em afirmar que a vida adulta não os interessa.

“Brincar! O que mais gosto em ser criança é poder brincar muito, até cansar”, contou Hugo Felipe que, aos 11 anos, prefere a rua ao celular, o futebol ao videogame e a terra ao sofá. “Adulto tem muita responsabilidade”, ressaltou, lembrando que as suas, como criança, ainda não são tão pesadas quanto serão no futuro.

Preferências

Ele esteve no Parque Ana Lídia, no Parque da Cidade, com as duas irmãs mais novas. Luara, de sete anos, comemorou o fato de poder brincar “como toda criança deveria” e elencou suas preferências. Boneca, pique-esconde e futebol são as primeiras opções na hora de escolher o que fazer. Às vezes, Larissa, a caçula de três anos, passa por uma de suas “filhinhas”. “Não quero ser adulta. As pessoas ficam ocupadas o tempo todo”, reclamou.

A avó Miriam Martins, de 51 anos, saiu cedo de Sobradinho com os netos para se divertirem. Os celulares ficaram em casa. Para ela, é essencial o incentivo à brincadeira. “Temos que preservar as atitudes de criança, de correr, de ficar descalço, de se machucar e aprender. Antigamente aproveitávamos muito mais essa época da vida”, compara.

Criança tem pressa. Corre para todo canto, cai, levanta e corre de novo. Às vezes, trombam com os colegas, mas nada que atrapalhe a brincadeira. Por isso, os brinquedos do parque ficaram lotados, com direito a engarrafamento infantil no foguete mais famoso da capital. No Zoológico de Brasília e na Água Mineral do Parque Nacional de Brasília, as famílias enfrentaram filas quilométricas, mas aproveitaram as tarifas reduzidas em prol das crianças. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar também abriram as portas dos batalhões e fizeram a festa com os militares mirins.

Tecnologia é forte concorrente

É século XXI e a tecnologia toma conta de quase tudo, inclusive das brincadeiras. Há crianças que preferem o celular ou videogame. Sem tirar os olhos do celular, onde procurava Pokemóns pela cidade, Henrique, de sete anos, argumentou: “Não deixa de ser um esporte. Tenho que andar cinco quilômetros para chocar um ovo”.
Nos pés, porém, a chuteira denunciava o esporte preferido. “Ser adulto é muito chato, prefiro poder brincar de tudo”, assegurou. O pai, Alexandre Valadão, seguiu o garoto por todo canto, sem perdê-lo de vista. “Isso também é brincadeira de criança. A tecnologia mudou tudo e não deve ter essa limitação, mas é importante ter regra e hora para usar”, explicou.

Longe do celular

Há, porém, quem prefira que o acesso ao equipamento seja tardio. Ana Luísa, de oito anos, não tem celular. De vez em quando, brinca com o dos pais. Na sua turma da escola, onde há 33 alunos, ela é uma das três crianças que ainda não têm o aparelho. A mãe Waldilene Garcia, 48 anos, explica: “Quero ela na rua, debaixo do sol quente, brincando, se divertindo. Ela precisa aproveitar essa fase da vida”.

A segurança do condomínio fechado onde vivem, no Guará, ajuda. “O que mais gosto de brincar é de massinha. Faço comida, escultura, tudo. Faço das bonecas meus bebês e do cachorro, o mascote”, contou a menina que, com a prima de quatro anos, brincava de fazer comida na manhã de ontem.

Com tanto espaço e pistas amplas, o Parque da Cidade também tinha crianças andando de bicicleta ou patins com os pais. O importante foi aproveitar o dia.

fonte:

Jornal de Brasilia

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