Carlinhos do Mangão: “O Entorno vai decidir a eleição de Daniel Vilela no primeiro turno”, veja entrevista
Nesta entrevista ao Jornal Opção, Mangão detalha os investimentos realizados em Novo Gama em diversas áreas, como saúde, educação e infraestrutura. Segundo ele, as obras são frutos de convênios firmados com o governo estadual, que, em sua visão, têm dado mais atenção ao Entorno do Distrito Federal

Carlos Alves dos Santos, mais conhecido como Carlinhos do Mangão (PL), começou como balconista de bar e fez diversas tentativas para entrar na vida pública. Durante o trajeto, foi suplente de vereador e deputado estadual. Ele também esteve à frente do Sindicato de Frentistas de Brasília.
Carlinhos do Mangão foi eleito prefeito de Novo Gama em 2020, pelo PL, obtendo 46% dos votos válidos. Foi reeleito pelo mesmo partido em 2024. O município conta com 103.804 habitantes, sendo a 15º cidade mais populosa de Goiás, segundo o Censo IBGE. Nesta entrevista ao Jornal Opção, Mangão detalha os investimentos realizados em Novo Gama em diversas áreas, como saúde, educação e infraestrutura. Segundo ele, as obras são frutos de convênios firmados com o governo estadual, que, em sua visão, têm dado mais atenção ao Entorno do Distrito Federal. O resultado da parceria culminou na sua reeleição em 2024, com uma porcentagem ainda maior: 78,82%.
Por causa dessa aproximação, o prefeito de Novo Gama faz parte do grupo de prefeitos goianos filiados ao Partido Liberal, mas que apoiam o projeto de Daniel Vilela. Esse apoio, inclusive, foi registrado por meio de vídeo que foi publicado nas redes sociais. A justificativa é simples: não mexer em time que está ganhando. Entretanto, ele ressalta que mais questões pesaram para que mandatários do PL apoiassem o emedebista. Uma delas é a falta de diálogo entre prefeitos e vereadores da sigla com a alta cúpula. Na sua visão, isso tem causado animosidades dentro do partido. A ausência de diálogo, para ele, também se reflete no cenário nacional, ao avaliar a escolha de Flávio para suceder Bolsonaro, sem ouvir demais lideranças. Para ele, o projeto do partido precisa ser reorganizado.
Carlinhos do Mangão afirma ainda que o Entorno do DF tem mostrado peso político nas eleições, que conta com cerca de 1,4 milhão de habitantes, sendo cerca de 800 mil eleitores. Ele destaca que a região está mais politizada e fez questão, durante toda entrevista, de reafirmar o poder de decisão eleitoral do Entorno e garante: o governador deve olhar para região com carinho para a escolha do nome que deve compor o vice na chapa de Daniel Vilela.
Ton Paulo – Quais foram as demandas que não foram cumpridas no primeiro mandato e que se tornaram prioridade neste segundo governo?
Do que nós nos comprometemos durante o primeiro mandato, cerca de 80% foram concluídos. O restante já ficou para dar andamento ou já estava mais ou menos encaminhado. Um exemplo disso, e atualmente é uma das obras mais importantes, é o Hospital Municipal de Novo Gama, que está em fase de conclusão.
Iniciamos a construção no final do primeiro mandato e já estamos com 70% das obras concluídas. Tivemos construções de novas escolas, de novas unidades básicas de saúde e as que não foram concluídas até o fim do meu primeiro mandato estão sendo finalizadas agora.
Ton Paulo – O Entorno do Distrito Federal sempre foi uma região carente em infraestrutura. Como está a situação em Nova Gama nessa área atualmente?
A cidade se transformou em um canteiro de obras públicas. Para se ter uma ideia, durante os quatro primeiros anos do meu mandato, foram feitos mais de 110 quilômetros de recapeamento e pavimentação da cidade.
Só em 2025, foram realizados mais de 25 quilômetros. Temos várias outras obras em andamento, sendo que muitas delas serão concluídas em 2026. Também estamos com vários projetos licitados, onde as obras terão início no ano que vem. Eu posso garantir que vamos entregar, até o final da gestão, quase 100% do município de Novo Gama com asfalto novo.
Ton Paulo – Cite alguns exemplos de obras que foram licitadas e que vão sair do papel, por favor.
A Avenida Pecuária, que é uma via que vai ligar o final do Lago Azul até a divisa com Santo Antônio do Descoberto, já está em processo licitatório e tem previsão de investimento de R$ 11 milhões.
Mas, antes disso, estamos finalizando um trecho dessa avenida, que custou cerca de R$ 3 milhões. Vamos fazer uma avenida no Vale das Andorinhas até a GO-520, que já está em andamento e terá custo de R$ 6,8 milhões.
Vamos fazer também o chamado Trecho Corumbá, que será dividido em duas etapas. Um dos trechos já mandamos fazer a licitação e o outro foi recentemente autorizado o Termo de Referência pela Caixa para dar seguimento à licitação. Temos também o convênio com a Goinfra (Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes), que é o Goiás em Movimento Municípios, no valor de R$ 7,7 milhões, que já está assinado, e as obras devem começar em março do próximo ano no município, após licitação a ser feita pelo Estado.
João Paulo Alexandre – Na sua opinião, o que fez o Entorno do Distrito Federal superar essas carências e passar de uma região esquecida para ganhar protagonismo?
Eu moro há 32 anos em Novo Gama. Casei e crio os meus filhos nesta cidade. O que eu posso dizer é que isso ocorreu por causa do olhar do governo do Estado, em parceria com os governos municipais. Isso fez com que a região se tornasse a potência que é hoje. Nada se discute sem antes falar com o Entorno.
Novo Gama, por exemplo, tem o bairro que é considerado o mais antigo da região, com 60 anos de história. Passaram diversos gestores no Estado, no município, e não tinha água potável no bairro. Os moradores eram abastecidos por caminhões-pipa.
“Essa situação mudou apenas em 2021, quando assumimos a prefeitura e, em parceria com o governador Ronaldo Caiado (UB), fizemos um convênio para levar esse direito aos moradores do bairro”.
Os prefeitos têm visto os benefícios chegando devido à parceria com o governo do Estado, e isso contribui para o desenvolvimento da nossa região. Prova disso foi que o Entorno deu a reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Ton Paulo – Novo Gama está com nota A no CAPAG. Diante disso, existe a pretensão de pleitear algum empréstimo? Como era a realidade financeira da cidade quando você assumiu o mandato?
“Quando nós assumimos, o município tinha uma dívida de R$ 100 milhões, com atrasos com a Equatorial, Previdência, entre outras. Fizemos o parcelamento e, hoje, conseguimos organizar as finanças do município. Em 2020, a receita bruta de Novo Gama era de R$ 220 milhões. A Câmara Municipal acabou de aprovar a nossa Lei Orçamentária Anual (LOA) e o Plano Plurianual (PPA), com uma receita prevista de R$ 478 milhões e despesas em R$ 330 milhões: um superávit de cerca de R$ 148 milhões para 2026″.
Carlos Alves dos Santos, mais conhecido como Carlinhos do Mangão (PL), começou como balconista de bar e fez diversas tentativas para entrar na vida pública. Durante o trajeto, foi suplente de vereador e deputado estadual. Ele também esteve à frente do Sindicato de Frentistas de Brasília.
Carlinhos do Mangão foi eleito prefeito de Novo Gama em 2020, pelo PL, obtendo 46% dos votos válidos. Foi reeleito pelo mesmo partido em 2024. O município conta com 103.804 habitantes, sendo a 15º cidade mais populosa de Goiás, segundo o Censo IBGE. Nesta entrevista ao Jornal Opção, Mangão detalha os investimentos realizados em Novo Gama em diversas áreas, como saúde, educação e infraestrutura. Segundo ele, as obras são frutos de convênios firmados com o governo estadual, que, em sua visão, têm dado mais atenção ao Entorno do Distrito Federal. O resultado da parceria culminou na sua reeleição em 2024, com uma porcentagem ainda maior: 78,82%.
