Donald Trump se torna réu pela terceira vez, e pode pegar até 50 anos de prisão
Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump se tornou réu pela terceira vez, acusado de conspirar para mudar o resultado da eleição de 2020
Donald Trump voltou à capital Washington: dessa vez, não como presidente. Pela terceira vez em quatro meses, se apresentou em um tribunal e teve as digitais coletadas antes de ouvir novas acusações contra ele.
No documento final da investigação, o promotor especial Jack Smith afirmou que, apesar de ter perdido a eleição de 2020, o ex-presidente tentou se manter no poder e, por mais de dois meses, espalhou mentiras sobre fraudes na eleição.
“O réu foi notificado repetidamente de que as alegações dele eram falsas – muitas vezes pelas pessoas nas quais ele confiava para conselhos sobre assuntos importantes e que estavam em melhor posição para conhecer os fatos – e ele, deliberadamente, desconsiderou a verdade”, declara o documento da promotoria.
A promotoria mostrou ligações e conversas detalhadas de Trump e dos ajudantes dele pedindo aos secretários de Estado da Pensilvânia e da Geórgia para que ajudassem a mudar o resultado da eleição. O ex-presidente chegou a tentar persuadir o Departamento de Justiça americano a confirmar supostas fraudes – que nunca foram detectadas.
O promotor especial acusou Trump e algumas pessoas chamadas de “co-conspiradoras” dele de planejar o uso da violência para o presidente se manter no poder. Nesta quinta (3), diante da juíza, o ex-presidente se declarou inocente.
Depois de deixar o tribunal, ele disse que é vítima de perseguição política. Esta foi a terceira vez que Trump foi acusado formalmente em um processo criminal.
Em abril de 2023, a Justiça de Nova York o acusou de fraudar registros financeiros na campanha de 2016 para ocultar um pagamento feito à ex-atriz pornô Stormy Daniels. O julgamento está marcado para março de 2024.
Em maio, ele vai ser julgado em outro caso e vai responder a 40 acusações relacionadas à retirada de documentos sigilosos da Casa Branca e à tentativa de obstruir os esforços para recuperar os papéis.
Por mais sérios que sejam os outros processos, as acusações desta quinta (3) sobre as ações de Trump na eleição de 2020 são consideradas mais graves. O tribunal vai decidir se um presidente em exercício espalhou mentiras intencionalmente e tentou usar a autoridade do governo para derrubar a vontade dos eleitores.
As penas máximas para cada uma das quatro acusações variam de 5 até 20 anos de prisão.
Ao mesmo tempo em que é réu, Trump lidera com mais de 30 pontos de vantagem as pesquisas para se tornar o candidato do Partido Republicano na eleição presidencial de 2024. Pela Constituição americana, mesmo que seja condenado e preso, ele pode concorrer e até assumir a Presidência de novo se for eleito.
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