Polícia Civil investiga transferência de empresa feita um dia após morte do dono em Planaltina de Goiás
Negócio avaliado em mais de R$ 2 milhões foi transferido como se empresário ainda estivesse vivo; assinatura digital usada no documento teria sido falsificada
A Polícia Civil de Goiás investiga a transferência irregular de uma empresa de transportes de Planaltina de Goiás, avaliada em mais de R$ 2 milhões, que teria sido feita um dia após a morte do proprietário. O caso envolve a Amazônia Inter, empresa responsável desde 2020 pelo transporte de passageiros entre Planaltina e o Distrito Federal.
De acordo com documentos da Agência Goiana de Regulação (AGR), até 2024 a empresa tinha como único sócio Raimundo José Eustáquio da Conceição. No entanto, Raimundo morreu no dia 15 de outubro de 2024, conforme certidão de óbito que aponta causa de morte desconhecida. Mesmo assim, no dia seguinte, a empresa foi transferida para Gilberto José Ribeiro, homem que não teria qualquer grau de parentesco com o empresário.
Assinatura digital suspeita
O documento de transferência foi registrado na Junta Comercial do Distrito Federal e traz a assinatura digital de Raimundo José — apesar de ele já estar morto na data do registro.
A irregularidade foi denunciada de forma anônima à Procuradoria de Planaltina de Goiás, que identificou indícios de fraude.
“Quando fomos verificar a documentação, vimos que o registro do contrato social foi feito um dia após a morte. Isso era impossível. Percebemos que a assinatura digital foi manipulada — qualquer pessoa poderia fazer, se tivesse acesso ao certificado digital”, afirmou o procurador do município, Gilson dos Santos.
A Procuradoria constatou ainda que a assinatura digital usada no documento teria sido criada a partir de uma colagem de imagem, o que reforça a suspeita de falsificação. O caso foi encaminhado à Polícia Civil de Goiás, que instaurou inquérito para apurar o crime.
Investigação em andamento
O delegado José Antônio Sena, responsável pelo caso, afirmou que os investigadores irão cruzar as datas da morte de Raimundo com a assinatura registrada no contrato de transferência.
“Iremos reduzir [ouvir] todas as pessoas relacionadas a essa investigação. No primeiro momento, trabalhamos com os crimes de falsidade ideológica, estelionato e uso de documento falso”, explicou.
Empresas e órgãos se manifestam
Em nota, a Amazônia Inter declarou que a alteração societária foi realizada “de forma totalmente legal, amparada por documentos, autorizações e contratos devidamente assinados em vida”, e que pretende apresentar toda a documentação às autoridades.
A Agência Goiana de Regulação (AGR) informou que abrirá um processo administrativo para apurar as condutas da empresa. Caso seja comprovada alguma irregularidade, a Amazônia Inter pode perder a autorização para operar o transporte de passageiros entre Planaltina de Goiás e o Distrito Federal.
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