Dona de buffet é acusada de dar calote em 35 noivas do DF
Ao menos 35 noivas do Distrito Federal teriam sido lesadas por Francijanne Carvalho Sousa e Silva (foto em destaque), dona do Janne Carvalho Buffet. Elas acusam a empresária de não cumprir com os serviços oferecidos, mesmo após receber todo o valor combinado. Além das noivas, Janne teria deixado de pagar funcionários e fornecedores. O prejuízo total chegaria a quase R$ 100 mil.
As vítimas registraram ocorrência na noite dessa terça-feira (20/2) na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga) e o caso está sendo investigado como possível estelionato.
A estudante Pâmela de Moura Osório Braga, 23 anos, disse que conheceu a empresária em janeiro de 2016. Ela se preparava para o casamento e contratou os serviços do buffet. “Terminei meu noivado no meio do ano e reverti o contrato para uma cerimônia dedicada a meus avós. Combinamos de parcelar o pagamento, mas ela ficou me ameaçando, dizendo que se eu não pagasse não teria evento”, conta.
A festa dos avós foi realizada, e Pâmela contratou novamente os serviços de Janne. “Participava de um grupo de 250 noivas no Facebook e aconselhei que as pessoas contratassem o serviço dela, pois, apesar dos problemas, a comida era muito boa. Mais de 50 fecharam com ela, inclusive amigas minhas”, relata.
No começo de 2017, Pâmela entrou em contato com a empresária para realizar seu casamento. O buffet foi orçado em R$ 4,6 mil, divididos em cinco vezes. Mas a mulher voltou a ameaçá-la, dizendo que não faria o casamento sem o pagamento do valor total acordado. Três dias antes do evento, Janne sumiu.
Noivas procuram por Janne nas redes sociais:
Segundo Pâmela, a empresária reapareceu no dia do casamento, dizendo que só faria o serviço se recebesse todas as parcelas que faltavam. “Fiquei desesperada. Me arrumei meio-dia e fui de noiva correr atrás dela para realizar o casamento. Tive que fazer um empréstimo, e o que era para ser pago em cinco meses eu paguei no dia”, diz a estudante. Pâmela afirma que a tia também passou pelo mesmo constrangimento.
Outra vítima é a estudante Bruna Sousa Silva, de 22 anos, que se casou no último domingo (18/2). Ela contaria com os serviços da empresária e, com o noivo, desembolsou R$ 6,6 mil. Mas ficou na mão. A jovem afirma que, faltando apenas quatro dias para o casamento, Janne desapareceu. “O marido dela me disse que não poderia fazer nada, que não tinha conhecimento dos contratos da esposa”.
“Tivemos que contratar outro buffet em cima da hora e pagamos mais R$ 6 mil”, afirma. “A gente pediu empréstimo para a minha sogra e ela tirou da poupança da família.”
Mais uma vítima
A angústia é a mesma da administradora de empresas Jéssica Soares Martins, 26 anos. Ela está com casamento marcado para o próximo dia 10 e não consegue localizar Janne, embora já tenha pago R$ 5,25 mil pelo buffet. À reportagem, a noiva contou que começou os preparativos para a cerimônia no fim de 2016. “Marquei o casamento e fiz a degustação. Ela tinha tudo que eu precisava e estava cumprindo com todos os contratos. Mas, em novembro do ano passado, surgiram boatos de que ela estava deixando os eventos.”Segundo a administradora, o último encontro com a empresária foi no mês passado, para fechar o cardápio da cerimônia. “Tudo que eu pedia ela dizia que seria feito e fechamos. No último domingo (18) seria minha degustação, mas ela não apareceu e eu não consigo mais contato”, lamenta. Jéssica disse que tentou falar com Janne na segunda-feira (19), mas a mulher excluiu todas as contas das redes sociais.
Já pagamos tudo e não temos como arcar com essas despesas novamente. Estamos desesperados, sem saber o que fazer. Ficamos um ano pagando para ela e estou sem chão agora, não consigo nem trabalhar direito.“
Calote em fornecedores
Wanderson Rodrigues Vasconcelos Oliveira, 36 anos, era fornecedor de louças do buffet de Janne. Ele afirma que trabalhou com a empresária por mais de um ano e que os cheques repassados por ela não tinham fundos. Segundo Wanderson, o prejuízo chegou a R$ 5 mil.“Em novembro do ano passado, ela me deu um cheque que voltou em dezembro, assim como os outros que vieram depois. Ela não atende, o marido disse que assumiria a dívida, pois ela não conseguiria pagar, mas nada foi feito”, conta. “Quando ficou me devendo, ela contratou outro fornecedor e o pagou. Ela alega que está passando por dificuldades e que a dívida é muito alta. Já passei os cheques para um advogado e vou acionar a Justiça”, diz Wanderson .




