Donos de oficinas falavam em “risco à família” para conseguir serviços desnecessários em carros
Funcionários das lojas investigadas pela Operação Rota Scam, deflagrada nesta quarta-feira (4/1) pela Polícia Civil do DF (PCDF), persuadiam as vítimas a fazerem serviços desnecessários em seus respectivos veículos sob o argumento de que, caso se negassem, estariam colocando em risco a vida de suas famílias. Os alvos das investidas criminosas eram, em regra, mulheres desacompanhadas e idosos.
Outro detalhe da investigação revela a existência de um grupo composto por ao menos 10 empresas, sendo 7 no DF, responsável por lesar clientes. Para tentar driblar os investigadores, o grupo realiza, constantemente, mudança no nome dos sócios e das lojas.
Na manhã dessa quarta-feira (4/1), a PCDF, com o apoio do Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF), deflagrou nova fase da operação. A coluna Na Mira apurou que a loja investigada é a Grid Pneus.
As equipes cumpriram 11 mandados de busca e apreensão, em casas e estabelecimentos comerciais no Gama, Guará, Lago Norte, Núcleo Bandeirante, na Asa Norte, em Águas Claras, Taguatinga e Santa Maria. Os crimes apurados são de estelionato, organização criminosa e contra as relações de consumo.
As investigações começaram ainda em 2021, quando consumidores registraram ocorrências sobre práticas abusivas por parte de uma empresa de serviços automotivos. Os clientes compareciam ao local para trocar rodas e saíam após pagarem valores exorbitantes por serviços supostamente necessários. Algumas das vítimas, que recebiam apelidos dos criminosos, denunciaram que se sentiram compelidas pelos funcionários das lojas.
Em 24 de maio de 2022, a Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) e o Procon-DF deflagraram a primeira fase da operação.
Na ocasião, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, sendo um na casa do dono da empresa e os outros dois em lojas nas asas Sul e Norte. À época, os investigadores encontraram diversas provas, e os estabelecimentos acabaram interditados.
A partir da análise dos materiais apreendidos, constatou-se a prática dos crimes, principalmente contra mulheres e idosos desacompanhados, que eram forçados a autorizar a realização de serviços não necessários nos veículos e com preços muito acima dos praticados no mercado. Os delitos tinham participação e conivência de vários funcionários das empresas do mesmo grupo, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Os envolvidos podem ser condenados a mais de 20 anos de prisão. Até o momento, os sistemas policias identificaram 86 vítimas do grupo.
Modus operandi
Suspeitas de cobrar preços abusivos e extorquir clientes, duas lojas da Grid Pneus, nas asas Sul e Norte, foram interditadas em 24 de maio do ano passado, durante operação conjunta do Procon-DF e da PCDF.
Os estabelecimentos faziam manutenção e revenda de pneus. No local, fiscais encontraram diversos veículos à espera, sem qualquer orçamento ou ordem de serviço registrada. Também não havia tabela de preço disponível para os consumidores.
Ao verificar notas fiscais, o Procon-DF identificou que as lojas aplicavam preços diferentes para o mesmo tipo de serviço, a depender do perfil de cada cliente.
A operação ocorreu após a análise de diversas ocorrências policiais e de 26 reclamações registradas contra a empresa por consumidores da capital federal junto ao Procon-DF.
“Em regra, as pessoas chegam lá para fazer um serviço — por exemplo, troca de pneu —, e a loja oferece uma série de outros, sob alegação de que os veículos estão com ‘N’ problemas, e cobra valores para manutenções desnecessárias nos carros dos consumidores. E pior: na maioria das vezes, eles não realizam esses serviços extras que foram cobrados, até porque os veículos sequer tinham, de fato, os problemas apontados”, afirmou a diretora-geral substituta do Procon-DF, Vanessa Pereira.
“Encontramos ordem de serviço no valor de R$ 20 mil para um Celta, o que equivale a, praticamente, o valor do automóvel”, acrescentou.
Por decisão do Procon-DF, as lojas ficaram com atividades interditadas por tempo indeterminado. A reportagem não localizou os responsáveis pelo estabelecimento. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
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