Putin insinua que Ucrânia tem relação com ataque a casa de show em Moscou
Putin disse que as quatro pessoas que participaram diretamente do ataque foram detidas e insinuou que estavam tratando, em sua fuga, de cruzar a fronteira com a Ucrânia
Há menos de uma semana, Vladimir Putin recebeu seu quinto mandato de presidente da Rússia, com percentagem recorde de votos. Utilizou uma eleição encenada para provar que seguia no controle. Poucos dias depois, enfrenta contraponto contundente: seu alardeado aparato de segurança foi incapaz de impedir o ataque terrorista mais letal à Rússia em 20 anos.
As pelo menos 133 pessoas assassinadas numa sala de música no subúrbio de Moscou foram um trágico golpe para a aura de Putin como campeão da segurança nacional. Especialmente após dois anos de guerra na Ucrânia, por ele descrita como fundamental para a sobrevivência da nação e sua prioridade central.
“Ele teve vitória decisiva, mas imediatamente seguida por uma humilhação”, disse, por telefone, de Moscou, o cientista político russo Aleksandr Kynev.
Putin levou mais de 19 horas para falar à nação sobre o ataque, o mais letal desde o cerco a uma escola em Beslan, no sul do país, em 2004, que ceifou 334 vidas. E, quando o fez, nada disse sobre as provas crescentes de que os responsáveis faziam parte de um ramo do Estado Islâmico.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse neste sábado (23/3), que foram tomadas novas medidas de segurança em todo o país e insinuou que a Ucrânia teria relação com o ataque a uma casa de show nas periferias de Moscou. A principal agência estatal de investigação da Rússia afirma que o número de mortos no ataque já soma 133.
Putin disse que as quatro pessoas que participaram diretamente do ataque foram detidas e insinuou que estavam tratando, em sua fuga, de cruzar a fronteira com a Ucrânia. Não respaldou sua afirmação com provas.
O grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque de sexta-feirA (22/3), por meio de um comunicado. O atentado que deixou pelo menos 115 mortos ocorreu na sexta-feira (22/3), antes de um concerto do grupo de rock russo Piknik, em uma sala de concertos do Crocus City Hall, em Krasnogorsk, um subúrbio a noroeste de Moscou.
Deu a entender que a Ucrânia estava por trás da tragédia. Afirmou que os agressores agiram “como os nazistas”, evocando sua repetida e falsa descrição do país vizinho ser governado por neonazistas.
“Nosso dever comum agora é estar juntos, numa única formação”, afirmou, ao fim de um discurso de cinco minutos, em que buscou confundir a luta contra o terrorismo com sua invasão da Ucrânia.
A questão é saber até que ponto os russos aceitarão seus argumentos. Ou se começarão a questionar se Putin, com a invasão da Ucrânia e o conflito com o Ocidente, tem em mente de fato os interesses de segurança nacional da Rússia.
O fato de Putin aparentemente ter ignorado um aviso dos EUA sobre potencial ato terrorista provavelmente aprofundará o ceticismo. Em vez de reforçar a segurança, o presidente classificou o alerta como provocação, com “intenção de intimidar e desestabilizar nossa sociedade”. No rescaldo do ataque desta sexta-feira, alguns dos seus críticos no exílio citaram a fala como prova de que ele não presta atenção às verdadeiras ameaças à segurança do país.
Veja vídeos que mostram atiradores e incêndio em centro comercial durante atentado em Moscou.
Kynev crê que muitos russos estão agora em “choque”, pois “restaurar a ordem sempre foi o cartão de visitas de Putin”. Mas, dada a eficácia do Kremlin na repressão da oposição e no controle das redes sociais, também vê as consequências políticas como “limitadas, desde que novos ataques sejam evitados”, pois “nos acostumamos a nos calar sobre temas inconvenientes”.
Quando o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque e a Ucrânia negou qualquer envolvimento, o Kremlin buscou convencer os russos de que se trata de um ardil. Olga Skabeyeva, apresentadora da televisão estatal russa, postou que a inteligência ucraniana encontrou agressores “parecidos com o EI. Mas isto não quer dizer que sejam eles.” E sua colega Margarita Simonyan escreveu que tudo se trata de um “truque de mágica” dos meios de comunicação ianques.
*É chefe do escritório do NYT em Moscou
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