Postos de combustíveis no Entorno do DF são alvo da maior operação contra o crime organizado no Brasil
Estabelecimentos em cidades goianas próximas à capital federal eram usados para lavagem de dinheiro e venda de combustível adulterado.
O Entorno do Distrito Federal entrou na mira da megaoperação Carbono Oculto, deflagrada na última semana, considerada a maior ofensiva já realizada contra o crime organizado no país. Pelo menos oito postos de combustíveis em cidades goianas próximas à capital federal estão entre os investigados, em um esquema bilionário que movimentou recursos de forma irregular.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Receita Federal, os postos funcionavam principalmente como bandeira branca, ou seja, sem ligação direta com grandes distribuidoras de combustíveis. A estratégia permitia ao grupo manipular o produto e lavar dinheiro sem levantar suspeitas imediatas. Os estabelecimentos investigados ficam em municípios como Abadiânia, Alexânia, Luziânia, Goianésia, Niquelândia e Santo Antônio do Descoberto, a menos de 60 quilômetros de Brasília em alguns casos.
O grupo investigado importava metanol, produto químico que deveria ser destinado a indústrias de biodiesel e química, mas que era desviado para postos de combustíveis. Em alguns locais, o combustível vendido chegava a ter até 90% de metanol, quantidade muito acima do limite de 0,5% permitido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essa prática reduzia os custos do grupo, aumentando artificialmente os lucros às custas da segurança do consumidor.
Além disso, o dinheiro obtido com a fraude era movimentado por meio de fintechs, que operavam como intermediárias financeiras para mascarar as transações. O esquema incluía emissão de notas fiscais fraudulentas, fundos de investimento e empresas de fachada, totalizando movimentações de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, de acordo com a Receita Federal. Parte desses recursos era gerida por operadores financeiros em São Paulo.
A força-tarefa cumpriu mais de 350 mandados de busca e apreensão em oito estados, incluindo São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O esquema investigado envolvia não apenas postos de combustíveis, mas também empresas de tecnologia financeira e distribuidores intermediários.
A investigação aponta que o combustível adulterado chegava ao Brasil pelo Porto de Paranaguá (PR) e, em vez de seguir para as indústrias autorizadas, era desviado para abastecer postos ligados ao grupo. No Entorno do DF, essa prática evidencia a proximidade do esquema com a capital federal, levantando preocupações sobre a segurança do consumidor e a transparência no comércio de combustíveis.
Siga ODEMOCRATA no Instagram pelo link www.instagram.com/odemocrata
📰 Leia e veja as melhores notícias do Distrito Federal, entorno de Brasília, Brasil e do mundo 🌎 dando ênfase para notícias regionais 📍 de utilidade pública.
✔️ ANUNCIE CONOSCO
✅ WhatsApp 📱(61)99414-6986
PORTAL DE NOTÍCIAS 📲 ODEMOCRATA
🌎 SEMPRE CONECTADO COM VOÇÊ 🖥️
