Cadeias lotadas no Entorno e obras inacabaveis
As obras de novos presídios no Entorno do DF, que deveriam ter ficado prontas em 2015, ainda não foram entregues, a falta de investimento nas cadeias públicas potencializa a fragilidade do sistema carcerário goiano vizinho à capital federal. Enquanto isso, 3.040 presos estão encarcerados em um sistema projetado para abrigar 854, uma superlotação de 255,97%. Para piorar, são 105 agentes penitenciários concursados no Entorno para controlar toda a população carcerária. Com o deficit, 246 vigilantes penitenciários temporários complementam o quadro, mas o contrato tem prazo de validade de até um ano.
Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás. Os principais crimes que levam homens e mulheres para a cadeia do Entorno são roubos, furtos, tráfico de drogas, homicídios e estupros. Contudo, segundo o secretário em exercício da pasta, coronel Edson Costa, mais de 50% dos detentos do sistema prisional do estado são provisórios, significa que sequer foram julgados.
Muitos deles dividem cela com condenados perigosos. É o que acontece na maioria dos 14 presídios do Entorno, realidade que poderia ser mudada caso as novas obras fossem concluídas. A juíza de Águas Lindas Cláudia Andrade Freitas considera que a construção do novo presídio para 300 vagas poderia amenizar o problema. “Com a conclusão da obra, uma possível solução é a transferência dos presos provisórios para lá”, detalha.Mas, segundo o Governo de Goiás, faltou dinheiro para concluir o projeto, orçado em mais de R$ 13 milhões. Apenas no fim de 2016, o estado recebeu R$ 44 milhões do Fundo Nacional Penitenciário destinado à construção de unidades prisionais e investimentos.
Além da reforma na unidade de Águas Lindas, há obras em andamento no Novo Gama, Formosa, Anápolis e Planaltina de Goiás. Esta, no entanto, enfrenta a pior situação carcerária no Entorno. A cadeia pública, construída nos anos 1950, tem problemas estruturais, como constatou o Correio em visita na semana passada.