Por causa dessa aproximação, o prefeito de Novo Gama faz parte do grupo de prefeitos goianos filiados ao Partido Liberal, mas que apoiam o projeto de Daniel Vilela. Esse apoio, inclusive, foi registrado por meio de vídeo que foi publicado nas redes sociais. A justificativa é simples: não mexer em time que está ganhando. Entretanto, ele ressalta que mais questões pesaram para que mandatários do PL apoiassem o emedebista. Uma delas é a falta de diálogo entre prefeitos e vereadores da sigla com a alta cúpula. Na sua visão, isso tem causado animosidades dentro do partido. A ausência de diálogo, para ele, também se reflete no cenário nacional, ao avaliar a escolha de Flávio para suceder Bolsonaro, sem ouvir demais lideranças. Para ele, o projeto do partido precisa ser reorganizado.
Carlinhos do Mangão afirma ainda que o Entorno do DF tem mostrado peso político nas eleições, que conta com cerca de 1,4 milhão de habitantes, sendo cerca de 800 mil eleitores. Ele destaca que a região está mais politizada e fez questão, durante toda entrevista, de reafirmar o poder de decisão eleitoral do Entorno e garante: o governador deve olhar para região com carinho para a escolha do nome que deve compor o vice na chapa de Daniel Vilela.
Ton Paulo – Quais foram as demandas que não foram cumpridas no primeiro mandato e que se tornaram prioridade neste segundo governo?
Do que nós nos comprometemos durante o primeiro mandato, cerca de 80% foram concluídos. O restante já ficou para dar andamento ou já estava mais ou menos encaminhado. Um exemplo disso, e atualmente é uma das obras mais importantes, é o Hospital Municipal de Novo Gama, que está em fase de conclusão.
Iniciamos a construção no final do primeiro mandato e já estamos com 70% das obras concluídas. Tivemos construções de novas escolas, de novas unidades básicas de saúde e as que não foram concluídas até o fim do meu primeiro mandato estão sendo finalizadas agora.
Ton Paulo – O Entorno do Distrito Federal sempre foi uma região carente em infraestrutura. Como está a situação em Nova Gama nessa área atualmente?
A cidade se transformou em um canteiro de obras públicas. Para se ter uma ideia, durante os quatro primeiros anos do meu mandato, foram feitos mais de 110 quilômetros de recapeamento e pavimentação da cidade.
Só em 2025, foram realizados mais de 25 quilômetros. Temos várias outras obras em andamento, sendo que muitas delas serão concluídas em 2026. Também estamos com vários projetos licitados, onde as obras terão início no ano que vem. Eu posso garantir que vamos entregar, até o final da gestão, quase 100% do município de Novo Gama com asfalto novo.
Ton Paulo – Cite alguns exemplos de obras que foram licitadas e que vão sair do papel, por favor.
A Avenida Pecuária, que é uma via que vai ligar o final do Lago Azul até a divisa com Santo Antônio do Descoberto, já está em processo licitatório e tem previsão de investimento de R$ 11 milhões.
Mas, antes disso, estamos finalizando um trecho dessa avenida, que custou cerca de R$ 3 milhões. Vamos fazer uma avenida no Vale das Andorinhas até a GO-520, que já está em andamento e terá custo de R$ 6,8 milhões.
Vamos fazer também o chamado Trecho Corumbá, que será dividido em duas etapas. Um dos trechos já mandamos fazer a licitação e o outro foi recentemente autorizado o Termo de Referência pela Caixa para dar seguimento à licitação. Temos também o convênio com a Goinfra (Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes), que é o Goiás em Movimento Municípios, no valor de R$ 7,7 milhões, que já está assinado, e as obras devem começar em março do próximo ano no município, após licitação a ser feita pelo Estado.
João Paulo Alexandre – Na sua opinião, o que fez o Entorno do Distrito Federal superar essas carências e passar de uma região esquecida para ganhar protagonismo?
Eu moro há 32 anos em Novo Gama. Casei e crio os meus filhos nesta cidade. O que eu posso dizer é que isso ocorreu por causa do olhar do governo do Estado, em parceria com os governos municipais. Isso fez com que a região se tornasse a potência que é hoje. Nada se discute sem antes falar com o Entorno.
Novo Gama, por exemplo, tem o bairro que é considerado o mais antigo da região, com 60 anos de história. Passaram diversos gestores no Estado, no município, e não tinha água potável no bairro. Os moradores eram abastecidos por caminhões-pipa.
Essa situação mudou apenas em 2021, quando assumimos a prefeitura e, em parceria com o governador Ronaldo Caiado (UB), fizemos um convênio para levar esse direito aos moradores do bairro.
Os prefeitos têm visto os benefícios chegando devido à parceria com o governo do Estado, e isso contribui para o desenvolvimento da nossa região. Prova disso foi que o Entorno deu a reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Ton Paulo – Novo Gama está com nota A no CAPAG. Diante disso, existe a pretensão de pleitear algum empréstimo? Como era a realidade financeira da cidade quando você assumiu o mandato?
Quando nós assumimos, o município tinha uma dívida de R$ 100 milhões, com atrasos com a Equatorial, Previdência, entre outras. Fizemos o parcelamento e, hoje, conseguimos organizar as finanças do município. Em 2020, a receita bruta de Novo Gama era de R$ 220 milhões. A Câmara Municipal acabou de aprovar a nossa Lei Orçamentária Anual (LOA) e o Plano Plurianual (PPA), com uma receita prevista de R$ 478 milhões e despesas em R$ 330 milhões: um superávit de cerca de R$ 148 milhões para 2026.
Isso foi graças ao planejamento que nós fizemos. No início, a cidade não tinha nem certidão. Hoje, buscamos manter todas em dia, e isso nos proporciona buscar convênios, fazer parcerias com os governos Estadual e Federal, além de receber emendas parlamentares. Atualmente, 80% das obras estão em Novo Gama e acredito que não há outra cidade no Entorno que tenha o CAPAG A.
Sobre empréstimo, há possibilidade. E o município está preparado para solicitar em caso de necessidade. A nossa condição de pagamento é boa. Não temos fornecedores em atraso ou alguma obra paralisada por falta de pagamento. A gente pensa em melhorar a infraestrutura da cidade e a conclusão do Hospital Municipal, por isso há essa possibilidade de fazer um financiamento, um empréstimo, desde que não comprometa as finanças do município.
Cilas Gontijo – Como o Entorno tem avaliado a gestão Caiado? Essa avaliação pode influenciar de maneira positiva o projeto de Daniel Vilela?
Com certeza. Eu falo que são duas situações que podem influenciar o projeto do Daniel. As avaliações dos prefeitos, que no Entorno estão todas positivas, e a do governo do Estado. O governador Ronaldo Caiado tem mais de 86% de aprovação na região do Entorno. Esses dois resultados darão um combustível a mais para a campanha do Daniel Vilela.
Carlos Alves dos Santos, mais conhecido como Carlinhos do Mangão (PL), começou como balconista de bar e fez diversas tentativas para entrar na vida pública. Durante o trajeto, foi suplente de vereador e deputado estadual. Ele também esteve à frente do Sindicato de Frentistas de Brasília.
Carlinhos do Mangão foi eleito prefeito de Novo Gama em 2020, pelo PL, obtendo 46% dos votos válidos. Foi reeleito pelo mesmo partido em 2024. O município conta com 103.804 habitantes, sendo a 15º cidade mais populosa de Goiás, segundo o Censo IBGE. Nesta entrevista ao Jornal Opção, Mangão detalha os investimentos realizados em Novo Gama em diversas áreas, como saúde, educação e infraestrutura. Segundo ele, as obras são frutos de convênios firmados com o governo estadual, que, em sua visão, têm dado mais atenção ao Entorno do Distrito Federal. O resultado da parceria culminou na sua reeleição em 2024, com uma porcentagem ainda maior: 78,82%.
Por causa dessa aproximação, o prefeito de Novo Gama faz parte do grupo de prefeitos goianos filiados ao Partido Liberal, mas que apoiam o projeto de Daniel Vilela. Esse apoio, inclusive, foi registrado por meio de vídeo que foi publicado nas redes sociais. A justificativa é simples: não mexer em time que está ganhando. Entretanto, ele ressalta que mais questões pesaram para que mandatários do PL apoiassem o emedebista. Uma delas é a falta de diálogo entre prefeitos e vereadores da sigla com a alta cúpula. Na sua visão, isso tem causado animosidades dentro do partido. A ausência de diálogo, para ele, também se reflete no cenário nacional, ao avaliar a escolha de Flávio para suceder Bolsonaro, sem ouvir demais lideranças. Para ele, o projeto do partido precisa ser reorganizado.
