Carlinhos do Mangão: “A população de Novo Gama estava cansada e queria uma renovação”

Carlinhos do Mangão (PL) assumiu, há 22 dias, o cargo de prefeito de Novo Gama. Eleito com 15.671 votos, Mangão é natural de João Pinheiro (MG), tem 44 anos, é casado e pai de três filhos.

Nesse espaço de tempo em que responde pelo Executivo municipal, afirma ter encontrado a prefeitura em uma situação difícil, com muitos desafios a serem superados. Ele diz ter recebido a notícia de sua eleição “com bastante tranqüilidade” e que o resultado não o surpreendeu por causa da insatisfação da população.

“Recebi o resultado [da eleição] com bastante tranquilidade. Confesso que era esperado, porque a população já estava cansada, queria uma renovação e, nos últimos dias de campanha, a gente percebeu que estava no caminho certo. Então, o resultado só foi pra confirmar o que a gente percebia nas ruas”, disse.

Confira a entrevista completa de Carlinhos do Mangão ao jornal O Democrata.

O Democrata: Em que situação o senhor encontrou a prefeitura?

Carlinhos do Mangão: Totalmente sucateada, não só em termos financeiros, mas também na estrutura física. Muitas coisas faltando, não estavam na relação de patrimônio, maquinário totalmente destruído, patrola sem pneus, escavadeira nova com pneus velhos.

Hoje conseguimos botar algumas máquinas para funcionar e alguns veículos. Tinha muita coisa faltando, até muitos móveis de algumas secretarias. Então, determinei todos os servidores responsáveis pela pasta para fazer um check-list geral para saber o que está faltando para poder tomar as devidas providências.

OD: E a questão financeira? É verdade que a prefeitura deixou de pagar os seus fornecedores?

CM: Vários fornecedores estão procurando a nossa secretaria de Finanças, o nosso departamento financeiro, principalmente reclamando que tem débitos com a prefeitura. Até mesmo o posto de gasolina ficou sem receber.

OD: E como o senhor começou o seu trabalho? Nos conte um pouco.

CM: Desde quando ganhei a eleição, começamos fazer um trabalho de articulação tanto em Brasília quanto no estado de Goiás, na Assembléia Legislativa do Estado. Já temos aí um dos nossos maiores compromissos de campanha é a construção do nosso tão sonhado hospital. Já temos R$ 5 milhões de emendas impositivas do senador Luiz do Carmo, R$ 1 milhão de emenda da deputada Leda Borges, R$ 1 milhão de emenda do nosso deputado Francisco Júnior. Esse é o total que nós temos disponível para o início da construção do hospital. Porém, nós já recebemos de emenda, além dos empenhos para comprar maquinário… se somarmos tudo já temos mais R$ 4 milhões.

OD: E no Distrito Federal, como foi construída a parceria com o GDF?

CM: Quero agradecer o governador [Ibaneis Rocha] e o vice-governador Paco Britto. Quando ganhamos a eleição, sabíamos a situação em que íamos pegar a cidade, bastava ver a situação de abandono depois das eleições.

E fui ao gabinete do vice-governador [do Distrito Federal], fizemos uma articulação lá e nós estamos sendo contemplados. Nesses últimos dias, um mutirão de limpeza e a operação tapa-buracos com o DER-DF na nossa cidade, ajudando a gente tampar os buracos e também na próxima semana a Novacap ajudando a gente, principalmente a roçagem, limpeza.

É uma parceria, um convênio, com o Governo do Distrito Federal para poder a gente dar esse pontapé inicial nesses primeiros dias de governo. Já recebemos 60 toneladas de massa asfáltica e a previsão é chegar mais 80. Além disso, temos dois rolinhos, duas retroescavadeiras e mais uma patrola, além do equipamento de roçagem que já chega na próxima semana.

OD: E como está a estrutura do governo municipal?

CM: Assim que nós assumimos o governo, assumimos sem nenhum cargo comissionado, tendo em vista que a lei que criava a estrutura passada ela foi considerada inconstitucional pela Justiça.

A gestão passada teve que fazer um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual ela teve que se comprometer a demitir todos os comissionados até 31 de dezembro e criar uma nova estrutura. Porém, a nova estrutura que ela fez não passou pela Câmara Municipal, não foi aprovada.

Quando assumimos, dia 1° de janeiro, não poderíamos ter uma contratação de comissionado. Nós fizemos uma estrutura, demos uma enxugada na máquina pública para poder ajustar, porque a gente sabia a situação financeira em que a gente ia pegar a prefeitura, reduzimos de 857 cargos comissionados da gestão anterior para 324 cargos comissionados.

OD: Haverá a criação de alguma Secretaria? E extinção? Explique.

CM: Na estrutura passada tinha 18 secretarias e nós vamos trabalhar com 14. A única secretaria que foi criada porque foi compromisso de campanha nosso, e necessita para nossa cidade, tendo em vista o município com mais de 130 mil habitantes, é a Secretaria de Segurança Pública.

Hoje nós temos uma guarda municipal com mais de 190 profissionais e que estava sendo subordinada à Secretaria de Governo. Totalmente descabível. Então, para a gente fazer o ajuste, nós criamos a Secretaria Municipal de Segurança Pública. Em várias cidades tinha e eu nunca entendi porque que Novo Gama nunca teve.

Além de tudo nós pegamos o veículo oficial, que era de uso exclusivo da prefeita e do esposo dela e fiz uma doação para o município. Agora, o carro vai se transformar em viatura para atender os comerciantes do município. Eu nunca usei o carro público, nunca utilizei veículo público para poder me deslocar em algum lugar.

OD: Quais são as primeiras ações no município

CM: Estamos trabalhando na operação tapa-buraco, limpeza da cidade, troca de lâmpadas. A pavimentação asfáltica continua até o final do Pedregal. Já estamos dando início a um processo de uma obra de pavimentação asfáltica no Lunabel e vamos trabalhar agora para fazer a licitação de quadra de esporte. Então, vamos trabalhar muito pela nossa cidade. Essa é a nossa vontade e com o apoio do governador do Estado de Goiás que é mais importante.

OD: E a questão da regularização de terrenos da cidade

CM: Regularização fundiária é uma preocupação nossa e um desejo dos moradores de ter o seu lote regularizado, com sua escritura. Nós criamos, junto da nossa Secretaria de Habitação, a Superintendência de Regularização Fundiária, que vai dar mais celeridade aos processos de escritura. Provavelmente iremos já, no mês de março, realizar a entrega de novas escrituras.

E o nosso compromisso é entregar e regularizar todas as residências todos os terrenos do nosso município, entregando as escrituras definitivas para nossa população.

fonte:

O DEMOCRATA