Nos EUA, manifestantes saem às ruas em protestos contra Donald Trump
Mais de 2.700 manifestações estão previstas para diversas cidades ao longo dos EUA

Milhares de manifestantes tomaram as ruas neste sábado (18/10) nas principais cidades dos Estados Unidos, e também em capitais europeias, sob a bandeira do movimento “No Kings” (“Não há reis”). As manifestações foram convocadas por uma ampla coalizão de grupos progressistas e denunciam o que seus organizadores chamam de tendências autoritárias na administração do presidente Donald Trump.

O “No Kings” já havia mobilizado protestos em 14 de junho de 2025, em mais de 2.100 locais e com a participação estimada de milhões de pessoas.
Os manifestantes argumentam que o governo Trump vem adotando práticas que ameaçam normas democráticas, como uso excessivo da força federal, intervenções em estados, reduzido respeito ao devido processo e políticas migratórias agressivas. Um dos lemas adotados é que “ninguém é rei” nos EUA, em referência à percepção de que Trump age como um líder com poderes quase monárquicos.
Mobilização nas ruas
As manifestações reuniram multidões em cidades como Washington, D.C., Nova Iorque, Atlanta, Chicago e outras. Em Washington, o foco simbólico foi o National Mall, local tradicional de grandes reuniões políticas. Já em Nova Iorque, o protesto reuniu milhares de pessoas.

As manifestações foram em sua maior parte pacíficas, com marchas, discursos e faixas que evocavam defesa da democracia, direitos civis e o repúdio a abusos de poder. Porém, alguns protestos foram declarados como “reunião ilegal” por autoridades locais e enfrentaram gás lacrimogêneo ou intervenção policial, especialmente em Los Angeles e Portland, segundo informações de veículos internacionais.
Reação internacional
O “No Kings” repercutiu além das fronteiras americanas. Em cidades europeias como Londres, Madri, Barcelona e Paris, houve manifestações de solidariedade, com participação de norte-americanos que vivem no exterior e simpatizantes locais.

Apoiadores dessas manifestações também se organizaram no Canadá, convocando protestos diante das embaixadas dos EUA.
O governo Trump e aliados, no entanto, reagiram com veemência. O presidente rejeitou comparações com monarcas, dizendo que sua autoridade é legítima por meio de eleições. O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Mike Johnson, classificou as manifestações como “anti-americanas” e chegou a colocá-las em conexão com grupos radicais.

Em diversos estados de maioria republicana, como o Texas, governadores mobilizaram a Guarda Nacional em antecipação aos protestos, alegando necessidade de garantir segurança.