Carlinhos do Mangão afirma ainda que o Entorno do DF tem mostrado peso político nas eleições, que conta com cerca de 1,4 milhão de habitantes, sendo cerca de 800 mil eleitores. Ele destaca que a região está mais politizada e fez questão, durante toda entrevista, de reafirmar o poder de decisão eleitoral do Entorno e garante: o governador deve olhar para região com carinho para a escolha do nome que deve compor o vice na chapa de Daniel Vilela.
Ton Paulo – Quais foram as demandas que não foram cumpridas no primeiro mandato e que se tornaram prioridade neste segundo governo?
Do que nós nos comprometemos durante o primeiro mandato, cerca de 80% foram concluídos. O restante já ficou para dar andamento ou já estava mais ou menos encaminhado. Um exemplo disso, e atualmente é uma das obras mais importantes, é o Hospital Municipal de Novo Gama, que está em fase de conclusão.
Iniciamos a construção no final do primeiro mandato e já estamos com 70% das obras concluídas. Tivemos construções de novas escolas, de novas unidades básicas de saúde e as que não foram concluídas até o fim do meu primeiro mandato estão sendo finalizadas agora.
Ton Paulo – O Entorno do Distrito Federal sempre foi uma região carente em infraestrutura. Como está a situação em Nova Gama nessa área atualmente?
A cidade se transformou em um canteiro de obras públicas. Para se ter uma ideia, durante os quatro primeiros anos do meu mandato, foram feitos mais de 110 quilômetros de recapeamento e pavimentação da cidade.
Só em 2025, foram realizados mais de 25 quilômetros. Temos várias outras obras em andamento, sendo que muitas delas serão concluídas em 2026. Também estamos com vários projetos licitados, onde as obras terão início no ano que vem. Eu posso garantir que vamos entregar, até o final da gestão, quase 100% do município de Novo Gama com asfalto novo.
Ton Paulo – Cite alguns exemplos de obras que foram licitadas e que vão sair do papel, por favor.
A Avenida Pecuária, que é uma via que vai ligar o final do Lago Azul até a divisa com Santo Antônio do Descoberto, já está em processo licitatório e tem previsão de investimento de R$ 11 milhões.
Mas, antes disso, estamos finalizando um trecho dessa avenida, que custou cerca de R$ 3 milhões. Vamos fazer uma avenida no Vale das Andorinhas até a GO-520, que já está em andamento e terá custo de R$ 6,8 milhões.
Vamos fazer também o chamado Trecho Corumbá, que será dividido em duas etapas. Um dos trechos já mandamos fazer a licitação e o outro foi recentemente autorizado o Termo de Referência pela Caixa para dar seguimento à licitação. Temos também o convênio com a Goinfra (Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes), que é o Goiás em Movimento Municípios, no valor de R$ 7,7 milhões, que já está assinado, e as obras devem começar em março do próximo ano no município, após licitação a ser feita pelo Estado.
João Paulo Alexandre – Na sua opinião, o que fez o Entorno do Distrito Federal superar essas carências e passar de uma região esquecida para ganhar protagonismo?
Eu moro há 32 anos em Novo Gama. Casei e crio os meus filhos nesta cidade. O que eu posso dizer é que isso ocorreu por causa do olhar do governo do Estado, em parceria com os governos municipais. Isso fez com que a região se tornasse a potência que é hoje. Nada se discute sem antes falar com o Entorno.
Novo Gama, por exemplo, tem o bairro que é considerado o mais antigo da região, com 60 anos de história. Passaram diversos gestores no Estado, no município, e não tinha água potável no bairro. Os moradores eram abastecidos por caminhões-pipa.
Essa situação mudou apenas em 2021, quando assumimos a prefeitura e, em parceria com o governador Ronaldo Caiado (UB), fizemos um convênio para levar esse direito aos moradores do bairro.
Os prefeitos têm visto os benefícios chegando devido à parceria com o governo do Estado, e isso contribui para o desenvolvimento da nossa região. Prova disso foi que o Entorno deu a reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Ton Paulo – Novo Gama está com nota A no CAPAG. Diante disso, existe a pretensão de pleitear algum empréstimo? Como era a realidade financeira da cidade quando você assumiu o mandato?
Quando nós assumimos, o município tinha uma dívida de R$ 100 milhões, com atrasos com a Equatorial, Previdência, entre outras. Fizemos o parcelamento e, hoje, conseguimos organizar as finanças do município. Em 2020, a receita bruta de Novo Gama era de R$ 220 milhões. A Câmara Municipal acabou de aprovar a nossa Lei Orçamentária Anual (LOA) e o Plano Plurianual (PPA), com uma receita prevista de R$ 478 milhões e despesas em R$ 330 milhões: um superávit de cerca de R$ 148 milhões para 2026.
Isso foi graças ao planejamento que nós fizemos. No início, a cidade não tinha nem certidão. Hoje, buscamos manter todas em dia, e isso nos proporciona buscar convênios, fazer parcerias com os governos Estadual e Federal, além de receber emendas parlamentares. Atualmente, 80% das obras estão em Novo Gama e acredito que não há outra cidade no Entorno que tenha o CAPAG A.
Sobre empréstimo, há possibilidade. E o município está preparado para solicitar em caso de necessidade. A nossa condição de pagamento é boa. Não temos fornecedores em atraso ou alguma obra paralisada por falta de pagamento. A gente pensa em melhorar a infraestrutura da cidade e a conclusão do Hospital Municipal, por isso há essa possibilidade de fazer um financiamento, um empréstimo, desde que não comprometa as finanças do município.
Cilas Gontijo – Como o Entorno tem avaliado a gestão Caiado? Essa avaliação pode influenciar de maneira positiva o projeto de Daniel Vilela?
Com certeza. Eu falo que são duas situações que podem influenciar o projeto do Daniel. As avaliações dos prefeitos, que no Entorno estão todas positivas, e a do governo do Estado. O governador Ronaldo Caiado tem mais de 86% de aprovação na região do Entorno. Esses dois resultados darão um combustível a mais para a campanha do Daniel Vilela.
Cilas Gontijo – Qual é o peso eleitoral do Entorno para a eleição do Daniel?
Hoje, o Entorno tem 1,4 milhão de habitantes, sendo que 800 mil são eleitores. É o segundo maior colégio eleitoral do estado, perdendo apenas para a Grande Goiânia. Ou seja, decide qualquer eleição em Goiás. É decisivo, seja para a eleição A ou B, mas principalmente para a eleição de Daniel Vilela, que é da base do governador. Isso é associado ao bom trabalho que o Ronaldo Caiado tem desenvolvido e à parceria que tem tido com todas as prefeituras do Entorno.
Cilas Gontijo – Economicamente falando, qual tem sido o diferencial do Entorno? E quais são os pontos de destaque da região?
Antigamente, o Entorno era formado por cidades-dormitório. Era o que chamávamos de nem-nem: nem Brasília e nem Goiás. Hoje, existem vários fatores que contribuíram para o desenvolvimento econômico da região: a segurança pública, a educação, as obras na parte de infraestrutura, o atendimento na saúde. Um bom resultado disso foi o Mercadão de Águas Lindas, que tem potencial para gerar mais empregos na região. Quando temos vias estruturadas, elas contribuem para a instalação de novas indústrias e empresas, e isso faz com que o escoamento dos produtos seja mais acessível para todo o Distrito Federal e para o Centro-Oeste. Isso tudo tem chamado atenção.
Novo Gama, por exemplo, tem um ponto forte no comércio, que é pujante. Já em Valparaíso, o crescimento vem da indústria, da construção civil e de novas instalações de empresas. Luziânia e Cristalina têm presença significativa no agro. Cada cidade tem a sua particularidade, e todas elas se complementam no Entorno.
