Familiares temem que obras em cemitérios danifiquem túmulos
Uma escavação no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, ameaça túmulos. Parentes de quem está enterrado perto da obra temem que as sepulturas sejam atingidas e danificadas. No período de chuvas, a tensão aumenta: fica o medo de que o terreno desmorone e destrua os jazigos. A mesma intervenção que abre espaço para novas sepulturas também ocorre no Cemitério de Planaltina. Lá, uma ossada chegou a ser atingida em razão das últimas tempestades, e o local precisou ser reformado.
No cemitério da Asa Sul, a obra fica na parte mais nova. O buraco chega bem próximo aos túmulos. Uma faixa de segurança isola aqueles que ficam às margens da escavação. O Correio visitou a área nesta semana. Dois operários trabalhavam na construção e não havia nenhum tipo de proteção nem isolamento ao acesso.
A tia de Flávio Campelo Lima, 29 anos, está enterrada em uma das sepulturas supostamente sob risco. Há duas semanas, ele foi ao jazigo do sogro, e a obra chamou a atenção dele. Ao se aproximar, deu-se conta de que era perto de onde estão os restos mortais da tia. O pastor questionou os funcionários. Segundo ele, os empregados contaram que, com as chuvas, o buraco cedeu e ficou maior. “Eles disseram que o túmulo da minha tia, assim como os outros, tinha chance de ser afetado. Já estive aqui de cinco a seis vezes. Em uma delas, vi túmulos abertos e quebrados. Dava para ver a urna de um deles. Em outra ocasião, a chuva tinha formado uma poça, e a água entrava dentro das gavetas”, relatou.