Sócio de Lulinha pediu para a Oi instalar antena em Atibaia
Sob suspeita de favorecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a empresa de telefonia Oi contou ao Ministério Público Federal (MPF) que um sócio do filho de Lula pediu à operadora que instalasse uma antena de celular perto do sítio que o petista frequentava em Atibaia (SP). As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo.
A empresa enviou documentos aos investigadores da Lava Jato informando a ligação entre pessoas próximas ao ex-presidente e a instalação do equipamento.
A Oi apresentou um e-mail enviado por Kalil Bittar, sócio na Gamecorp de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e irmão de Fernando Bittar, dono do sítio. Na mensagem, Bittar enfatiza que “seria importante velocidade” na instalação do equipamento.
Para explicar ao MPF todo o processo, do pedido à instalação, a operadora encaminhou um ofício apontando que a “iniciativa para implementação da antena surgiu de uma correspondência eletrônica enviada para a companhia” em março de 2011.
Segundo os documentos, cerca de dois meses após a solicitação, os primeiros estudos para a instalação já tinham sido realizados. A antena começou a operar já em setembro de 2011. A instalação custou à companhia, em valores atualizados, cerca de R$ 670 mil.
Justificando o atendimento ao pedido, a operadora diz que a região tinha clientes suficientes na região que justificassem o investimento, além de costumeiramente receber solicitações como esta, que eram atendidas da mesma forma.
Atualmente, por lei, as operadoras são obrigadas a garantir que 80% da área do município tenha cobertura de sinal. Na época, a legislação não exigia isso.
Defesa
A família Bittar afirma que o pedido de instalação da antena de telefonia perto do sítio de sua propriedade em Atibaia ocorreu em conformidade com os padrões de requerimento para colocação de equipamentos desse tipo.
Para o ex-presidente Lula, a investigação sobre a antena não tem relação com desvios na Petrobras e busca “apenas fazer barulho midiático” contra o petista.
“O tema dessa investigação não tem qualquer relação com desvios da Petrobras, que supostamente é o tema da Lava Jato, e o vazamento desses materiais mostra que a investigação não objetiva apurar fatos, apenas fazer barulho midiático contra Lula”, disse a assessoria de Lula.
A operadora Oi informou que já prestou os esclarecimentos às autoridades e não iria se manifestar. O advogado da empresa informou, apenas, que a instalação seguiu “procedimento padrão e formal”.