Ton Paulo – O senhor foi eleito pelo PL, que tem Wilder Morais como pré-candidato ao governo. Porém, o senhor declarou publicamente o apoio à pré-candidatura de Daniel Vilela (MDB). Diante disso, pretende seguir apoiando Daniel pela sigla ou você pode migrar para o União Brasil, por exemplo?
Eu pretendo permanecer no PL, até mesmo porque estou na sigla desde 2019. Eu não me filiei no PL agora. Eu fui eleito prefeito pelo partido em 2020 e fui reeleito em 2024. Eu não preciso mudar agora, pois meu mandato é para o Executivo, não para o Legislativo, e não sou candidato à eleição nesse pleito de 2026.
Dependendo da conjuntura política e se achar que tenho que sair do partido, eu saio, mas não é momento. Já tive vários convites para sair do PL anteriormente, como do governador para ir para o União Brasil, do próprio Daniel Vilela para ir ao MDB e até da deputada Magda Mofatto para estar com ela no PRD. E eu decidi, por questões pessoais, permanecer no PL, mas tudo é possível

Ton Paulo – O PL publicou, neste ano, uma resolução nacional dizendo que filiados que estejam com mandatos vigentes não poderiam apoiar um nome fora do partido. Como fica a sua situação diante dessa diretriz?
Nesse caso, se a cúpula nacional, que não conhece a realidade dos municípios, achar por bem expulsar, a gente está à disposição. Para mim, não muda nada
Ton Paulo – Em Goiás, diversos prefeitos filiados ao PL estão saindo do partido e indo para a base do governo ou até mesmo apoiando Daniel Vilela estando dentro da sigla, como foi o seu caso. O que tem provocado isso?
Eu acredito que isso é natural e percebi que muitos prefeitos que já estão em alinhamento com o governador Ronaldo Caiado decidiram dar continuidade à parceria. Muitos desses prefeitos que se desfiliaram vêm do primeiro mandato, sabem das necessidades dos seus municípios e têm encontrado apoio no governo do Estado.
O Wilder Morais é o presidente estadual do PL, é um ótimo senador, tem nos ajudado muito na nossa região, na nossa cidade, mas, atualmente, a maioria do nosso grupo político vai caminhar com o candidato do governo
João Paulo Alexandre – Alguns integrantes do PL justificam a debandada afirmando que os prefeitos têm demonstrado apoio à pré-candidatura de Daniel Vilela com receio de perderem receitas dos seus municípios. Isso pesou na sua decisão?
Não pesou. Não fui pressionado nem pelo governador nem por Daniel. Tive dois encontros com Daniel, mas não tratamos especificamente sobre a candidatura dele. O que tem pesado na tomada dessa decisão é a vontade do grupo político.
Não adianta o prefeito tomar uma decisão sozinho. Há um grupo político formado por vários partidos, e nós decidimos caminhar com o melhor projeto atualmente, que é o do governador Ronaldo Caiado e de Daniel Vilela.
João Paulo Alexandre –Como está a sua relação com Wilder Morais e Gustavo Gayer?
Wilder é uma pessoa maravilhosa, de fácil acesso. É um político extraordinário, mas acho que ele está ao lado de pessoas que querem levar o partido para outra posição, outro lado. Já Gustavo Gayer, eu não conheço, nunca falei com ele, não sei onde mora e não é meu candidato.
Publicamente, aqui eu falo que minha candidata ao Senado Federal é dona Gracinha Caiado, que tem feito um ótimo trabalho na área social, junto com o governador Ronaldo Caiado, e meu segundo candidato, caso venha a concorrer, é o senador Jorge Kajuru (PSB), que é um cara que tem trabalhado muito para a região do Entorno
Ele tem nos escutado, buscado entender quais são as necessidades de cada município e enviado os recursos. Então, se ele for à reeleição, com certeza terá o apoio, não apenas de Novo Gama, mas de todo o grupo político.
Ton Paulo – Ainda não há um nome definido para ser vice de Daniel Vilela, mas já ouvi de muitas fontes que o Entorno não está no jogo. Existem nomes da região que seriam ideais para essa vaga?
O Entorno é decisivo em qualquer processo eleitoral. Não é porque o governo atual tem o apoio da base completa que não precisa ser visto com outros olhos. Eu acredito que temos bons nomes, como o prefeito de Águas Lindas, Dr. Lucas Antonietti (UB), que foi reeleito com mais de 80% dos votos. Tem o deputado estadual Wilde Cambão (PSD), que foi líder do governo Caiado na Assembleia Legislativa.
Nós temos nomes, assim como o Nordeste goiano, o Sul, mas acho que um político inteligente deve olhar mais para a região do Entorno. Hoje, lá não é mais o voto de cabresto. A população do Entorno está mais politizada, está mais decidida no que quer. A prova disso foi o resultado das últimas eleições, em que todos os prefeitos que foram candidatos à reeleição tiveram maioria expressiva nas urnas.

Ton Paulo – É notório um fortalecimento do apoio ao projeto de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela na região do Entorno, que tem conquistado até mesmo membros da oposição, como a deputada federal Lêda Borges, que está de saída do PSDB para se filiar a um partido da base. Ao que se deve isso?
A deputada Lêda Borges não está vindo para a base agora. Ela foi eleita pelo PSDB para deputada federal em 2022 e, em 2023, ela já declarou que estava na base do governador Ronaldo Caiado. Ou seja, por mais que ela esteja na sigla tucana, esperando a janela partidária para migrar para um partido da base, ela sempre votou com o governo do Estado.
Eu converso muito com a deputada e hoje ela é uma das maiores lideranças políticas do Entorno do Distrito Federal, e a vejo no palanque com Daniel. E seria um ótimo nome para vice: mulher da região do Entorno, já foi prefeita, deputada estadual, está como deputada federal, tem uma grande base no Entorno. Todas as pesquisas que são feitas na região mostram que ela tem mais de 40% dos votos. Seria uma ótima escolha.
E eu ressalto que o governador Ronaldo Caiado, juntamente com os prefeitos, mudou a história, a realidade do Entorno. Antigamente, a população não se interessava por política. Hoje, é a região que mais aumentou o eleitorado e temos eleitores politizados. A eleição passada foi uma boa prova: foram seis deputados estaduais e dois federais eleitos.
Antes, o eleitor trazia o título para a cidade na época das eleições municipais e, assim que acabava o processo eleitoral, ele o transferia para Brasília. Isso tudo por causa do trabalho, que muitos deles tinham empregos na capital federal. Hoje, a região gera emprego, as coisas acontecem no Entorno.
O morador não precisa mais ir a Brasília para ir a uma unidade de saúde ou colocar o filho em uma boa escola, porque temos escolas estaduais excelentes e que proporcionam qualidade de ensino para a população. Isso despertou o interesse de deixar o título onde mora. Por isso, a população do Entorno passou a se interessar mais pela questão política, e eu acho que a região tem um papel fundamental na escolha do majoritário.
Ton Paulo – Tivemos algumas mudanças no jogo político com o anúncio de Flávio como sucessor de Bolsonaro e sendo pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PL. Você acredita que isso descarta uma aliança entre o PL e o projeto de Daniel Vilela aqui em Goiás?
Eu acredito que uma coisa não influencia na outra. Até mesmo porque o ex-presidente Jair Bolsonaro já declarou que o principal objetivo do PL é fortalecer a presença no Legislativo, ou seja, no Senado e na Câmara dos Deputados. Então, a discussão de chapa majoritária, com governador, está em segundo plano e pode ser o caso de Goiás.
Ton Paulo – Você acredita na possibilidade de Wilder Morais abrir mão do projeto dele e indicar um nome do PL para a vaga na disputa ao Senado na chapa com Gracinha?
Eu costumo dizer que, na política, tudo é possível. Ela é igual a uma nuvem, que pode mudar de situação e posição a toda hora. Temos que aguardar muito até as convenções. Até mesmo porque o PL em Goiás, por mais que seja uma sigla forte, ainda precisa se fortalecer nos municípios. E não temos acompanhado isso nas pesquisas.
