Ataque dos EUA a barco no Caribe aumenta tensão com a Venezuela

Segundo Trump, barco era vinculado à facção Tren de Aragua e estaria carregado de drogas, a caminho dos Estados Unidos

O destróier USS Sampson atracado na Cidade do Panamá: embarcação integra força naval dos Estados Unidos no Caribe  -  (crédito: Martin Bernetti/AFP)

“Nos últimos minutos, literalmente disparamos contra um barco que transportava drogas. Havia muita droga nesse barco. Vocês o verão e lerão sobre ele. Ocorreu há alguns minutos”, declarou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um pronunciamento à imprensa, depois de seis dias — o que causou uma série de rumores sobre sua saúde na redes sociais. Mais tarde, Trump anunciou que o “ataque cinético” visou o grupo Tren de Aragua em águas internacionais. “O ataque resultou em 11 terroristas mortos em ação”.

Pouco depois de publicar na rede social X um desenho de fumaça e fogo, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, também confirmou o incidente. “Os militares dos EUA conduziram um ataque letal no sul do Caribe contra um barco de drogas que tinha partido da Venezuela e era operado por uma organização narcoterrorista”, disse o chefe da diplomacia de Washington. “O presidente Donald Trump deixou muito claro que vai utilizar todo o poder dos Estados Unidos, todo o poderio dos Estados Unidos, para enfrentar e erradicar esses cartéis de drogas, não importa de onde operem.”

Antes do discurso de Trump, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, qualificou de “absurdo” o patrulhamento do sul do Mar do Caribe por oito destróieres americanos. “Isso é como eu pegar minha artilharia estratégica, que tem foguetes, granadas e obuses para matar ou aniquilar uma gangue de ladrões de carros. (…) Não se combate o narcotráfico com destróieres nem com mísseis, a narrativa deles é absurda.”

Provas

General de brigada venezuelano e ex-presidente da estatal venezuelana PDVSA, Guaicaipuro Lameda afirmou ao Correio que, sob o ponto de vista militar, o ataque americano demonstra a intenção dos Estados Unidos de interromper as operações do narcotráfico que partirem da costa da Venezuela. “Os EUA querem mostrar ao mundo que buscam proteger o legítimo interesse pela vida de seus cidadãos. Além disso, Trump disse que tem provas contundentes de que o governo da Venezuela é exercido, de modo ilegítimo, pelo chefe de uma organização criminosa encarregada do narcotráfico e do terrorismo. O ataque envia ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, uma mensagem adicional”, explicou. 

Para Jose Vicente Carrasquero Aumaitre, professor de ciência política da Universidad Simón Bolívar (em Caracas), era apenas questão de tempo um incidente do tipo. “Não existiria uma mobilização militar dessa magnitude se não houvesse uma ação rápida. Ante uma mobilização tão cara e complicada, era preciso mostrar à opinião pública os resultados”, comentou, por telefone. “Isso é uma demonstração das ações que serão tomadas pelas Forças Armadas dos Estados Unidos na região.”

Antonio Rivero, ex-diretor da Proteção Civil da Venezuela e general reformado, avalia que o incidente aumenta a tensão entre os dois países. “É um fato notório, com 11 pessoas mortas. Era uma embarcação pequena, com três ou quatro motores, usada para o rápido transporte de drogas. Precisamos aguardar a resposta do usurpador da Venezuela, Nicolás Maduro. A escalada de tensão está presente e cobra uma maior atenção em relação ao risco de um confronto maior”, advertiu ao Correio. 

Guaicaipuro Lameda, general de brigada venezuelano e ex-presidente da estatal venezuelana PDVSA
Guaicaipuro Lameda, general de brigada venezuelano e ex-presidente da estatal venezuelana PDVSA(foto: Arquivo pessoal )

“O ataque é como se os Estados Unidos enviassem uma mensagem adicional a Nicolás Maduro: ‘Podemos chegar até os barcos que saem da Venezuela, temos armamento e capacidade para conduzir outros tipos de operação, além da simples destruição dessas embarcações’. Estão marcando território,. Eles desejam abrir possibilidades de mudanças nas circunstâncias, buscar uma saída que não seja letal e que possa ser acordada. Não vejo isso como algo fácil.”

Guaicaipuro Lameda, general de brigada venezuelano e ex-presidente da estatal venezuelana PDVSA

Boatos sobre saúde em pauta

Donald Trump faz pronunciamento no Salão Oval da Casa Branca

Donald Trump descartou os rumores que circularam nas redes sociais sobre sua saúde como “notícias falsas”. “Não vi isso”, disse o republicano de 79 anos quando um jornalista comentou sobre a especulação generalizada nas redes sociais, incluindo o X, de que ele estaria com problemas de saúde. Após vários dias sem aparecer diante da imprensa, alguns usuários chegaram até a sugerir que o mandatário havia morrido. “São notícias falsas”, acrescentou Trump, que costuma se gabar de ter uma saúde de ferro. Em julho, a Casa Branca afirmou que hematomas na mão direita de Trump se deviam a uma “irritação” causada pelos “frequentes apertos de mão” e ao uso de aspirina como parte de um tratamento cardiovascular. Também indicou que suas pernas estavam inchadas devido a uma insuficiência venosa crônica. 

Foco nos crimes em Chicago

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu resolver rapidamente “o problema da criminalidade” em Chicago, cidade que classificou como “a mais perigosa do mundo, de longe”. “Vou resolver o problema da criminalidade rapidamente, como fiz em (Washington) D.C.”, disse o republicano, referindo-se ao envio de reservistas da Guarda Nacional para as ruas da capital. “Chicago é a pior e a cidade mais perigosa do mundo, de longe”, acrescentou.

Depois de sua incursão em Los Angeles em junho e em Washington em meados de agosto, a administração do republicano ameaçou enviar agentes federais da polícia e da Guarda Nacional para outras grandes cidades de maioria democrata, como Chicago, Nova York, Baltimore e Boston.

Os democratas alertaram no domingo (31/8) sobre uma “invasão” de militares em Chicago, tradicional bastião democrata. O governador democrata de Illinois, JB Pritzker, opositor ao presidente republicano ao qual  havia chamado de “ditador”, acusou Trump de colocar em risco as eleições legislativas de meio de mandato de 2026 com esta mobilização.

“Pritzker precisa desesperadamente de ajuda, só que ainda não sabe disso”, escreveu Trump, ontem, em sua rede Truth Social. O presidente mencionou números de criminalidade em Chicago, a terceira maior cidade dos EUA, segundo os quais 54 pessoas foram baleadas no último fim de semana prolongado, deixando oito mortos. Os dois fins de semana anteriores registraram estatísticas similares, segundo a publicação do mandatário. “Chicago estará segura e em breve”, afirmou, acrescentando uma publicação provocativa em letras maiúsculas: “Chicago é a capital mundial do assassinato!”.

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fonte:

Correio Brasiliense

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