Os levantamentos sérios mostram um distanciamento grande de Wilder em relação ao segundo colocado. Eu acredito que haverá uma grande polarização nessas eleições. Por isso, talvez, mais à frente, o PL, dependendo da conjuntura política, não lance candidato ao governo de Goiás
Carlos Alves dos Santos, mais conhecido como Carlinhos do Mangão (PL), começou como balconista de bar e fez diversas tentativas para entrar na vida pública. Durante o trajeto, foi suplente de vereador e deputado estadual. Ele também esteve à frente do Sindicato de Frentistas de Brasília.
Carlinhos do Mangão foi eleito prefeito de Novo Gama em 2020, pelo PL, obtendo 46% dos votos válidos. Foi reeleito pelo mesmo partido em 2024. O município conta com 103.804 habitantes, sendo a 15º cidade mais populosa de Goiás, segundo o Censo IBGE. Nesta entrevista ao Jornal Opção, Mangão detalha os investimentos realizados em Novo Gama em diversas áreas, como saúde, educação e infraestrutura. Segundo ele, as obras são frutos de convênios firmados com o governo estadual, que, em sua visão, têm dado mais atenção ao Entorno do Distrito Federal. O resultado da parceria culminou na sua reeleição em 2024, com uma porcentagem ainda maior: 78,82%.
Por causa dessa aproximação, o prefeito de Novo Gama faz parte do grupo de prefeitos goianos filiados ao Partido Liberal, mas que apoiam o projeto de Daniel Vilela. Esse apoio, inclusive, foi registrado por meio de vídeo que foi publicado nas redes sociais. A justificativa é simples: não mexer em time que está ganhando. Entretanto, ele ressalta que mais questões pesaram para que mandatários do PL apoiassem o emedebista. Uma delas é a falta de diálogo entre prefeitos e vereadores da sigla com a alta cúpula. Na sua visão, isso tem causado animosidades dentro do partido. A ausência de diálogo, para ele, também se reflete no cenário nacional, ao avaliar a escolha de Flávio para suceder Bolsonaro, sem ouvir demais lideranças. Para ele, o projeto do partido precisa ser reorganizado.
Carlinhos do Mangão afirma ainda que o Entorno do DF tem mostrado peso político nas eleições, que conta com cerca de 1,4 milhão de habitantes, sendo cerca de 800 mil eleitores. Ele destaca que a região está mais politizada e fez questão, durante toda entrevista, de reafirmar o poder de decisão eleitoral do Entorno e garante: o governador deve olhar para região com carinho para a escolha do nome que deve compor o vice na chapa de Daniel Vilela.
Ton Paulo – Quais foram as demandas que não foram cumpridas no primeiro mandato e que se tornaram prioridade neste segundo governo?
Do que nós nos comprometemos durante o primeiro mandato, cerca de 80% foram concluídos. O restante já ficou para dar andamento ou já estava mais ou menos encaminhado. Um exemplo disso, e atualmente é uma das obras mais importantes, é o Hospital Municipal de Novo Gama, que está em fase de conclusão.
Iniciamos a construção no final do primeiro mandato e já estamos com 70% das obras concluídas. Tivemos construções de novas escolas, de novas unidades básicas de saúde e as que não foram concluídas até o fim do meu primeiro mandato estão sendo finalizadas agora.
Ton Paulo – O Entorno do Distrito Federal sempre foi uma região carente em infraestrutura. Como está a situação em Nova Gama nessa área atualmente?
A cidade se transformou em um canteiro de obras públicas. Para se ter uma ideia, durante os quatro primeiros anos do meu mandato, foram feitos mais de 110 quilômetros de recapeamento e pavimentação da cidade.
Só em 2025, foram realizados mais de 25 quilômetros. Temos várias outras obras em andamento, sendo que muitas delas serão concluídas em 2026. Também estamos com vários projetos licitados, onde as obras terão início no ano que vem. Eu posso garantir que vamos entregar, até o final da gestão, quase 100% do município de Novo Gama com asfalto novo.
Ton Paulo – Cite alguns exemplos de obras que foram licitadas e que vão sair do papel, por favor.
A Avenida Pecuária, que é uma via que vai ligar o final do Lago Azul até a divisa com Santo Antônio do Descoberto, já está em processo licitatório e tem previsão de investimento de R$ 11 milhões.
Mas, antes disso, estamos finalizando um trecho dessa avenida, que custou cerca de R$ 3 milhões. Vamos fazer uma avenida no Vale das Andorinhas até a GO-520, que já está em andamento e terá custo de R$ 6,8 milhões.
Vamos fazer também o chamado Trecho Corumbá, que será dividido em duas etapas. Um dos trechos já mandamos fazer a licitação e o outro foi recentemente autorizado o Termo de Referência pela Caixa para dar seguimento à licitação. Temos também o convênio com a Goinfra (Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes), que é o Goiás em Movimento Municípios, no valor de R$ 7,7 milhões, que já está assinado, e as obras devem começar em março do próximo ano no município, após licitação a ser feita pelo Estado.
João Paulo Alexandre – Na sua opinião, o que fez o Entorno do Distrito Federal superar essas carências e passar de uma região esquecida para ganhar protagonismo?
Eu moro há 32 anos em Novo Gama. Casei e crio os meus filhos nesta cidade. O que eu posso dizer é que isso ocorreu por causa do olhar do governo do Estado, em parceria com os governos municipais. Isso fez com que a região se tornasse a potência que é hoje. Nada se discute sem antes falar com o Entorno.
Novo Gama, por exemplo, tem o bairro que é considerado o mais antigo da região, com 60 anos de história. Passaram diversos gestores no Estado, no município, e não tinha água potável no bairro. Os moradores eram abastecidos por caminhões-pipa.
Essa situação mudou apenas em 2021, quando assumimos a prefeitura e, em parceria com o governador Ronaldo Caiado (UB), fizemos um convênio para levar esse direito aos moradores do bairro.
Os prefeitos têm visto os benefícios chegando devido à parceria com o governo do Estado, e isso contribui para o desenvolvimento da nossa região. Prova disso foi que o Entorno deu a reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Ton Paulo – Novo Gama está com nota A no CAPAG. Diante disso, existe a pretensão de pleitear algum empréstimo? Como era a realidade financeira da cidade quando você assumiu o mandato?
Quando nós assumimos, o município tinha uma dívida de R$ 100 milhões, com atrasos com a Equatorial, Previdência, entre outras. Fizemos o parcelamento e, hoje, conseguimos organizar as finanças do município. Em 2020, a receita bruta de Novo Gama era de R$ 220 milhões. A Câmara Municipal acabou de aprovar a nossa Lei Orçamentária Anual (LOA) e o Plano Plurianual (PPA), com uma receita prevista de R$ 478 milhões e despesas em R$ 330 milhões: um superávit de cerca de R$ 148 milhões para 2026.
Isso foi graças ao planejamento que nós fizemos. No início, a cidade não tinha nem certidão. Hoje, buscamos manter todas em dia, e isso nos proporciona buscar convênios, fazer parcerias com os governos Estadual e Federal, além de receber emendas parlamentares. Atualmente, 80% das obras estão em Novo Gama e acredito que não há outra cidade no Entorno que tenha o CAPAG A.
Sobre empréstimo, há possibilidade. E o município está preparado para solicitar em caso de necessidade. A nossa condição de pagamento é boa. Não temos fornecedores em atraso ou alguma obra paralisada por falta de pagamento. A gente pensa em melhorar a infraestrutura da cidade e a conclusão do Hospital Municipal, por isso há essa possibilidade de fazer um financiamento, um empréstimo, desde que não comprometa as finanças do município.
Cilas Gontijo – Como o Entorno tem avaliado a gestão Caiado? Essa avaliação pode influenciar de maneira positiva o projeto de Daniel Vilela?
Com certeza. Eu falo que são duas situações que podem influenciar o projeto do Daniel. As avaliações dos prefeitos, que no Entorno estão todas positivas, e a do governo do Estado. O governador Ronaldo Caiado tem mais de 86% de aprovação na região do Entorno. Esses dois resultados darão um combustível a mais para a campanha do Daniel Vilela.
Cilas Gontijo – Qual é o peso eleitoral do Entorno para a eleição do Daniel?
Hoje, o Entorno tem 1,4 milhão de habitantes, sendo que 800 mil são eleitores. É o segundo maior colégio eleitoral do estado, perdendo apenas para a Grande Goiânia. Ou seja, decide qualquer eleição em Goiás. É decisivo, seja para a eleição A ou B, mas principalmente para a eleição de Daniel Vilela, que é da base do governador. Isso é associado ao bom trabalho que o Ronaldo Caiado tem desenvolvido e à parceria que tem tido com todas as prefeituras do Entorno.
Cilas Gontijo – Economicamente falando, qual tem sido o diferencial do Entorno? E quais são os pontos de destaque da região?
Antigamente, o Entorno era formado por cidades-dormitório. Era o que chamávamos de nem-nem: nem Brasília e nem Goiás. Hoje, existem vários fatores que contribuíram para o desenvolvimento econômico da região: a segurança pública, a educação, as obras na parte de infraestrutura, o atendimento na saúde. Um bom resultado disso foi o Mercadão de Águas Lindas, que tem potencial para gerar mais empregos na região. Quando temos vias estruturadas, elas contribuem para a instalação de novas indústrias e empresas, e isso faz com que o escoamento dos produtos seja mais acessível para todo o Distrito Federal e para o Centro-Oeste. Isso tudo tem chamado atenção.
Novo Gama, por exemplo, tem um ponto forte no comércio, que é pujante. Já em Valparaíso, o crescimento vem da indústria, da construção civil e de novas instalações de empresas. Luziânia e Cristalina têm presença significativa no agro. Cada cidade tem a sua particularidade, e todas elas se complementam no Entorno.
Ton Paulo – O senhor foi eleito pelo PL, que tem Wilder Morais como pré-candidato ao governo. Porém, o senhor declarou publicamente o apoio à pré-candidatura de Daniel Vilela (MDB). Diante disso, pretende seguir apoiando Daniel pela sigla ou você pode migrar para o União Brasil, por exemplo?
Eu pretendo permanecer no PL, até mesmo porque estou na sigla desde 2019. Eu não me filiei no PL agora. Eu fui eleito prefeito pelo partido em 2020 e fui reeleito em 2024. Eu não preciso mudar agora, pois meu mandato é para o Executivo, não para o Legislativo, e não sou candidato à eleição nesse pleito de 2026.
Dependendo da conjuntura política e se achar que tenho que sair do partido, eu saio, mas não é momento. Já tive vários convites para sair do PL anteriormente, como do governador para ir para o União Brasil, do próprio Daniel Vilela para ir ao MDB e até da deputada Magda Mofatto para estar com ela no PRD. E eu decidi, por questões pessoais, permanecer no PL, mas tudo é possível.

Ton Paulo – O PL publicou, neste ano, uma resolução nacional dizendo que filiados que estejam com mandatos vigentes não poderiam apoiar um nome fora do partido. Como fica a sua situação diante dessa diretriz?
Nesse caso, se a cúpula nacional, que não conhece a realidade dos municípios, achar por bem expulsar, a gente está à disposição. Para mim, não muda nada.
Ton Paulo – Em Goiás, diversos prefeitos filiados ao PL estão saindo do partido e indo para a base do governo ou até mesmo apoiando Daniel Vilela estando dentro da sigla, como foi o seu caso. O que tem provocado isso?
Eu acredito que isso é natural e percebi que muitos prefeitos que já estão em alinhamento com o governador Ronaldo Caiado decidiram dar continuidade à parceria. Muitos desses prefeitos que se desfiliaram vêm do primeiro mandato, sabem das necessidades dos seus municípios e têm encontrado apoio no governo do Estado.
O Wilder Morais é o presidente estadual do PL, é um ótimo senador, tem nos ajudado muito na nossa região, na nossa cidade, mas, atualmente, a maioria do nosso grupo político vai caminhar com o candidato do governo.
João Paulo Alexandre – Alguns integrantes do PL justificam a debandada afirmando que os prefeitos têm demonstrado apoio à pré-candidatura de Daniel Vilela com receio de perderem receitas dos seus municípios. Isso pesou na sua decisão?
Não pesou. Não fui pressionado nem pelo governador nem por Daniel. Tive dois encontros com Daniel, mas não tratamos especificamente sobre a candidatura dele. O que tem pesado na tomada dessa decisão é a vontade do grupo político.
Não adianta o prefeito tomar uma decisão sozinho. Há um grupo político formado por vários partidos, e nós decidimos caminhar com o melhor projeto atualmente, que é o do governador Ronaldo Caiado e de Daniel Vilela.
João Paulo Alexandre –Como está a sua relação com Wilder Morais e Gustavo Gayer?
Wilder é uma pessoa maravilhosa, de fácil acesso. É um político extraordinário, mas acho que ele está ao lado de pessoas que querem levar o partido para outra posição, outro lado. Já Gustavo Gayer, eu não conheço, nunca falei com ele, não sei onde mora e não é meu candidato.
Publicamente, aqui eu falo que minha candidata ao Senado Federal é dona Gracinha Caiado, que tem feito um ótimo trabalho na área social, junto com o governador Ronaldo Caiado, e meu segundo candidato, caso venha a concorrer, é o senador Jorge Kajuru (PSB), que é um cara que tem trabalhado muito para a região do Entorno.
Ele tem nos escutado, buscado entender quais são as necessidades de cada município e enviado os recursos. Então, se ele for à reeleição, com certeza terá o apoio, não apenas de Novo Gama, mas de todo o grupo político.
Ton Paulo – Ainda não há um nome definido para ser vice de Daniel Vilela, mas já ouvi de muitas fontes que o Entorno não está no jogo. Existem nomes da região que seriam ideais para essa vaga?
O Entorno é decisivo em qualquer processo eleitoral. Não é porque o governo atual tem o apoio da base completa que não precisa ser visto com outros olhos. Eu acredito que temos bons nomes, como o prefeito de Águas Lindas, Dr. Lucas Antonietti (UB), que foi reeleito com mais de 80% dos votos. Tem o deputado estadual Wilde Cambão (PSD), que foi líder do governo Caiado na Assembleia Legislativa.
Nós temos nomes, assim como o Nordeste goiano, o Sul, mas acho que um político inteligente deve olhar mais para a região do Entorno. Hoje, lá não é mais o voto de cabresto. A população do Entorno está mais politizada, está mais decidida no que quer. A prova disso foi o resultado das últimas eleições, em que todos os prefeitos que foram candidatos à reeleição tiveram maioria expressiva nas urnas.

Ton Paulo – É notório um fortalecimento do apoio ao projeto de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela na região do Entorno, que tem conquistado até mesmo membros da oposição, como a deputada federal Lêda Borges, que está de saída do PSDB para se filiar a um partido da base. Ao que se deve isso?
A deputada Lêda Borges não está vindo para a base agora. Ela foi eleita pelo PSDB para deputada federal em 2022 e, em 2023, ela já declarou que estava na base do governador Ronaldo Caiado. Ou seja, por mais que ela esteja na sigla tucana, esperando a janela partidária para migrar para um partido da base, ela sempre votou com o governo do Estado.
Eu converso muito com a deputada e hoje ela é uma das maiores lideranças políticas do Entorno do Distrito Federal, e a vejo no palanque com Daniel. E seria um ótimo nome para vice: mulher da região do Entorno, já foi prefeita, deputada estadual, está como deputada federal, tem uma grande base no Entorno. Todas as pesquisas que são feitas na região mostram que ela tem mais de 40% dos votos. Seria uma ótima escolha.
E eu ressalto que o governador Ronaldo Caiado, juntamente com os prefeitos, mudou a história, a realidade do Entorno. Antigamente, a população não se interessava por política. Hoje, é a região que mais aumentou o eleitorado e temos eleitores politizados. A eleição passada foi uma boa prova: foram seis deputados estaduais e dois federais eleitos.
Antes, o eleitor trazia o título para a cidade na época das eleições municipais e, assim que acabava o processo eleitoral, ele o transferia para Brasília. Isso tudo por causa do trabalho, que muitos deles tinham empregos na capital federal. Hoje, a região gera emprego, as coisas acontecem no Entorno.
O morador não precisa mais ir a Brasília para ir a uma unidade de saúde ou colocar o filho em uma boa escola, porque temos escolas estaduais excelentes e que proporcionam qualidade de ensino para a população. Isso despertou o interesse de deixar o título onde mora. Por isso, a população do Entorno passou a se interessar mais pela questão política, e eu acho que a região tem um papel fundamental na escolha do majoritário.
Ton Paulo – Tivemos algumas mudanças no jogo político com o anúncio de Flávio como sucessor de Bolsonaro e sendo pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PL. Você acredita que isso descarta uma aliança entre o PL e o projeto de Daniel Vilela aqui em Goiás?
Eu acredito que uma coisa não influencia na outra. Até mesmo porque o ex-presidente Jair Bolsonaro já declarou que o principal objetivo do PL é fortalecer a presença no Legislativo, ou seja, no Senado e na Câmara dos Deputados. Então, a discussão de chapa majoritária, com governador, está em segundo plano e pode ser o caso de Goiás.
Ton Paulo – Você acredita na possibilidade de Wilder Morais abrir mão do projeto dele e indicar um nome do PL para a vaga na disputa ao Senado na chapa com Gracinha?
Eu costumo dizer que, na política, tudo é possível. Ela é igual a uma nuvem, que pode mudar de situação e posição a toda hora. Temos que aguardar muito até as convenções. Até mesmo porque o PL em Goiás, por mais que seja uma sigla forte, ainda precisa se fortalecer nos municípios. E não temos acompanhado isso nas pesquisas.
Os levantamentos sérios mostram um distanciamento grande de Wilder em relação ao segundo colocado. Eu acredito que haverá uma grande polarização nessas eleições. Por isso, talvez, mais à frente, o PL, dependendo da conjuntura política, não lance candidato ao governo de Goiás.
Ton Paulo – Alguns prefeitos filiados ao PL já teceram críticas contra a direção do partido em Goiás e em Goiânia, alegando atitudes radicais e a inexistência de diálogo com os filiados e mandatários. Isso explica a debandada de prefeitos para outros partidos?
Sem sombra de dúvidas. Wilder é um excelente gestor e presidente, mas, com a chegada de alguns grupos novos no partido, houve muita interferência, inclusive nas eleições municipais. Isso criou um certo desgaste para os próprios candidatos a prefeitos do PL no ano passado, pelo fato de o partido não poder fazer coligação com A ou B. Vale salientar que a realidade do município é diferente do cenário nacional e até mesmo do estadual. Quem sabe o que se passa na cidade é o prefeito. Então, houve mágoa e ressentimento por parte de mandatários eleitos por conta das tentativas de interferência de alguns.
Conversei com vários colegas de partido que demonstraram preocupação, principalmente nomes que foram eleitos pela primeira vez. Porque, quando é feita a composição no município, o objetivo é ganhar a eleição e governar, mas você vai precisar de siglas que não necessariamente sejam de direita; podem ser partidos de centro, por exemplo. É uma situação que estava colocando até mesmo o candidato do PL em risco de perder a eleição, porque, se eu não posso fazer composição com um determinado partido, ele pode fortalecer a base oposicionista. Essa falta de diálogo é o motivo que prejudicou o PL em várias cidades de Goiás e do Brasil.
Ton Paulo – E essa falta de diálogo tem refletido no cenário nacional? Flávio foi recentemente anunciado como sucessor do pai e já sofre com uma grande rejeição, tanto no meio político quanto na população. Mas temos outros nomes competitivos, como os dos governadores Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Tarcísio de Freitas. A escolha do nome do Flávio foi um erro?
Eu acho que foi uma escolha pessoal da família Bolsonaro. Não conversaram com a base e com os partidos que os apoiam. Alguns parlamentares e presidentes de partidos, como é o caso dos líderes do União Progressista, Antônio de Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (Progressistas), se posicionaram contrários.
Para mim, a decisão tem que ser feita em conjunto, de forma colegiada. Não deve ser monocrática. O partido precisa de base, e isso é feito com pessoas, com grupos, ouvindo opiniões diferentes, mas todos com o mesmo foco.
João Paulo Alexandre – Como essa apontada falta de diálogo pode atrapalhar o projeto da direita no Estado?
O PL tem que abrir as portas para o diálogo. Eu sei que, da parte do Daniel, do grupo caiadista, esse canal para conversa está aberto. Mas acredito também que, a partir de janeiro, muita coisa vai acontecer. Até o momento, Daniel Vilela está como vice-governador, mas, a partir de 1º de abril, ele assume como governador e a história muda, porque ele vai começar a fazer a marca dele
Eu vejo que ele buscará esse diálogo com o senador Wilder Morais e com outros nomes do PL, como o Major Vitor Hugo, que é muito aberto ao diálogo. Essa composição entre o PL e Daniel, na minha visão, tem possibilidade de acontecer, até porque o próprio projeto do partido no Estado, para o Senado e para a chapa de deputado federal, pode estar comprometido.
Ton Paulo – O governador Ronaldo Caiado criou a Secretaria do Entorno do Distrito Federal, que atualmente é comandada por Pábio Mossoró. Como você avalia a atuação à frente dessa pasta para o Entorno?
É muito importante para a região, mas não vejo a secretaria hoje com a mesma pegada de quando ela foi criada, seja por falta de diálogo ou por outras questões. Antes, a pasta era comandada pela Caroline Fleury, que tinha uma abertura muito grande com todos os órgãos em Brasília e fazia muita articulação, abrindo espaço entre o governo federal e os municípios.
Hoje, eu não tenho visto esse trabalho de garra da própria Secretaria do Entorno. Mas também não posso condenar, porque ele (Pábio) é recém-chegado na pasta.

Ton Paulo – Voltando à questão política: mesmo após o anúncio de Wilder Morais como pré-candidato ao governo de Goiás, não se tem visto muitos mandatários do PL anunciando apoio, diferentemente do que é notado para o projeto de Daniel Vilela, onde muitos já têm se posicionado publicamente a favor. Ao que se deve isso? Daniel tem se mostrado mais aberto a conversar?
Vou falar por mim. Eu estou no PL desde 2019, eleito em 2020 e reeleito em 2024 como um dos prefeitos mais bem votados de Goiás; mesmo assim, nunca fui convidado para uma reunião do PL aqui no estado. Fiquei sabendo que o vice-presidente do PL é o Fred Rodrigues e também nunca tive um encontro com ele. Talvez seja por isso: a falta de articulação é o que está levando o PL a essa situação que estamos vendo hoje.
Em contrapartida, o atual governo do Estado tem sido presente na região. Tanto Daniel quanto Caiado, todo o secretariado, a dona Gracinha na parte social. Mas, sobre a situação do PL em Goiás, não é uma reclamação exclusivamente minha. É de vários prefeitos. Nós tivemos uma reunião assim que todos assumiram, em uma propriedade do senador Wilder, que é um grande parceiro, destina emendas para todos os municípios, mas nunca tivemos um encontro dentro da sede do partido para tratar de questões da própria sigla. Tudo o que chega para a gente é pela mídia.
Ton Paulo – Diante disso, você acredita que novas desfiliações de prefeitos podem acontecer no PL ainda neste ano e no próximo?
Tudo pode acontecer. Eu vi alguns prefeitos do PL que declararam apoio ao projeto do senador Wilder Morais, mas vi muitos que estão fechados com Daniel Vilela. Essa questão de novas desfiliações vai depender da condução do partido até março. Como você trouxe a questão da resolução nacional, que trata sobre a expulsão em caso de apoio a outro candidato: é o correto a se fazer? Precisa ser discutido.
Será que o atual projeto do PL é bom? E aqui não estou falando que o nome do senador Wilder seja ruim. É um nome bom. Mas será que não faltou articulação e comunicação sobre o lançamento? Atualmente, não temos mais o Bolsonaro para estar em Goiás ou em qualquer outro estado toda semana, como ele esteve no ano passado em Goiânia, Anápolis e Aparecida, para ajudar como cabo eleitoral. Já o governador Ronaldo Caiado, que hoje tem mais de 80% de aprovação em todo o Estado, vai ser o grande cabo eleitoral da candidatura de Daniel Vilela
João Paulo Alexandre – Com essa falta de diálogo dentro do PL local e nacional, o projeto do bolsonarismo tem se mostrado atrapalhado?
Não vou dizer atrapalhado, mas falta reorganizar a base. Anda muito dividida, e é necessário um foco para definir melhor o objetivo: é ter uma direita forte ou uma direita dividida? Bola que é dividida nunca se sabe ao certo para onde vai. Quando você trabalha com um grupo unido, o objetivo ganha força e o caminho para atingi-lo se torna mais fácil. É o que está faltando na direita no Brasil todo.
Ton Paulo – À frente do Goiás Social, Gracinha Caiado, apesar de levar o nome do governador, construiu sua própria imagem com as entregas feitas nessa área. Para os moradores de Novo Gama e do Entorno como um todo, qual tem sido o impacto do trabalho nessa questão social?
Tem sido muito positivo. Dona Gracinha Caiado tem voltado os olhares para toda a população em situação de vulnerabilidade, que é o papel de um gestor nato. Basta ver os programas sociais chegando onde nunca estiveram.
Ela também tem uma boa relação com todas as primeiras-damas dos municípios. Novo Gama recebeu recentemente a edição do Goiás Social e também teve a entrega de brinquedos do Natal do Bem. Ela tem sido atuante e presente, assim como todos os programas sociais do governo, que têm feito diferença na vida da população.
Ton Paulo – E o governador Ronaldo Caiado foi o primeiro governador da direita a lançar a pré-candidatura em evento realizado em Salvador. O senhor acha que ele tem viabilidade para 2026? A área da segurança pública, que tem sido apontada em pesquisas como a maior preocupação dos brasileiros hoje, deve ser um trunfo para ele na corrida presidencial?
O governador Ronaldo Caiado é o melhor nome que a direita tem hoje para ser presidente da República. Ele tem uma trajetória na política: foi deputado, senador e governou Goiás em dois mandatos. Pegou um estado endividado, quebrado, abandonado e, hoje, a segurança pública é referência para todo o país. Isso o classifica como o melhor candidato da direita hoje.
Eu tenho conversado com muitas pessoas de Minas Gerais, São Paulo, Tocantins e Maranhão que não conhecem Ronaldo Caiado pessoalmente, mas são simpatizantes com o discurso dele e com o trabalho dele na área de segurança pública. E falam abertamente que vão votar nele. Não entendo como essas pesquisas não registram isso. Eu acho que, a partir de abril, quando ele estará mais livre para rodar o país, os números devem mudar.
E ele será o nosso candidato, e eu estarei com ele onde estiver e precisar, sendo aqui em Goiás ou pelo Brasil, para pedir voto. Lembro aqui que a maior comitiva que foi para Salvador saiu de Novo Gama. Foram mais de 25 veículos adesivados, 60 pessoas, com bandeira e tudo mais, para prestar apoio a ele na capital baiana.
Ton Paulo – E para a chapa de deputado: quais são os maiores puxadores de votos do PL?
Nós, prefeitos, não somos chamados para essa discussão. Escutamos falar que o Major Vitor Hugo tem trabalhado para a sua candidatura a deputado federal; o Fred, que pode herdar a base do Gustavo Gayer; e a própria Magda Mofatto (PRD), que pode retornar ao PL no ano que vem. Mas tudo ainda é uma incógnita para a gente.
João Paulo Alexandre – E quais são os nomes que podem representar o Entorno na Alego e na Câmara dos Deputados?
O nosso grupo decidiu, há uns dois meses, que Novo Gama precisa de um representante na Alego. Até mesmo pela quantidade de votos, são quase 60 mil eleitores, pelo tamanho da votação que tivemos em 2024, com quase 35 mil votos, e a aprovação que nós tivemos, que é de quase 90% da cidade. Diante disso, a pré-candidata a deputada estadual é a primeira-dama de Novo Gama, Joscilene Mangão (MDB).
Mas temos outros bons nomes, como a Dra. Zeli (UB), Wilde Cambão, que foi nosso candidato em 2022 e teve a maior votação na história de Novo Gama, com quase 9 mil votos; temos o Cristóvão Tormin (Patriota), que é bem articulado e atuante na região; temos o André do Premium, que é de Santo Antônio do Descoberto; Anderson Teodoro (Avante), que repetiu a votação dele em Águas Lindas; tem a vaga de Ricardo Quirino, que é do Entorno e que vai sair como deputado federal pelo Republicanos. Eu acredito que hoje a região consegue fazer de oito a 10 deputados estaduais.
João Paulo Alexandre – Como o senhor avalia, enquanto político e cidadão, a pré-candidatura do ex-governador Marconi Perillo (PSDB)?
Eu vejo que a propositura é legítima, mas o Marconi tem uma rejeição muito alta na região do Entorno, e eu acredito que ele tem um teto. Ele já está próximo de atingir esse limite, e eu não vejo essa candidatura como robusta, que vá para a rua e se sustente até a reta final.
Ton Paulo – Inclusive, o PSDB tentou fazer federação com o Podemos, mas o partido não quis. Em outros tempos, a sigla era grande e rivalizava com o PT. A que o senhor atribui o declínio do partido?
O eleitor acaba tendo a seguinte visão: ele acha que um mandato foi bom até experimentar outro melhor. O que passou, a gente deixou para trás. As pessoas estão olhando para uma nova política, e a melhor prova disso é o governador Ronaldo Caiado. Ninguém diria que ele seria reeleito em primeiro turno, e o Entorno deu isso a ele.
Tenho certeza de que a nossa região também vai decidir a eleição do Daniel Vilela no primeiro turno. Daniel está hoje como vice, mas a partir de abril passa a ser governador. Ele estará com a caneta na mão, trabalhando com todos os municípios — como já tem feito — em conjunto com os prefeitos e as grandes lideranças. Com esse diálogo e essa presença, tem tudo para vencer no primeiro turno.
João Paulo Alexandre – Você acha que o governador Ronaldo Caiado deve olhar com mais carinho para um possível nome do Entorno para ser vice de Daniel Vilela?
Não tenho dúvida. Fala-se muito do agro, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, mas não se pode esquecer do Entorno. A população da região está muito mais politizada do que há oito anos. Os serviços têm chegado ao Entorno, inclusive na área da segurança pública, que é fundamental.
Em 2018, Novo Gama era a 14ª cidade mais violenta do país. Em 2022, passamos a ser a 7ª cidade mais segura de Goiás. Luziânia, por exemplo, chegou a ter um outdoor do Sinpol dizendo: “Bem-vindo! Você está entrando na zona mais perigosa do país”. Hoje, a realidade é outra.
Segurança pública, infraestrutura, educação, geração de emprego e distribuição de renda são fatores que impactam diretamente a vida das pessoas e, consequentemente, a decisão do eleitor.

Ton Paulo – O senhor está no seu segundo mandato como prefeito e não poderá concorrer nas próximas eleições. Já tem outro projeto em vista?
A eleição municipal passa diretamente pela estadual. Então, neste momento, nosso foco é trabalhar a pré-candidatura da primeira-dama, Joscilene Mangão. Hoje, Novo Gama conta com 15 vereadores na Câmara Municipal, e dez deles já declararam apoio a ela.
Após o processo eleitoral de 2026, aí sim vamos começar a construir um novo projeto visando a sucessão municipal em 2028.
João Paulo Alexandre – Como é o trânsito do senhor no Governo Federal para buscar mais investimentos para a cidade?
Diretamente, eu não tenho essa abertura política. No entanto, contamos com uma equipe de convênios muito qualificada, que está sempre atenta aos editais e ao cadastramento dos projetos. Graças a esse trabalho técnico, já temos vários convênios assinados.
Um exemplo é a construção de moradias pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Já estamos executando 143 apartamentos e foi homologada a construção de mais 400 unidades habitacionais no município. Também conseguimos a construção de duas UPAs, que serão viabilizadas com recursos do Governo Federal, além de pavimentação asfáltica de estradas vicinais.
Outra conquista importante foi a homologação da licitação para a construção de uma creche, que integra um conjunto de obras que estavam paralisadas há cerca de 14 anos na cidade. Além disso, em fevereiro vamos iniciar a construção de mais um ginásio de esportes, sendo que outros dois já foram entregues à população.
Então, existe essa abertura com o Governo Federal, mas ela não se dá por mérito político e, sim, por profissionalismo.
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